Formada em medicina pela Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP). Atualmente é reumatologista do Hospita...
iRedatora especialista na elaboração de conteúdo sobre saúde, beleza e bem-estar.
Realizou residência em Clínica Médica no Hospital Heliópolis (Unidade de Gestão Assistencial 1), em 2022, e residência m...
iO que é Osteopenia?
A osteopenia é o quadro clínico que representa a perda de massa nos ossos. Ao contrário do que muitos acreditam, essa condição não é uma doença, mas pode evoluir para uma osteoporose, enfermidade que aumenta o risco de fraturas ósseas.
A condição é mais frequente em mulheres na pós-menopausa, mas também pode atingir homens idosos. Isso acontece por conta do envelhecimento natural, processo em que os ossos ficam mais porosos e absorvem menos cálcio.
Causas
A massa óssea é formada durante a juventude e atinge o seu pico aos 30 anos de idade, quando passa a diminuir naturalmente. Nas mulheres, esse processo de redução pode ser ainda mais intenso porque, na menopausa, há uma diminuição nos níveis dos hormônios que facilitam a entrada de minerais nos ossos.
O grande problema é que, se tiver uma predisposição, com o passar dos anos, você pode acabar com um nível de massa óssea abaixo do considerado saudável. Além disso, existem alguns fatores de risco que favorecem a ocorrência de osteopenia, como:
- Baixa ingestão de bebidas lácteas e derivados
-
Idade avançada
-
Idade avançada
-
Pouca exposição ao Sol
-
Tabagismo
-
Alcoolismo
-
Menopausa precoce (antes dos 40 anos)
-
Peso corporal muito baixo ou acima do considerado saudável
-
Atividade física irregular ou sedentarismo
-
Uso prolongado de corticosteróides ou de outros medicamentos que aumentam a excreção de cálcio ou interfiram na formação óssea
-
Doenças que levam a uma má absorção das proteínas, como diarreias crônicas
-
Alimentação deficiente em alimentos ricos em cálcio e vitamina D na infância/adolescência
-
Doenças que implicam em uma deficiência no controle de vitamina D e cálcio nos ossos, como as da tireóide e as reumatológicas auto-imunes (artrite reumatóide, espondilite, lúpus)
Tipos
Como a osteopenia é um estágio anterior à osteoporose, ela não é dividida em graus ou subtipos. Entretanto, a densidade mineral óssea pode ser separada em três diferentes graus, de acordo com o T-score - ou seja, a nota da densidade óssea do paciente em comparação com os padrões definidos para o sexo e a idade. O valor é obtido a partir da densitometria óssea, que é um exame semelhante ao raio X.
Segundo a reumatologista Juliana Silvatti, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, os resultados são:
- Normal: quando o T-score é maior que -1
- Osteopenia: quando estiver entre -1 e -2,5
- Osteoporose: quando for menor ou igual a -2,5
Sintomas
Sintomas de osteopenia
A osteopenia não apresenta sintomas, sendo, portanto, uma doença silenciosa. Em alguns casos, ela pode se apresentar com fratura, dependendo da propensão para baixa massa óssea de cada paciente.
Osteopenia causa dor?
Normalmente, a osteopenia não causa dor, mas em casos raros pode levar à dor no quadril, no pescoço, nos ossos e nas costas.
Diagnóstico
O diagnóstico de osteopenia só pode ser confirmado por meio do exame de densitometria óssea, que é capaz de identificar anomalias mais precocemente do que os outros, que só mostram a perda de calcificação quando o quadro já está muito avançado.
Como é feito o exame?
Na densitometria óssea, o paciente é colocado em uma mesa parecida com a de raio X. O laser do aparelho vai, então, percorrer os órgãos a serem analisados, digitalizando os ossos e medindo a quantidade de radiação que eles são capazes de absorver.
O indicado é que o teste seja feito em, pelo menos, dois ossos diferentes, preferencialmente o quadril e a coluna vertebral - o que deve durar entre cinco e dez minutos.
“É importante enfatizar que é necessário não apenas um bom aparelho, mas também um bom técnico para operar essa máquina, além de um médico nos centros diagnósticos que avalie a qualidade do exame para que o laudo entregue ao paciente seja confiável”, alerta a especialista Juliana Silvatti. Isso porque a densitometria óssea será muitas vezes determinante para que a pessoa seja tratada ou não.
Buscando ajuda médica
A necessidade de uma consulta médica é dada através da presença de fatores de risco para fratura, como ser mulher em menopausa, homem acima de 70 anos, alguém que já sofreu fraturas sem motivo aparente ou tem uma doença que altere o metabolismo ósseo ou a absorção ou a excreção de cálcio no organismo.
As especialidades que podem diagnosticar e tratar a osteopenia são:
- Reumatologista
- Ortopedista
- Gerontologista
- Ginecologista
No consultório, o médico (reumatologista, ortopedista, gerontologista ou ginecologista) poderá avaliar o seu caso, recomendando ou não a realização de exames e o acompanhamento ao longo dos anos.
Tratamento
Tratamento para osteopenia
O tratamento para osteopenia se faz através da correção de alguma deficiência de sais minerais que compõem a matriz óssea e da mudança dos hábitos de vida do paciente. “Geralmente, orientamos a ingestão de cálcio por meio da dieta, o aumento da exposição ao Sol para elevar os níveis de vitamina D e a suplementação desses dois nutrientes quando necessário”, explica a reumatologista Juliana Silvatti.
O abandono de hábitos prejudiciais à saúde, como o tabagismo e o sedentarismo, também pode ajudar. “Atividades na água, incluindo natação e hidroginástica, não são indicadas, pois não ajudam na mobilização de cálcio e vitamina D para dentro dos ossos. Para essa função, as mais recomendadas são aquelas com um pouco de impacto, como corrida, musculação, caminhadas mais rápidas e dança”, orienta a reumatologista Tatiana Hasegawa.
Se houver um risco alto de fratura, os especialistas costumam indicar o uso dos mesmos medicamentos do tratamento de osteoporose, que devem promover o ganho de massa óssea ou diminuir a sua perda.
Tem cura?
Osteopenia tem cura?
A osteopenia não tem cura, pois é muito difícil reverter a osteopenia. Por isso, o objetivo principal do tratamento é evitar fraturas e a evolução do quadro para uma osteoporose.
Prevenção
Segundo a reumatologista Juliana Silvatti, a prevenção da osteopenia deve começar ainda na infância, se estendendo por toda a vida a partir de hábitos diários, como a ingestão suficiente de cálcio e a prática regular de atividades físicas, principalmente ao ar livre, para aumentar a exposição solar.
Além disso, o ideal é evitar o tabagismo e o alcoolismo, que podem aumentar a chance de desenvolver osteopenia. E para quem não conseguiu seguir essas dicas e já compõe o grupo de risco para esse quadro, a recomendação é mudar o estilo de vida o quanto antes e fazer um acompanhamento da saúde dos ossos com um especialista, principalmente após a menopausa.
“Discutir com o seu médico sobre terapia de reposição hormonal adequada e o momento certo para solicitar a primeira densitometria óssea é fundamental para um bom prognóstico e tratamento da doença”, completa a reumatologista Tatiana Hasegawa.
Complicações possíveis
A principal complicação da osteopenia é a evolução para a osteoporose, ou seja, um grau mais avançado de perda da massa óssea, que pode resultar em fraturas bem graves. Se isso acontecer nos quadris ou no fêmur, por exemplo, é possível que o paciente perca a capacidade de andar, ficando mais suscetível a infecções e doenças mentais, como depressão.
Referências
Sociedade Brasileira de Reumatologia
Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC)
Conselho Nacional de Técnicos em Radiologia (CONTER)