Joji Ueno é ginecologista-obstetra. Dirige a Clínica Gera e o Instituto de Ensino e Pesquisa em Medicina Reprodutiva de...
iA pílula anticoncepcional é um dos métodos contraceptivos mais comuns. No entanto, sua eficácia não é de 100% e, por isso, qualquer mulher corre o risco de engravidar, mesmo tomando o medicamento regularmente. Além disso, alguns fatores podem contribuir para alterar a eficácia da pílula, elevando o risco de uma gestação.
Dentre os riscos mais comuns destacam-se:
- o uso de antibióticos
- deixar de ingerir a pílula na periodicidade correta
- apresentar quadro de diarreia ou vomito após ter ingerido a pílula
- trocá-la por outro método contraceptivo e não usar preservativo nas primeiras semanas.
O uso contínuo, diário e no mesmo horário é essencial, afinal o organismo tem de receber a dose diária do hormônio de maneira correta para que sua eficácia esteja mais garantida. São essas doses hormonais que irão prevenir a gravidez, pois elas atuam inibindo a ovulação e, com isso, evitando a fecundação. Caso ocorra esquecimento de mais de 12 horas, é importante atentar-se que a proteção contraceptiva estará reduzida neste ciclo. Ao se aproximar do final da cartela, o risco de falha do método contraceptivo fica cada vez maior.
Já alguns antibióticos podem cortar o efeito da pílula anticoncepcional, por isso é importante conversar com o médico para esclarecer sobre tais reações. Antialérgicos também podem interferir na proteção contraceptiva oferecida pelas pílulas. Outra questão refere-se aos episódios de vômitos ou diarreia que também podem interromper a eficácia da pílula. Em um quadro de diarreia, o intestino deixa de absorver determinados nutrientes, incluindo, os hormônios compostos na pílula, aumentando a ineficácia do medicamento. E o mesmo ocorre se houver vômito, pois o estômago não consegue absorver as substâncias que ajudam a impedir a concepção de um bebê. Nessas duas situações, é preciso tomar a pílula novamente.
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E se eu engravidar tomando pílula?
Caso alguma ocorrência tenha sido suficiente para interferir na eficácia do medicamento e a paciente esteja grávida, o fato de estar ingerindo a pílula não é motivo para alarde. Embora a pílula provoque uma alteração hormonal necessária para que organismo interrompa a ovulação, as pílulas não contêm carga elevada de hormônios que possam prejudicar a gestação. A baixa quantidade de hormônio presente na pílula não deve fazer mal ao feto em desenvolvimento, afinal em poucos dias eles serão substituídos pelos hormônios da gravidez.
É importante ressaltar que a pílula anticoncepcional deve ser ingerida sob a prescrição médica. Atualmente, existem opções com baixa dosagem de estrogênio que também são bem eficazes, desde que sejam administradas corretamente. A eficácia contraceptiva não depende da dose de estrogênio, e sim da progesterona contido na pílula. A pílula, não é indicada apenas para prevenir uma gravidez indesejada, mas pode ajudar a regular o ciclo menstrual, diminuir o fluxo e a ocorrência de cólicas e até proteger contra alguns tipos de cânceres como ovário e endométrio.