Dra. Júlia Magri Dantas, atuou como clínica médica de pequenos animais no Hospital Veterinário Taquaral (HVT), em C...
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iO fumo passivo envolve a inalação da fumaça do cigarro aceso. Essa fumaça contém diversos produtos químicos tóxicos e qualquer um pode ser alvo do fumo passivo, inclusive animais. Nos bichinhos, a exposição pode envolver alergias ou até mesmo o desenvolvimento de um câncer.
Júlia Magri Dantas, médica veterinária, explica como funciona o fumo passivo. “As substâncias tóxicas adentram as narinas, passam por todo o sistema de filtração da cavidade nasal e traqueal e adentram os pulmões. A partir daí, chegam no sangue”.
Segundo a veterinária, essas partículas nocivas presentes na fumaça do cigarro penetram o sistema respiratório e se depositam no interior das células pulmonares, podendo causar agressões contínuas no epitélio respiratório e até modificações no DNA.
Os pets também podem aderir ao fumo passivo através da ingestão. Os gatos, por exemplo, além da inalação, podem acabar ingerindo partículas carcinogênicas provenientes da fumaça que ficam aderidas no pelos ao se lamberem. Fora isso, ainda existe a possibilidade acidental, caso o animal chegue a ingerir a bituca do cigarro ou até mesmo o cigarro todo.
Segundo Morgana Prado, veterinária e especialista em pets não convencionais, os animais domésticos acabam sendo mais vulneráveis ao fumo passivo do que os humanos, já que normalmente possuem o olfato mais desenvolvido. “No caso dos animais silvestres, as aves, por exemplo, por possuírem sistema respiratório diferenciado e sacos aéreos, são consideradas mais sensíveis ao tabagismo”, explica a profissional.
Riscos do fumo passivo para animais
O convívio e o contato constante dos animais com a fumaça podem gerar sérios riscos à saúde do pet, como doenças no trato respiratório, problemas de pele e até mesmo câncer. Segundo as especialistas, quando expostos ao fumo passivo, os pets estão sujeitos a:
- Bronquite;
- Aerosaculite (no caso das aves);
- Asma;
- Câncer pulmonar;
- Dermatopatias;
- Intoxicação;
- Asfixia.
Ainda segundo a veterinária, não existem evidências concretas da dependência em nicotina a partir do fumo passivo em cães e gatos. “Porém, alguns estudos realizados em roedores foram capazes de detectar sinais de abstinência em ratos expostos à inalação passiva”, explica.
Como proteger o seu pet do fumo passivo?
Alguns sintomas citados, como dificuldade respiratória, rouquidão intensa e narinas avermelhadas podem ser sinais de que seu pet está sendo prejudicado pelo fumo passivo. Segundo Júlia, parar de fumar é a melhor maneira de proteger seus pets.
“Caso isso não seja uma opção, considere não fumar dentro de casa. Também é importante deixar os cigarros e seus restos fora de alcance para evitar a ingestão acidental. Escovar os pelos diariamente pode ajudar a remover algumas partículas nocivas que possam ficar aderidas no pelame”, informa.