Médico urologista e doutor em Ciências Médicas pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), também é membro da...
iA doença de Peyronie se caracteriza pela presença de fibrose no revestimento dos corpos cavernosos e consequente tortuosidade do pênis. Ela só é percebida durante a ereção.
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Existem muitas lacunas no conhecimento médico sobre essa patologia.
Algumas informações decorrentes de estudos genéticos objetivando desvendar a etiologia da doença de Peyronie observaram relação da doença com falhas em grupos de genes que também ocorrem em certos tipos de neoplasias, como o câncer de tireóide, de pâncreas e leucemias.
Essas informações ainda são hipóteses e não devem ser trazidas para a prática clínica, ou seja, não existe indicação para se investigar a existência de neoplasias de forma mais intensa nos portadores de doença de Peyronie.
Nenhum estudo científico robusto demonstrou, de maneira consistente, a existência desta relação. Portanto, quem tem doença de Peyronie não deve ficar preocupado com isso e continuar seguindo as orientações do médico assistente.
Outras doenças
Por outro lado, existem evidências bem mais significativas relacionando a fibrose peniana com patologias como diabetes, hipertensão, dislipidemia, níveis baixos de testosterona, contratura de Dupuytren (mão), contratura da fascia plantar do pé (doença de Ledderhose), qualquer tipo de trauma acometendo o pênis (inclusive microtraumas durante o coito, doença de Paget e uso de medicamentos como a classe dos beta bloqueadores.
Ainda não podemos afirmar com segurança que existe essa relação entre Peyronie e câncer. Hipoteticamente, como a doença de Peyronie seria causada por uma falha no mecanismo fisiológico que controla o processo de cicatrização, a mesma falha permitiria a multiplicação excessiva de células gerando o tumor.
Isso pode ser resultado de uma predisposição herdada geneticamente, e a fibrose peniana ocorreria quando um dos fatores relacionados à doença deflagra a falha no mecanismo de cicatrização, como o trauma ou o diabetes.
Prevenção
Na base da prevenção de qualquer tipo de doença esta a identificação dos fatores modificáveis que aumentam a chance de aparecimento do problema. Como a doença de Peyronie ainda é um mistério mesmo para os médicos, as estratégias de prevenção não são claras.
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Os consensos sobre a doença de Peyronie recomendam evitar posições sexuais que facilitem os traumatismos do pênis. Uma posição clássica é a do homem deitado sendo cavalgado pela parceira(o). Nesse caso, o movimento do coito pode provocar a dobradura do pênis e início da fibrose. Evitar essas situações significa reduzir o risco de fibrose.
Infelizmente, a idade e a alteração herdada geneticamente não podem ser alteradas. Mas situações que tem relação com a doença de Peyronie como trauma, diabetes, podem ser evitadas.
Adotar hábitos de vida saudáveis é sempre útil para evitar diabetes, hipertensão arterial e etc.