Terapeuta Clínica há 15 anos com abordagem cognitiva comportamental. Especialista clínica em Ansiedade, Crise de Pânico...
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Entender e explicar o que é ansiedade pode ser desafiador, seja para quem sente, seja para quem está próximo de alguém com o distúrbio. Isso porque esse é um sentimento subjetivo e que, muitas vezes, pode surgir sem um motivo aparente ou ameaça à vista.
Porém, compreender a ansiedade, quando ela passa a ser preocupante, seus possíveis gatilhos e saber quando e como pedir ajuda é fundamental para superar esse sentimento. A seguir, o MinhaVida detalha mais sobre o assunto. Confira!
Afinal, o que é ansiedade?
A ansiedade é um sentimento de preocupação, sendo uma resposta natural do corpo a situações percebidas como ameaçadoras. “Ela pode ser uma emoção normal, que prepara o organismo para enfrentar desafios, situações de risco ou dificuldades, como um assalto, uma reunião ou subir uma montanha”, explica a psicóloga Larissa Fonseca, especialista em ansiedade, crise de pânico, burnout e sono.
Sabe aquele friozinho na barriga e ou aquela adrenalina que antecede essas situações? Isso é ansiedade. No entanto, quando ela acontece por tempo prolongado e em excesso, ela pode se tornar uma doença, causando sintomas como angústia e medo extremo em cenários simples do dia a dia.
“Quando a ansiedade se torna persistente e excessiva, interferindo nas atividades diárias, pode ser considerada um transtorno. Antecipar constantemente situações desconfortáveis, sentir medo e estar sob alerta constante representam a ansiedade”, completa.
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Os principais sintomas de ansiedade, quando se torna um transtorno, podem incluir sintomas físicos e psicológicos, como:
- Nervosismo ou tensão constantes
- Medo frequente
- Preocupação exagerada com uma situação, desproporcional com a realidade
- Insônia
- Irritabilidade
- Pernas e braços agitados
- Dificuldade de concentração
- Dor no peito
- Aumento da frequência cardíaca
- Fadiga
- Boca seca
- Náusea
- Tensão muscular
- Dor de barriga ou diarreia
Como explicar para outra pessoa o que se sente?
Um primeiro passo para procurar ajuda em relação à ansiedade é contando o que se sente para outra pessoa, incluindo um profissional de saúde. Para isso, uma boa dica é comparar o sentimento com uma reação de “luta ou fuga” que se ativa em situações comuns.
“Destacar sintomas como batimentos cardíacos acelerados, respiração rápida, tensão muscular, sudorese excessiva e até desconforto gastrointestinal é essencial”, explica Larissa. “Em termos emocionais, explicar a ansiedade envolve descrever a constante sensação de apreensão, preocupação intensa, dificuldade em se concentrar e a presença persistente de pensamentos negativos e catastróficos”, completa.
Esclarecer esses sintomas e sensações pode ser útil para a compreensão mais completa do que é ansiedade. Além disso, essa atitude pode ajudar em um diagnóstico mais preciso e no tratamento, seja ele a psicoterapia ou o uso de medicamentos, quando necessário.
Como diferenciar a ansiedade de outras condições de saúde?
Muitas vezes, a ansiedade pode ser confundida com outras condições de saúde e transtornos mentais. Isso acontece porque muitos sintomas são semelhantes e algumas doenças podem, inclusive, causar ansiedade.
“Quem é ansioso cria mentalmente situações e possibilidades que provocam angústias e sofrimentos. Para comparar com outro problema de saúde, é importante observar padrões, intensidade dos sintomas e histórico pessoal ou familiar”, aponta Larissa.
Um exemplo clássico é a crise de ansiedade e o infarto. Ambas as condições causam sintomas como dor no peito, falta de ar, transpiração intensa, taquicardia e palpitações, tremor, dormência e formigamento.
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No entanto, cada uma possui causas diferentes (uma é física - o interrompimento do fluxo de sangue para o funcionamento correto do coração - e a outra é emocional - como um momento de estresse ou situação desconfortante). Além disso, a intensidade da dor também é diferente, sendo a da crise de ansiedade menos intensa do que a do infarto.
A ansiedade pode também fazer parte de outros transtornos, como síndrome do pânico, fobia social, transtorno obsessivo-compulsivo e transtorno de estresse pós-traumático.
Quando pedir ajuda?
A ajuda médica e psicológica pode ser necessária quando a ansiedade estiver prejudicando a qualidade de vida, interferindo nas relações sociais e de trabalho e nas atividades diárias. “Quando os sintomas tornam-se persistentes, intensos e causam sofrimento significativo, uma avaliação por um profissional de saúde mental é o recomendada”, afirma a psicóloga.
O profissional, como o psicólogo ou psiquiatra, é quem vai dar as coordenadas de como controlar a ansiedade, além de identificar os gatilhos e a possível origem desse sentimento. Contar com uma rede de apoio, como familiares e amigos, também é fundamental.
Inclusive, se você conhecer alguém com ansiedade ou que está passando por uma crise, ouça seus anseios sem julgamento, ofereça apoio prático - como auxílio em tarefas diárias ou em situações desafiadoras -, incentive o tratamento profissional e tente evitar situações estressantes.