Psiquiatra e clínico geral, é pós-graduado em medicina tradicional chinesa e acupuntura pela Associação Mé...
iRedatora de conteúdos sobre beleza, família e bem-estar.
O que é Síndrome do pânico?
A síndrome do pânico é um tipo de transtorno de ansiedade no qual ocorrem crises inesperadas de desespero e de medo intenso de que algo ruim aconteça —mesmo que não haja motivo algum para isso. Geralmente, as crises estão associadas a sintomas físicos e emocionais e podem durar, em média, de 15 a 30 minutos.
Causas
As crises de síndrome do pânico costumam começar entre a fase final da adolescência e o início da idade adulta. Suas causas são desconhecidas, embora a ciência acredite que um conjunto de fatores possa desencadear o desenvolvimento deste transtorno. São eles:
- Genética
- Estresse
- Temperamento forte e suscetível ao estresse
- Mudanças na forma como o cérebro funciona e reage a determinadas situações.
Sintomas
Sintomas da síndrome do pânico
Ataques de pânico característicos da síndrome, geralmente, acontecem de repente e sem aviso prévio. Entre os sintomas e pensamentos de quem tem síndrome do pânico estão:
- Medo de perder o controle
- Medo da morte ou de uma tragédia iminente
- Sensação de estar fora da realidade
- Dormência e formigamento nas mãos, nos pés ou no rosto
- Palpitações, ritmo cardíaco acelerado e taquicardia
- Sudorese
- Tremores ou espasmos
- Dificuldade para respirar, falta de ar e sufocamento
- Calafrios
- Náusea
- Dores ou desconforto abdominal
- Sensação de estar com a garganta fechando
Saiba mais: Síndrome do pânico pode causar sensação de irrealidade?
Diagnóstico
Para realizar o diagnóstico, o médico poderá pedir exames físicos, como o exame de sangue, a fim de checar o funcionamento da tireoide, o eletrocardiograma, para verificar como está o coração, e um teste de síndrome do pânico, como uma avaliação psiquiátrica.
Durante a conversa, o profissional falará a respeito dos sintomas, situações que podem ter desencadeado momentos de estresse intenso, medos e preocupações, problemas de relacionamento e outras questões que possam estar prejudicando o paciente.
O diagnóstico será positivo para a síndrome do pânico se:
- A pessoa sofrer de ataques de pânico inesperados e frequentes
- Pelo menos um dos ataques tenha sido acompanhado de medo e angústia pela recorrência de um novo ataque e pelas consequências dessa nova crise, como perda de controle, ataque cardíaco ou mudanças súbitas de comportamento
- A pessoa evitar situações que possam desencadear em uma nova crise
- As crises de pânico não foram causadas por abuso de substâncias
Saiba mais: Entenda por que a síndrome do pânico tem diagnóstico difícil
Fatores de risco
A síndrome do pânico costuma afetar mais mulheres do que homens e pode ser desencadeada por alguns fatores considerados de risco, como:
- Situações de estresse extremo
- Morte ou adoecimento de uma pessoa próxima
- Mudanças radicais ocorridas na vida
- Histórico de abuso sexual durante a infância
- Ter passado por alguma experiência traumática, como um acidente
Tratamento
O principal objetivo do tratamento da síndrome do pânico é reduzir o número de crises, bem como a intensidade. As duas principais formas de tratamento são:
- Psicoterapia: a principal forma de psicoterapia é a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), ela pode ajudar o paciente a entender os ataques de pânico, a como lidar com eles no momento em que acontecerem e a ter uma vida cotidiana normal sem medo de ter um novo ataque
- Medicamentos: incluem os antidepressivos, como os inibidores seletivos da recaptação da serotonina, como paroxetina, citalopram e benzodiazepinas. Os sintomas devem reduzir progressivamente em algumas semanas
Saiba mais: Existem alimentos que possam controlar a ansiedade na síndrome do pânico?
Medicamentos
Os remédios para síndrome do pânico mais utilizados durante o tratamento são:
- Alprazolam;
- Alenthus XR;
- Anafranil;
- Apraz;
- Assert;
- Clomipramina;
- Clonazepam;
- Citalopram;
- Clopam;
- Diazepam;
- Efexor XR;
- Escitalopram;
- Exodus;
- Frontal;
- Lexapro;
- Paroxetina;
- Rivotril;
- Sertralina.
Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as orientações do seu médico e nunca se automedique.
Tem cura?
Os ataques de pânico podem durar muitos anos e ser de difícil tratamento. Algumas pessoas com essa síndrome podem não se curar totalmente com o tratamento. Entretanto, a maioria das pessoas obtém grande melhora com uma combinação de medicamentos e psicoterapia.
Convivendo (Prognóstico)
O tratamento ajuda o paciente a se recuperar da síndrome do pânico, mas algumas medidas auxiliares podem tornar o resultado ainda melhor do que o esperado:
- Siga à risca o tratamento e as orientações médicas
- Faça parte de um grupo de apoio e compartilhe suas experiências sobre a síndrome do pânico
- Evite o consumo exacerbado de cafeína e de bebidas alcoólicas
- Corte as drogas recreativas
- Pratique exercícios de relaxamento, como alongamentos, yoga, respiração profunda e relaxamento muscular
- Pratique exercícios físicos regularmente, em especial, atividades aeróbicas
- Vá dormir cedo e descanse. Horas regulares de sono podem ajudar a controlar o medo e a ansiedade
Saiba mais: Como ajudar o parceiro que está com síndrome do pânico?
Complicações possíveis
A síndrome do pânico não tratada pode levar a complicações, como:
- Desenvolvimento de algumas fobias específicas, como agorafobia
- Pessoas com síndrome do pânico têm mais probabilidade de ficar desempregadas, ser menos produtivas no trabalho e de ter relações pessoais difíceis, inclusive problemas matrimoniais
- Depressão
- Suicídio
- Alcoolismo e abuso de drogas
- Problemas financeiros
- Dependência de medicamentos contra a ansiedade
Saiba mais: Síndrome do pânico pode matar?
Referências
Associação Brasileira de Psiquiatria
Manual MSD