Médico formado pela Universidade Santo Amaro (UNISA) e especializado em psiquiatria. Ele possui vasta experiência na áre...
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De acordo com a OMS, em 2019, mais de 700 mil pessoas tiraram suas próprias vidas em todo o mundo, tornando o suicídio a quarta maior causa de mortes entre os jovens de 15 a 29 anos. O grande problema é que esse assunto segue rodeado por tabus e estigmas.
“Muitos ainda acreditam que doenças mentais que levam ao suicídio não existem ou não merecem cuidados, considerando-as ‘frescuras’ ou simplesmente ‘o jeito da pessoa’ - o que torna difícil buscar ajuda ou oferecer apoio a quem precisa”, explica o psiquiatra Marcel Fulvio Padula Lamas, do Hospital Albert Sabin.
A campanha Setembro Amarelo vem, então, para mudar essa realidade, incentivando a escuta ativa e o acolhimento de quem enfrenta desafios relacionados à saúde mental.
A origem
A iniciativa foi inspirada na história de Mike Emme, que cometeu suicídio aos 17 anos, em setembro de 1994 nos Estados Unidos. O garoto era conhecido por seu Mustang amarelo e, após a sua morte, seus pais decidiram distribuir cartões com fitas amarelas e frases motivacionais para pessoas que pudessem estar passando por desafios semelhantes.
Essa ação acabou se tornando símbolo da campanha, que foi adotada pelo Brasil em 2015, graças ao Centro de Valorização da Vida (CVV), ao Conselho Federal de Medicina (CFM) e à Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).
Como funciona
Durante o mês de setembro, diversas estratégias e atividades são promovidas para envolver a comunidade na discussão sobre saúde mental. Isso inclui a veiculação de informações na mídia, como notícias e programas especiais sobre o tema. Unidades de saúde, hospitais e Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) também se dedicam à conscientização acerca do suicídio, explicando os riscos e oferecendo apoio, assim como empresas e escolas.
Importância
De acordo com o psiquiatra Marcel Lamas, o debate promovido pelo Setembro Amarelo desempenha um papel fundamental na prevenção do suicídio. “Isso porque ter informações disponíveis e pessoas dispostas a ajudar pode realmente fazer a diferença no prognóstico e na recuperação dos pacientes”, justifica o médico.
Portanto, é crucial saber reconhecer os indícios de quem precisa de ajuda, como mudanças no comportamento, incluindo a perda de interesse em atividades que antes eram apreciadas, o isolamento social e as alterações no sono e no apetite.
Nesses casos, o melhor a fazer é conversar com a pessoa. O especialista aconselha: “Escute de forma ativa, acolha e fale que você está ali independente do que os pensamentos dela dizem”. O principal é não menosprezar os sintomas e incentivar a busca por auxílio profissional. Afinal, saúde mental é coisa séria e todos podemos colaborar para a prevenção do suicídio.