Médico endocrinologista graduado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, com residência em Endocrinologia no Instit...
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O que é IMC?
O IMC (Índice de Massa Corporal) é uma ferramenta usada para avaliar o peso ideal de um indivíduo, além de detectar casos de obesidade ou desnutrição em pessoas de diferentes idades.
É possível encontrar o resultado do índice fazendo uma conta que envolve a relação do peso de uma pessoa em quilos com a sua altura ao quadrado.
Para a avaliação de um paciente individualmente, no entanto, ele pode ser falho por não levar em conta a composição desse peso corporal, que pode ser composto por gordura, músculos, água e estruturas ósseas.
Cálculo IMC
O IMC é calculado dividindo o peso pela altura elevada ao quadrado. Ou seja, de forma mais simples, você multiplica sua altura por ela mesma e depois divide seu peso pelo resultado da última conta.
Por exemplo, uma pessoa com 1,70 m e 70 kg fará o seguinte cálculo:
- Altura multiplicada por ela mesma: 1,70 x 1,70 = 2,89
- Peso dividido pelo quadrado da altura: 70 / 2,89 = 24,22
Logo, essa pessoa tem IMC de 24.
Tabela de resultados do IMC
O IMC pode trazer os seguintes resultados:
IMC | Resultado |
Menos do que 18,5 | Abaixo do peso |
Entre 18,5 e 24,9 | Peso normal |
Entre 25 e 29,9 | Sobrepeso |
Entre 30 e 34,9 | Obesidade grau 1 |
Entre 35 e 39,9 | Obesidade grau 2 |
Mais do que 40 | Obesidade grau 3 |
IMC infantil
As faixas de IMC para as crianças mudam de acordo com a idade e o sexo. Segundo os dados disponibilizados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), é possível conferir o índice ideal para crianças até os 15 anos de idade.
- Confira a tabela de IMC para meninos
- Confira a tabela de IMC para meninas
IMC para idosos
Com a idade, a composição corporal muda: os músculos diminuem e o tecido adiposo aumenta. Por isso, o cálculo do IMC é igual, mas os resultados são diferentes em pessoas com mais de 60 anos. Veja abaixo:
IMC | Resultado |
Menos de 22 | Baixo peso |
Entre 22 e 27 | Peso normal |
Acima de 27 | Obesidade |
Isso ocorre porque a magreza excessiva na terceira idade pode estar relacionada ao aumento de chances de queda, fragilidade excessiva ou pode ser consequência de alguma doença de base.
Classificação do IMC
IMC abaixo do peso
Esse resultado pode representar alguma doença que está provocando o emagrecimento ou desnutrição.
No caso dos transtornos alimentares, como bulimia e anorexia nervosa, ainda é indicado o acompanhamento terapêutico. O estresse e a ansiedade também podem afetar a perda de peso, sendo indicadores de que o corpo precisa de tratamento.
Saiba mais: Como ganhar peso de forma saudável
IMC peso ideal
Estar dentro da faixa de peso normal significa ter um peso considerado adequado para sua altura, idade e sexo, de acordo com as faixas do IMC - momento de fazer a manutenção do peso.
Para manter o peso, é importante seguir uma dieta balanceada (não basta alimentos corretos, mas também quantidades corretas) para seu organismo. Devem ser avaliados peso, idade, composição corporal, presença de doenças e/ou comorbidades.
Saiba mais: Como fazer manutenção do peso ideal
IMC Sobrepeso
O sobrepeso é uma condição em que a pessoa pesa mais do que é considerado adequado para aquela altura, idade e sexo. O sedentarismo e os maus hábitos alimentares levam ao aumento dessa parcela de indivíduos com sobrepeso a cada ano.
Essa faixa, se analisada junto com outras medidas e índices, pode demonstrar um risco maior de doenças como diabetes tipo 2, dislipidemia (com colesterol HDL baixo e triglicérides altos), ácido úrico aumentado, hipertensão, entre outras.
Saiba mais: Tratamentos e cuidados para IMC sobrepeso
IMC Obesidade (graus 1, 2 e 3)
Somente o cálculo do IMC não é suficiente para diagnosticar obesidade. Na verdade, para além do IMC, são necessárias as seguintes medidas antropométricas: peso, estatura, espessura da dobra cutânea (bíceps, tríceps, subescapular e suprailíaca).
Depois, é encontrado o percentual de gordura, que se for maior do que 25% a 30%, já é considerado um nível de obesidade. O índice de massa corporal tem que estar maior que 30kg/m².
Saiba mais: Obesidade graus I, II e III: cálculo do IMC, tratamentos e cuidados
Considerações
O IMC não está sempre certo
A medida de IMC nem sempre representa a realidade. Por exemplo, o músculo é muito mais pesado que a gordura. Logo, um halterofilista terá um IMC muito alto, mas isso não se reflete em obesidade, já que a maior parte de sua massa corporal é formada por musculatura.
É importante levar em conta que a massa corporal é formada por água, gordura, músculos e ossos, e tudo isso precisa ser bem avaliado para medir a saúde de alguém corretamente.
Por isso, é de extrema importância consultar um especialista para que ele possa fazer a análise do IMC junto com outros índices e medidas usados para entender a composição corporal.
Existem alguns outros índices e medidas que podem ser usados, como:
- Medidas antropométricas: Nelas, é usado uma fita métrica e um adipômetro (instrumento que se parece com uma pinça) para medir a circunferência e quantidade de gordura nos braços, pernas e tronco, em alguns pontos estratégicos. Com isso, é possível avaliar onde a pessoa acumula mais peso.
- Bioimpedância: Esse exame, feito por um aparelho que dispara uma descarga elétrica fraca pelo corpo, consegue estimar o percentual de água, massa muscular e massa gorda do organismo.
- Circunferência abdominal: Essa medida ajuda a avaliar a quantidade de gordura visceral do paciente, que é a mais perigosa. Muitas pessoas, por exemplo, podem estar perto do IMC normal, mas, por apresentarem este tipo de acúmulo de gordura, têm um risco aumentado de doenças metabólicas, como diabetes, hipertensão, colesterol ruim alto, etc. Na América do Sul, as medidas ideias são abaixo de 80 centímetros no caso de mulheres e abaixo de 90 cm nos homens.
- Relação cintura-quadril: Esta medida também ajuda a olhar onde está o acúmulo de gordura de cada pessoa. Existem organismos que acumulam mais gordura na barriga (corpo em forma de maçã) e outros que têm mais tecido adiposo nos quadris (corpo em forma de pera). O primeiro tipo tem um risco maior de acúmulo de gordura visceral e de apresentar doenças metabólicas.
Referências
Roberto Zagury, endocrinologista (CRM-RJ 798.274), membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), mestre em nutrologia e professor de pós-graduação em Medicina do Exercício da Universidade de Maringá