Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1986) e Residência em Infectologia pelas Unive...
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O que é Difteria?
A difteria, também chamada de crupe bacteriana, é uma infecção causada pela bactéria Corynebacterium diphtheriae, transmitida de pessoa para pessoa através de contato físico e respiratório. Ela forma placas amareladas frequentemente nas amígdalas, na laringe e no nariz, provocando sintomas como dor de garganta, sensação de mal-estar e febre. Em casos mais graves, pode ocorrer um inchaço grave no pescoço, com aumento dos gânglios linfáticos, o que causa dificuldade de respirar ou bloqueio total da respiração.
Após o surgimento da vacina tríplice bacteriana e da vacina pentavalente, o número de casos de difteria diminuiu muito no Brasil. Segundo dados do Ministério da Saúde, são registrados menos de cinco casos por ano no país.
Causas
A difteria é causada pela bactéria Corynebacterium diphtheriae. Seu principal reservatório é o próprio paciente ou o portador — que é a pessoa que carrega a bactéria no corpo, mas não apresenta sintomas. A via respiratória superior e a pele são locais habitualmente colonizadas pela bactéria.
Transmissão da difteria
A transmissão da difteria ocorre pelo contato direto de pessoa doente ou portadores através de gotículas de secreção respiratória, que podem ser eliminadas por tosse, espirro ou ao falar. Em casos raros, pode ocorrer a contaminação por objetos pessoais capazes de absorver e transportar micro-organismos.
Em geral, leva cerca de 1-6 dias para a pessoa infectada começar a apresentar sintomas. No entanto, esse período pode ser mais longo. Uma pessoa infectada e doente pode transmitir a doença até duas semanas após o início dos sintomas, uma vez que após o tratamento as bactérias são eliminadas. No entanto, uma pessoa portadora pode eliminar o bacilo por 6 meses ou mais.
Sintomas
Os sintomas de difteria geralmente começam de um a seis dias após a pessoa se infectar. Os sinais incluem:
- Membrana grossa e acinzentada cobrindo a garganta e amígdalas
- Dor de garganta e rouquidão
- Gânglios inchadas (linfonodos aumentados) em seu pescoço
- Dificuldade em respirar ou respiração rápida
- Secreção nasal
- Febre e calafrios
- Mal-estar.
Em algumas pessoas, a infecção por difteria provoca apenas uma doença leve — em alguns casos, não há qualquer sintoma. Além da infecção comum na garganta, a difteria pode afetar a pele em casos raros, causando dor, vermelhidão e inchaço, que podem ser associados com outras infecções bacterianas da pele. Úlceras cobertas por uma membrana cinza também podem se desenvolver na difteria cutânea.
Diagnóstico
O diagnóstico de difteria é feito com base em um exame físico. O especialista pode pedir um exame de cultura, colhendo amostras da inflamação na garganta ou pele.
Fatores de risco
Qualquer pessoa está suscetível a adquirir difteria. No entanto, alguns grupos estão em maior risco:
- Crianças e adultos que não receberam a vacina
- Pessoas que vivem em condições de superlotação ou insalubres
- Pessoas que viajam para uma região onde a difteria é endémica.
Na consulta médica
Especialistas que podem diagnosticar difteria são:
- Clínico geral
- Pediatra
- Dermatologista
- Infectologista.
Tratamento
O tratamento de difteria é feito a partir da administração do medicamento antitoxina, que é injetado em uma veia ou no músculo e neutraliza a toxina da difteria que já circula no corpo. Também são utilizados antibióticos, como penicilina ou eritromicina. A equipe médica também pode remover algumas das membranas que se formam na garganta, caso elas estejam obstruindo a respiração.
Prevenção
Vacina para difteria
A melhor forma de prevenir a difteria é com a vacinação, que pode ser a partir das seguintes vacinas:
- Vacina tríplice bacteriana: a vacina clássica (difteria, tétano e pertussis acelular), está indicada para crianças com até sete anos de idade. Após essa data é utilizada a vacina de tríplice bacteriana acelular do tipo adulto
- Vacina pentavalente: é indicada para imunização ativa de crianças a partir de dois meses de idade contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e doenças causadas por Haemophilus influenzae tipo b.
Ambas vacinas estão disponíveis no calendário oficial do Ministério da Saúde. Pessoas que não tomaram essa vacina quando crianças devem buscar a imunização, principalmente profissionais da saúde, militares, policiais, bombeiros, profissionais da aviação, profissionais que viajam muito, coletores de lixo, dejetos e águas contaminadas, alimentos e bebidas, profissionais que trabalham com crianças ou animais, manicures e podólogos. Nestes grupos, a vacinação é especialmente indicada.
Complicações possíveis
Se não for tratada, a difteria pode causar inchaço dos gânglios linfáticos da garganta, obstruindo a respiração, podendo levar à morte. A toxina produzida pela bactéria pode levar a problemas neurológicos ou cardíacos.
Referências
-
Ministério da Saúde
- Organização Mundial da Saúde
- Fundação Oswaldo Cruz.