Médica dermatologista graduada pela Universidade de Santo Amaro. Atua como Dermatologista Clínica, Cirúrgica, Estética e...
iRedatora entusiasta de beleza e nutrição, autora de reportagens sobre alimentação, receitas saudáveis e cuidados pessoais.
iO que é Carcinoma basocelular?
O carcinoma basocelular é o tipo de câncer de pele mais comum e menos agressivo, geralmente encontrado em partes do corpo que ficam mais expostas ao sol, como rosto e pescoço. O nódulo possui aparência perolada, podendo ser branco, rosa claro, bege ou marrom e sangra com facilidade.
Causas
Os cânceres basocelulares são, normalmente, causados pela exposição à radiação ultravioleta (UV) sem proteção. Isso ocorre porque os raios UV são capazes de danificar o DNA do interior das células presentes na pele.
Essas células começam a se multiplicar de forma desordenada, dando origem ao tumor que apresenta crescimento muito lento e que dificilmente invade outros tecidos, causando metástase.
Sintomas
O carcinoma basocelular se parece com uma protuberância (nódulo) que:
- Tem aparência perolada, como se fosse recoberto de cera
- Pode ser branco, rosa claro, bege ou marrom
- Sangra com facilidade
- Se parece com uma ferida que não cicatriza
- Pode formar crosta e vazar algum líquido
Existe uma regra didática para os pacientes, chamada ABCD, cujo objetivo é reconhecer um câncer de pele em seu estágio inicial:
- Assimetria: imagine uma divisão no meio da pinta e verifique se os dois lados são iguais. Se apresentarem diferenças, devem ser investigado
- Bordas irregulares: verifique se a borda está irregular, serrilhada, não uniforme
- Cor: verifique se há várias cores misturadas em uma mesma pinta ou mancha
- Diâmetro: veja se a pinta ou mancha está crescendo progressivamente
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Diagnóstico
O diagnóstico do carcinoma basocelular é feito pela avaliação clínica e exame anátomo patológico (biópsia) do tecido suspeito, mas também podem ser solicitados outros exames, como:
- Dermatoscopia: na dermatoscopia manual, o dermatologista olha as pintas que têm relevância com o próprio dermatoscópio e avalia o risco de cada lesão. Já a dermatoscopia digital permite a análise de uma fotografia ampliada das pintas na pele para que o profissional possa identificar lesões de risco muito antes do olho nu
- Microscopia confocal: a microscopia confocal é um método de diagnóstico por imagem não invasivo, que permite a avaliação das camadas da pele em um tecido ainda vivo e a observação de lesões alteradas.
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Fatores de risco
O carcinoma basocelular tem como principais fatores de risco:
- Exposição solar
- Idade e sexo, incide na idade aduta e atinge com mais frequência os homens do que as mulheres
- Características da pele, como as claras e as que se queimam e nunca bronzeiam
- Histórico familiar, pessoas que têm antecedentes familiares de câncer de pele
- Histórico pessoal, pessoas que já tiveram um câncer de pele ou uma lesão pré-cancerosa anteriormente
- Imunidade enfraquecida.
Saiba mais: Conheça os fatores de risco para câncer de pele
Na consulta médica
Quando você for ao médico dermatologista, pode dizer a ele quais são as pintas que mais te preocupam. Ele fará uma análise em todos os sinais da sua pele usando um dermatoscópio (aparelho portátil que funciona como uma lente de aumento).
Caso ele encontre uma lesão suspeita, poderá coletar um pouco de tecido para pedir uma biópsia ou então encaminhá-lo para um exame de dermatoscopia digital. Se o dermatologista não encontrar nada suspeito, você deverá continuar fazendo o acompanhamento anualmente, principalmente se tiver algum fator de risco.
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Tratamento
A opção mais indicada é a cirurgia para retirada do tumor. Conheça as opções de tratamento:
- Excisão cirúrgica (ressecção): feita com um bisturi, consiste na retirada da pele que contém a lesão mais uma margem de segurança de pele não cancerosa, cujo tamanho varia conforme o tipo de câncer. É pela análise dessa margem que os especialistas vão garantir que o tumor foi retirado completamente
- Cirurgia de Mohs: usada quando o tumor tem margens mal delimitadas, permite a visualização microscópica das células tumorais, tornando possível assim a sua retirada seletiva com mínimo dano à pele normal
- Crioterapia: geralmente feita com a aplicação de nitrogênio líquido, está indicada para o tratamento de tumores bem delimitados, localizados em áreas que não correm riscos de terem penetrações mais profundas, superficiais no tronco ou primários na face, que não ultrapassem meio centímetro e que não sejam uma recidiva (câncer que foi tratado e retornou)
- Curetagem e eletrocoagulação: o procedimento é uma espécie de raspagem da pele, retirando com um instrumento chamado cureta as camadas superficiais da pele. Já a eletrocoagulação, técnica cirúrgica pela qual a pele é destruída através do calor, semelhante a uma queimadura, é capaz de destruir a base do câncer que não foi removida pela curetagem
- Laser de CO2: a técnica mais precisa proporciona a destruição dos tecidos provocada pelo laser de CO2, fazendo com que a pele saudável na vizinhança do tumor seja poupada, reduzindo a cicatriz. É indicado para o tratamento de tumores bem delimitados e superficiais
- Radioterapia: a radioterapia pode ser utilizada como complemento da cirurgia em tumores mais agressivos, ou que se espalharam para os gânglios linfáticos. Ela deve ser feita em consultório (ou ambiente hospitalar, em caráter ambulatorial) e a aplicação é diária, sendo que seu tratamento gera inflamações na pele
Medicamentos
Os medicamentos mais para o tratamento de carcinoma basocelular são:
Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as orientações do seu médico e NUNCA se automedique.
Tem cura?
O carcinoma basocelular tem cura e uma probabilidade menor de voltar, pois raramente se espalha para outras partes do corpo se comparado com outros cânceres cutâneos, como o carcinoma espinocelular e o melanoma.
Prevenção
Você pode evitar o carcinoma basocelular tomando algumas medidas como:
- Evitar a exposição solar sem proteção: para evitar o câncer de pele é necessário o uso de filtro solar FPS no mínimo 30, diariamente, e reaplicá-lo, pelo menos, mais duas vezes no dia, além de evitar momentos de maior insolação do dia (entre 10h e 16h) e recorrer ao uso de chapéus e camisetas
- Examinar a pele periodicamente: com a ajuda de um espelho, o paciente pode enxergar áreas que raramente consegue visualizar e observar se há manchas que coçam, descamam ou sangram e que não conseguem cicatrizar, além de perceber se há pintas que mudaram de tamanho, forma ou cor
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Complicações possíveis
Apesar de ter uma baixa mortalidade, o carcinoma basocelular pode causar graves problemas, incluindo estéticos, como:
- Destruir algumas áreas da face
- Penetrar nos tecidos mais profundos, atingindo o osso
- Comprometer a funcionalidade da face, afetando a visão
- Retorno do tumor após tratamento
- Desenvolvimento de metástases, comuns em linfonodos, pulmão, ossos e fígado
- Sequelas, como má aparência e cicatrizes.
Referências
Manual MSD