Sou Graduado pela Escola Paulista de Medicina em 1985 e como bacharel em Microbiologia pela Universidade de Kansas nos E...
iConteúdo atualizado em 13/07/2020
A epicondilite lateral é um processo inflamatório na região lateral (de fora) do cotovelo, mais especificamente nos tendões desta região, que se inserem em uma saliência óssea chamada de epicôndilo lateral. Apesar do nome popular "cotovelo de tenista", esta síndrome não é exclusividade dos praticantes deste esporte. Ela acomete também quem realiza qualquer outra atividade que exija movimentos repetitivos da mão e do punho, ou seja, a pessoa pode apresentar sinais e sintomas desta condição sem nunca ter praticado tênis.
Até mesmo um fotógrafo que trabalha diariamente com uma máquina profissional geralmente pesada pode desenvolver a doença. Porém, nesses casos, o tratamento é mais difícil ainda, visto que eles geralmente não podem parar de usar aquela mão para que o processo possa se cicatrizar. O mesmo ocorre nos atletas profissionais que não podem parar de jogar, o que retarda e torna o tratamento praticamente impossível por continuar forçando uma região doente - ou seja, a pessoa continua forçando a inserção do tendão extensor comum dos dedos no epicôndilo lateral.
A epicondilite lateral é, talvez, a lesão de cotovelo mais comum nas clínicas de fisioterapia. Existe uma gama de atividades que envolvem movimentos repetitivos, e, portanto, podem desencadear o cotovelo de tenista, entre as quais estão esgrima, golfe, tênis (entre atividades esportivas) e digitação, uso do mouse do computador, tricô, jardinagem, tocar instrumentos musicais, pintura e marcenaria (entre as atividades profissionais e hobbies).
Sintomas
Os sintomas mais comuns são dor ou aumento da sensibilidade na região lateral (parte de fora) do cotovelo, com dificuldade para realizar movimentos, como o de virar uma maçaneta, apertar algum objeto, fechar a mão ou pressionar a parte de fora do cotovelo (no caso de acometer a mão direita, a pessoa sente dor até no ato de cumprimentar alguém). Na maioria das vezes, a dor começa moderada e piora com o tempo e, embora o problema seja no cotovelo, muitas vezes ocorre irradiação da dor e o paciente fica com sensação de queimação no braço, antebraço e até no punho.
O tratamento do cotovelo de tenista em 90% dos casos é conservador, ou seja, não cirúrgico e consiste em uso de medicamentos (anti-inflamatório não esteróide e analgésico), repouso do seguimento afetado (raramente necessitando de imobilização), fisioterapia e orientação em relação a maneiras de realizar as atividades, de modo a evitar sobrecargas e movimentos inadequados.
Eventualmente, pode-se realizar a infiltração de corticoide no local da dor para desinflamar mais rápido, devendo-se evitar mais que uma infiltração. O tratamento com ondas pulsáteis também é muito eficaz, sendo utilizado nos casos mais graves ou nos atletas profissionais, visto que o custo elevado deste tratamento impossibilita a realização deste em todos os casos.
Mesmo assim, o paciente deverá seguir com orientações para evitar recidivas. O tratamento cirúrgico é excepcional e de custo muito superior ao tratamento com ondas pulsáteis mas, felizmente, com poucas complicações e alta eficácia também.
Prevenção
Algumas atitudes são importantes para a prevenção da epicondilite lateral, tais como: aquecer e alongar membros superiores antes de realizar atividades nas quais esses seguimentos serão utilizados; alternar o uso das mãos para evitar o super uso (overuse); fortalecer os músculos dos membros superiores e costas; executar corretamente as técnicas de esportes e de execução de atividades profissionais; caso ocorra dor após realizar alguma atividade, fazer aplicação de gelo.
Saiba mais: Aquecimento evita lesões