Doutor em cardiologia pela Universidade Federal de São Paulo / Escola Paulista de Medicina, tem título de especialista e...
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O que é Aterosclerose?
A aterosclerose é uma condição em que ocorre o acúmulo de placas de gordura, colesterol e outras substâncias nas paredes das artérias — o que restringe o fluxo sanguíneo e pode levar a graves complicações de saúde. Suas manifestações dependem do local comprometido. Ela pode provocar infarto ou dor no peito (angina) quando acomete as artérias coronárias, dor e claudicação em membros inferiores quando acomete as pernas e, por fim, AVC quando compromete as carótidas.
Causas
A aterosclerose é provocada pelo acúmulo de placas de gordura, colesterol e outras substâncias nas paredes arteriais, responsáveis por levar sangue e oxigênio ao corpo. Esse acúmulo causa o estreitamento das artérias, prejudicando o fluxo sanguíneo.
Eventualmente, partes desses depósitos de gordura nas artérias podem se soltar e entrar na corrente sanguínea, espalhando-se pelo corpo. Isso pode acarretar na formação de um coágulo sanguíneo em qualquer parte do organismo, seja este fixo ou móvel — o que também prejudicará o fluxo do sangue para outros órgãos.
Sintomas
Sintomas de aterosclerose
Os sintomas da aterosclerose dependem da localização da artéria afetada e de se ela foi estreitada gradualmente ou bloqueada subitamente. Pacientes com aterosclerose coronária podem apresentar sintomas como dor no peito ou desconforto, que surgem quando o coração não está recebendo sangue ou oxigênio suficiente — além de falta de ar e fadiga após atividades físicas.
Já pacientes com aterosclerose carotídea podem apresentar acidente vascular cerebral (AVC) e fenômenos transitórios, como tonturas e fraqueza muscular. Esses sintomas são mais comuns especialmente em mulheres, idosos e pessoas com diabetes.
Por fim, ressalta-se que apresentar dores em pernas ao caminhar, que melhoram com repouso, queda de pelos nas pernas e pele fria e palidez nos dedos pode indicar comprometimento de artérias nestes locais.
Diagnóstico
O diagnóstico de aterosclerose é feito a partir de um exame físico e do histórico clínico e familiar do paciente. Em seguida, o especialista pode solicitar alguns exames, como:
- Angiografia/arteriografia coronária, um exame invasivo que avalia as artérias coronárias em raios-X
- Ecocardiograma
- Eletrocardiograma (ECG)
- Angiotomografia do coração, para verificar o nível de cálcio no interior das artérias
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Teste de esforço físico
- Angiografia por ressonância magnética
- Teste de esforço nuclear (cintilografia do miocárdio)
- Ultrassonografia com doppler (importante para avaliação de carótidas e artérias de membros inferiores).
Fatores de risco
O endurecimento das artérias ocorre ao longo do tempo. Além do envelhecimento, outros fatores que aumentam as chances de uma pessoa desenvolver aterosclerose incluem:
- Pressão arterial elevada
- Colesterol alto
- Diabetes
- Obesidade
- Tabagismo
- História familiar de doença cardíaca
- Sedentarismo
- Doenças renais crônicas
Na consulta médica
Entre as especialidades que podem diagnosticar aterosclerose estão:
- Clínica médica
- Cardiologia
- Angiologia
Buscando ajuda médica
Se você acha que tem aterosclerose por meio da observação dos sintomas, procure ajuda médica o quanto antes. Preste atenção a sintomas que estejam relacionados ao fluxo inadequado de sangue, como dor no peito, dor nas pernas ou dormência em qualquer parte do corpo.
Tratamento
O tratamento de aterosclerose depende dos sintomas e da gravidade da doença. Na maioria dos casos, ela envolve especialmente alterações do estilo de vida — o que envolve seguir uma dieta saudável, realizar exercícios físicos regularmente e parar de fumar. Além disso, alguns pacientes podem precisar do uso de medicamentos para o controle da pressão arterial, diabetes ou os níveis altos de colesterol.
Em alguns casos, pode ser necessária uma intervenção cirúrgica para tratar a aterosclerose. As cirurgias disponíveis são:
- Angioplastia e colocação de stent, chamada de intervenção coronariana percutânea (ICP)
- Cirurgia de revascularização (no coração com pontes de safena ou mamária, nas pernas com vasos da mesma perna e nas carótidas com materiais específico)
Medicamentos
Os medicamentos mais usados para o tratamento de aterosclerose são:
Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as orientações do seu médico e NUNCA se automedique. Não interrompa o uso do medicamento sem consultar um médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a prescrita, siga as instruções na bula.
Tem cura?
A aterosclerose não tem cura, mas sua progressão pode ser diminuída a partir de algumas mudanças nos hábitos de vida — o que inclui manter uma alimentação saudável, parar de fumar e administrar os medicamentos adequados conforme orientação médica. O diagnóstico precoce da doença também contribui para um prognóstico positivo.
Prevenção
Os riscos da aterosclerose podem ser diminuídos a partir de algumas mudanças no estilo de vida, como:
- Não fumar
- Praticar exercícios físicos
- Manter um peso saudável
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Mulheres que pertencem ao grupo de risco mais alto para doenças cardíacas devem ingerir suplementos de ácidos graxos com ômega 3
- Não consumir bebidas alcoólicas
Complicações possíveis
As complicações da aterosclerose dependem de quais artérias foram afetadas. A doença pode causar problemas mais graves, como:
- Doença arterial coronariana
- Doença arterial carótida
- Doença arterial periférica
Referências
Ministério da Saúde
Sociedade Brasileira de Cardiologia
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia