Graduada em Medicina (2006) pela Faculdade de Medicina de Santo Amaro. Especialização em Clínica Médica pelo Hospital do...
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O declínio da produção de hormônios femininos e o esgotamento dos óvulos marca o início da menopausa. Em média, esse processo ocorre entre os 45 e 55 anos de idade. Mas, mesmo com as alterações no organismo, ainda é possível engravidar?
A resposta é não. Segundo Carla Iaconelli, ginecologista e especialista em Reprodução Humana, a gestação espontânea não é possível pois não existem mais óvulos vivos para serem fecundados. Além da falência ovariana, a baixa produção de progesterona e de estrogênio impossibilitam a preparação do útero e a maturação do óvulo, necessárias para gerar um bebê.
É importante ressaltar que a menopausa (que é a última menstruação da mulher) só pode ser confirmada e um ano após a data da última menstruação. Antes disso, durante a pré-menopausa (ou climatério), o corpo está se preparando para a transição entre o período reprodutivo para o não produtivo, então os ovários continuam liberando óvulos — mesmo que de forma irregular.
Se um óvulo for liberado no mesmo período de uma relação sexual desprotegida, existem pequenas chances de uma gravidez natural. Para evitar a chegada de um bebê nessa transição, é necessário o uso de métodos anticoncepcionais eficazes até que a menopausa seja confirmada.
O que acontece com o corpo na menopausa?
O fim do período reprodutivo acontece quando o ultimo óvulo é liberado do ovário na ovulação, isso implica em uma diminuição da produção dos hormônios femininos, como estrogênio e progesterona, cruciais para o desenvolvimento e para a liberação dos ovários a cada mês, além de outras funções em nosso organismo.
Eles ainda são responsáveis por tornar mais espesso o revestimento do útero, a fim de receber o óvulo fertilizado. Por isso, além de não existirem mais óvulos saudáveis para serem fecundados, o útero não é capaz de receber e manter o embrião.
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Os primeiros sintomas da menopausa costumam surgir na perimenopausa, período que engloba a pré-menopausa e o primeiro ano de pós-menopausa, e são essenciais para indicar a entrada nessa fase da vida. Alguns deles incluem:
- Irregularidade menstrual
- Calor (ou fogacho)
- Alterações no sono e humor
- Sudorese noturna
- Diminuição da elasticidade da pele
- Redução da libido.
Existem formas de engravidar na menopausa?
A gravidez na menopausa só é possível a partir de técnicas de reprodução assistida, segundo Carla. A fertilização in vitro com óvulos doados ou congelados está entre as possibilidades.
Conforme explica a especialista, o processo é feito em laboratório, em que há a junção do óvulo e do espermatozoide fora do corpo da mulher. Os embriões fertilizados são mantidos em um meio de cultura durante cinco dias e, após isso, são transferidos para o útero.
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Para receber o embrião, Carla acrescenta que é necessário preparar o útero com hormônios responsáveis por simular a ovulação, como estradiol e progesterona, de modo que ele tenha condições necessárias para receber o embrião e desenvolver a gravidez.
Riscos da gravidez tardia
Com o avanço da idade, a mulher está mais suscetível a complicações obstétricas e riscos fetais relacionados tanto ao envelhecimento ovariano quanto à presença de doenças crônicas preexistentes na mulher, que tendem a aumentar com o decorrer da idade.
Entre as principais complicações, a diabetes gestacional e a pré-eclâmpsia são as doenças mais frequentes diagnosticadas na gravidez tardia. O bebê também está sujeito a riscos de saúde, como Síndrome de Down e aborto espontâneo. Por isso, a gravidez na menopausa deve ser acompanhada de perto por um especialista. É de extrema importância realizar um pré-natal de qualidade, uma vez que isso pode diminuir os riscos oferecidos pela gestação.
Além disso, também é importante a gestante manter uma alimentação saudável e a prática de atividades físicas regulares e sob orientações, evitando sempre o consumo de tabaco e álcool.