Psicóloga clínica Fundadora e CEO da Clínica Via Vitae Especiali...
iJornalista com sete anos de experiência em redação na área de beleza, saúde e bem-estar. Expert em skincare e vivências da maternidade.
iSabe aquela pessoa que é sempre simpática com você, mas parece mudar de comportamento quando fala com garçons ou atendentes? Essa atitude pode revelar mais do que parece.
Na correria do dia a dia, às vezes deixamos passar condutas que falam muito sobre o caráter de uma pessoa. Mas, para a psicologia, a maneira como alguém lida com garçons, atendentes e outros profissionais que estão ali para ajudar revela mais do que simples falta de educação.
Na verdade, isso pode estar relacionado à empatia, ao respeito e até a traços da personalidade. Quer entender o que está por trás disso? O MinhaVida entrevistou a psicóloga Alessandra Araújo Vieira, que esclareceu o assunto.
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Tratar mal garçons e atendentes vai além da falta de educação
Embora essa postura seja inaceitável por si só, a psicologia tem algumas explicações que nos ajudam a entender as suas raízes. Para a psicóloga Alessandra Araújo Vieira, isso pode ser uma forma de projeção de poder.
"Algumas pessoas tratam mal aqueles que percebem como estando em uma posição social inferior, como uma maneira de exercer controle", explica a especialista. Nesse contexto, o garçom ou atendente se torna uma vítima de uma necessidade psicológica de se sentir superior.
Além disso, Alessandra aponta que atitudes hostis podem ser reflexo de insegurança e baixa autoestima. "Quando alguém se sente incapaz ou desvalorizado, pode recorrer à agressividade como uma forma de esconder essas inseguranças", comenta. Nesse caso, a hostilidade funciona como uma máscara, uma tentativa de esconder o que se passa por dentro da pessoa.
Outro fator importante é a falta de empatia, que também pode contribuir para esse modo de agir. "A incapacidade de se colocar no lugar do outro e compreender suas emoções pode gerar atitudes cruéis", afirma a psicóloga.
Em muitos casos, traumas passados também podem estar na origem dessa postura. A psicóloga explica que experiências negativas na infância ou adolescência podem moldar a maneira como alguém interage com os outros. "Traumas não resolvidos podem se manifestar em comportamentos agressivos ou desrespeitosos", afirma Alessandra.
Mais do que isso, tratar mal alguém pode indicar dificuldades em lidar com emoções. "Pessoas que maltratam os outros frequentemente têm dificuldades em regular suas emoções e expressá-las de forma saudável", afirma a psicóloga. Alessandra também ressalta que, muitas vezes, padrões de comportamento aprendidos na infância ou adolescência influenciam as atitudes na vida adulta. "Se a pessoa cresceu em um ambiente onde o desrespeito era comum, ela pode replicar essa conduta quando adulta", acrescenta.
Além disso, traços de personalidade como narcisismo, psicopatia e até mesmo sadismo podem explicar essa postura. "Pessoas com esses traços podem demonstrar comportamentos abusivos porque não se importam com o sofrimento dos outros", explica Alessandra.
Como ajudar essas pessoas a refletirem e mudarem esse comportamento
Uma das formas de ajudar alguém nesse processo é por meio da terapia. "A terapia pode ser uma ferramenta poderosa para ajudar essas pessoas a lidarem com suas emoções e comportamentos de maneira mais saudável", explica Alessandra. O ambiente terapêutico oferece um espaço seguro para que o indivíduo explore as raízes dessa agressividade e comece a trabalhar suas questões emocionais.
Além disso, a educação é fundamental. A especialista ressalta que é importante educar as pessoas sobre a importância do respeito e da empatia nas relações. "Muitas vezes, essas atitudes agressivas surgem pela falta de compreensão de como elas afetam o outro", comenta. Ensinar sobre o impacto das palavras e ações de uma pessoa para o bem-estar do próximo pode ser o primeiro passo para a mudança.
Outra maneira de ajudar é por meio do exemplo. "Demonstrar respeito e empatia em todas as suas interações pode servir como um modelo positivo para os outros", sugere a psicóloga. Às vezes, observar comportamentos mais respeitosos e construtivos pode incentivar a reflexão e até mesmo a mudança nos outros.
É importante ressaltar que nada justifica atitudes de maltrato. "Em alguns casos, essas atitudes podem até revelar características de personalidade perversa, como o narcisismo ou psicopatia, o que torna ainda mais importante buscar ajuda especializada", adverte a psicóloga.
Por fim, é essencial que a sociedade como um todo repudie esse tipo de ação e promova a cultura do respeito e da empatia. "Todos nós temos um papel em combater esse tipo de atitude, e devemos trabalhar juntos para criar um ambiente mais saudável e respeitoso para todos", conclui Alessandra.
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