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O teste de Schiller, ou teste de iodo de Schiller, é um teste preliminar feito para diagnosticar o câncer do colo do útero. Segundo Karina Leite, ginecologista e especialista em endocrinologia ginecológica, ele é feito da seguinte forma: é aplicada ao colo do útero uma solução aquosa de iodo, iodeto de potássio e água destilada, que irá apontar se o tecido está saudável ou canceroso.
No caso de um tecido livre de câncer, a solução de iodo irá colorir as células saudáveis de marrom, indicando que o colo do útero não apresenta células cancerígenas. Já no caso de um tecido possivelmente canceroso, as células permanecem sem cor, aparecendo em branco ou em amarelo. Isso acontece por causa de uma deficiência de glicogênio nas células anormais.
Quando o teste de Schiller é indicado?
O teste de Schiller pode ser indicado pelo ginecologista para mulheres sexualmente ativas como exame de rotina, especialmente se elas apresentam algum sintoma, como dor, corrimento e sangramento após a relação sexual. O teste também pode ser indicado para mulheres que tiveram resultados alterados no papanicolau.
"Além disso, o médico pode solicitar o teste quando houver suspeitas de uma doença ginecológica, como HPV, sífilis, inflamação vaginal ou câncer cervical", explica a Karina Leite.
Nesses casos, além da realização do teste de Schiller, pode ser necessário realizar exames complementares, como biópsia, ultrassonografia transvaginal e colposcopia, por exemplo.
Teste de Schiller positivo: o que significa?
Um teste de Schiller positivo acontece quando a aplicação do lugol não é totalmente absorvida pelo tecido e resulta na falta de coloração das células, sendo observadas áreas amareladas no colo do útero. Isso indica que há alguma alteração, o que pode sugerir a presença de células benignas ou malignas, tais como:
- Câncer cervical;
- Infecção por HPV;
- DIU extraviado;
- Inflamações vaginais;
- Sífilis.
Contudo, o teste de Schiller pode dar um resultado falso positivo. Geralmente, nesses casos, é solicitado um novo exame de papanicolaou como forma de investigar um possível câncer do colo do útero.
Além disso, segundo esclarece Karina Leite, para confirmar a positividade do teste de Schiller e identificar a causa da alteração, o médico pode solicitar uma biópsia para visualizar as características do tecido e das células.
O que é um teste de Schiller negativo?
No caso de um teste de Schiller negativo, isso significa que, após a aplicação da solução de iodo, toda a mucosa vaginal e o colo do útero foram tingidos de marrom, não sendo observadas regiões amareladas. Isso indica que não há alterações nas células e nem na região genital da mulher. Ou seja, que o colo do útero não apresenta células cancerígenas.
Lugol para teste de Schiller
O lugol é uma solução aquosa de iodo e de iodeto de potássio amplamente utilizada no campo da medicina. Ele é mais comumente conhecido como antisséptico, desinfetante e indicador de amido.
No teste de Schiller, usado durante a colposcopia, a solução de lugol é usada em citologia para detectar células escamosas anormais do epitélio vaginal e do epitélio do colo do útero.
"As células normais e saudáveis produzem glicogênio. Já as células que carregam o risco de neoplasia e de desenvolvimento de tumores teciduais não produzem glicogênio e não ocorre nenhuma coloração", elucida a ginecologista.
Em caso de mulheres que são alérgicas ao iodo e, portanto, não podem fazer o teste de Schiller, o médico pode recomendar outro teste semelhante, como o teste de ácido acético, que também utiliza o mesmo princípio de coloração para a vagina e para o colo do útero.