Psicóloga Clinica sistêmica pós- graduada em Milão na Itália, com experiência no atendimento de questões de relacionamen...
iO ato de duas pessoas se conhecerem, namorarem e casarem faz parte do desenvolvimento humano. Porém, muitas vezes o casal é composto por duas pessoas que têm enraizadas em si costumes, tradições, valores e rotinas muito diferentes uma da outra, e são justamente essas diferenças as responsáveis pela grande maioria dos problemas de relacionamento e os conflitos familiares.
Alguns casais quando passam a conviver sob o mesmo teto até conseguem estabelecer limites e acordos para que um respeite as idéias e os princípios do outro. O problema é que quando casamos, não casamos apenas com uma pessoa, mas sim com uma família que inclui pai, mãe, irmã, cunhado, cunhada, sogro, sogra e etc.
Culturalmente é sabida a dificuldade que muitas noras e sogras têm de se relacionar. Algumas passam a vida trocando farpas, outras não conseguem conversar e conviver no mesmo lugar e há até algumas que abandonam o relacionamento por conta da interferência constante da sogra na vida do casal. Esse problema não é novidade, pois segundo algumas pesquisas realizadas há três décadas a interferência dos sogros era o principal motivo de problemas conjugais.
Entre os principais motivos de intrigas e dificuldades nesse relacionamento, pode-se destacar o fato da nora ver a sogra como rival, a mãe ter a sensação de aquela outra mulher está lhe tirando o filho, a disputa pelo poder sobre aquele homem, a dificuldade em aceitar e conviver com as diferenças de opinião, a necessidade de atenção e o ciúme excessivo.
A mãe que tem uma forte relação de dependência com seu filho vê o casamento deste como uma forte separação sentimental que, facilmente, se transforma em repulsa ou ciúme para com a nora, que é quem lhe "rouba" o filho. Pode surgir, então, uma tendência, muitas vezes inconsciente, de criticar a nora em todas as suas ações e gestos, multiplicando os conselhos e tentando recolocar o filho sob sua influência.
Outro grande motivo de conflito é o fato de o filho sustentar financeiramente a mãe, pois muitas esposas acreditam que seus maridos são explorados, atribuindo a culpa disso às suas sogras.
A chegada de um neto é um acontecimento decisivo, pois a nora pode sentir-se despreparada para cuidar de uma criança e procurar o auxilio da sogra, ou então as duas podem disputar quem tem a melhor forma de cuidar e educar uma criança. Nessa fase é necessária muita atenção e cautela para que a mãe não transfira o seu ódio para o filho e a criança comece a evitar a avó.
Essa relação pode ficar ainda pior quando ambas necessitam morar na mesma residência, seja por dificuldades financeiras do casal ou pelo fato da sogra não ter condições de morar sozinha. O ideal seria evitar ao máximo morar junto com parentes, para que o relacionamento do casal não se desgaste ou sofra com interferências externas. Mas se a situação é inevitável, o ideal é que a sogra não interfira na vida da nora, evite frases maldosas e em hipótese alguma interfira nas brigas ou discussões do casal.
É sabido o quão desgastante é para ambas viver nesse conflito eterno, mas a situação é muito pior para o homem que fica entre a mãe e a esposa o tempo inteiro. O papel do marido/filho é fundamental no desenvolvimento da relação sogra-nora. Cabe a ele saber separar o amor de mãe e o amor de esposa e colocar estas duas mulheres nos seus lugares. O homem não deve dar motivo para que elas entrem em conflito (como por exemplo, contar o que uma diz da outra) e, se isso ocorrer, mesmo que independentemente de sua vontade, ele deve saber lidar com essa situação, tentando melhorá-la através de conversas com ambas e atitudes que demonstrem amor pela esposa e pela mãe
Mas será que esse relacionamento ruim tem jeito? Os conflitos e problemas podem e devem ser administrados de forma saudável. Se ambas (ou uma das partes) amadurecerem emocionalmente, poderão compreender-se mutuamente e tomarão consciência que não precisam competir, já que cada uma exerce um papel diferente na vida do homem. Provavelmente, este seja um grande desafio para ambas as partes, que necessita ser superado para que haja a construção de uma relação saudável.
Milena Lhano é terapeuta floral, grafóloga e iridóloga Para mais informações, entre em contato: (11) 2910-4897 / lhano@uol.com.br / http://lhano.blog.uol.com.br
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