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É muito comum encontrar uma pessoa com o pescoço ou o ombro cheio de casquinhas brancas. Ao ver essa situação, não pensamos duas vezes antes de dar o diagnóstico: é caspa. Essa doença é tão frequente e conhecida que é difícil uma casa não ter pelo menos um pote de xampu anti-caspa. De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia, cerca de 40% da população mundial já teve ou tem o problema, sendo que os homens tendem a apresentar mais casos do que as mulheres. Mas, afinal, você sabe o que é caspa? Ela tem cura? Qual é o melhor jeito de tratar esse problema?
Segundo Gennaro Preite, especialista em saúde capilar, a caspa nada mais é do que uma pré-inflamação no couro cabeludo, que causa ruborização e descamações na área onde nascem os fios de cabelo. Quando a pele se solta é que começam a aparecer as incomodas crostas brancas na cabeça. Na maioria das vezes, a caspa é causada por um fator genético e a pessoa terá de conviver com o problema durante a vida inteira. Mas nem sempre os casos de caspa são irreversíveis.
De acordo com Gennaro, há casos em que a doença é causada por um fator de estresse ou uma mudança hormonal, ambos passageiros. "É comum que pessoas passem a ter caspa depois de uma cirurgia ou da perda de um ente querido. Essas situações alteram a produção de hormônios, o que causa um aumento da oleosidade na cabeça". Depois de um tempo, quando o organismo volta a ter níveis hormonais regulados, a caspa desaparece.
Se a doença não for tratada, pode evoluir para psoríase e, consequentemente, para uma infecção no couro cabeludo. "Como a caspa é mais vista como problema estético do que como doença, as pessoas demoram ou não procuram tratamento", diz Gennaro. Além das feridas na cabeça, a falta de tratamento e a higiene inadequada podem acelerar e até causar calvície, tanto em homens quando em mulheres, devido à dificuldade de respiração dos poros onde nascem os fios de cabelo.
Crianças
A caspa não tem idade para aparecer e também atinge muitas crianças. Os motivos para o aparecimento dessa inflamação são os mesmos que nos adultos - estresse, mudanças hormonais e fatores genéticos -, mas, nas crianças, a alimentação é um fator ainda mais importante.
"Crianças obesas normalmente apresentam quadros de caspa, principalmente quando estão chegando à puberdade, época em que há alterações muito grandes na produção de hormônios. Isso pode causar problemas psicológicos, já que na juventude os adolescentes sofrem com as brincadeiras dos colegas de escola", explica Gennaro.
Clima
De acordo com a dermatologista Flávia Addor, a caspa é mais frequente no inverno devido aos banhos quentes que são quase impossíveis de escapar no clima frio. "Isso estimula a produção do sebo e piora a descamação do couro cabeludo. Mas é bom lembrar que o banho quente sozinho não causa caspa, é preciso haver uma predisposição genética para desenvolver esse problema", afirma.
Além do banho quente, quando a temperatura está mais baixa, há uma menor quantidade de suor liberada pelo corpo, o que faz com que não haja uma limpeza na pele, inclusive no couro cabeludo. Isso também aumenta a quantidade de óleo nos poros que podem causar inflamações.
Tratamentos
O tratamento com laser é uma técnica relativamente recente no tratamento da caspa. "O laser é um método eficaz de tratar as descamações do couro cabeludo. Depois de uma sessão, é provável que o paciente fique livre da caspa entre uma e três semanas. Mas, depois disso, a pele volta e a pessoa precisa retornar para fazer mais uma aplicação", explica Gennaro.
Segundo Gennaro, o laser combate a caspa por esquentar e evaporar as camadas de pele que ficam acumuladas na parte superficial do couro cabeludo, antes que elas se soltem. Mas, quando novas descamações ocorrem, é preciso voltar a fazer aplicações de laser.
Xampus que combatem a caspa também são uma boa alternativa para controlar a caspa. "Essas loções costumam vir com um detergente mais forte, que limpa tanto as escamações que estão nos fios quanto as que se encontram no coro cabeludo. No entanto, o efeito só dura um dia, e é preciso ter um cuidado constante com o cabelo", explica Gennaro.
Alimentação
A mudança na alimentação também é uma forma eficaz, mas não tão simples de implantar na rotina. "Alguns alimentos reduzem as escamações devido à desintoxicação dos radicais livres que eles oferecem", conta o especialista.
Os chás de hortelã, abacate e camomila, que contêm substâncias antiinflamatórias e antioxidantes, são bebidas que controlam a escamação da pele solta no cabelo. A soja e seus derivados e o broto de bambu também ajudam no controle da caspa pelo mesmo motivo.
Por outro lado, o consumo de alimentos ricos em gorduras saturadas, açúcares e lipídeos, aumenta as chances de o indivíduo sofrer com uma inflamação. Por isso, carne vermelha, bolachas, bolos e doces devem ter consumo controlado, principalmente, por pessoas que têm predisposição à caspa.
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