Sou graduada em educação física há 12 anos, pós-graduada em condicionamento físico para grupos especiais e fisiologia do...
iSegundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), a estimativa brasileira para 2014/2015 é que sejam diagnosticados 576 mil casos novos da doença, incluindo os casos de pele não melanoma. O câncer de pele do tipo não melanoma (182 mil casos novos) será o mais incidente, seguido pelos tumores de próstata (69 mil), mama feminina (57 mil), cólon e reto (33 mil), pulmão (27 mil), estômago (20 mil) e colo do útero (15 mil).
Muito embora a incidência da doença seja alta, os avanços no diagnóstico e tratamento aumentaram a taxa de sobrevida e qualidade de vida dos pacientes. Aliado ao tratamento, outras variáveis como a prática da atividade física passaram a fazer parte das recomendações para melhora nos índices de bem-estar e redução dos efeitos colaterais do tratamento, além dos efeitos tardios.
A atividade física pode contribuir consideravelmente na prevenção do câncer, atuando como protetor ao desenvolvimento da doença. Durante o tratamento, reduz efeitos colaterais como a fadiga e, após a fase crítica, contribui para a recuperação da autonomia, minimizando possíveis efeitos tardios do tratamento oncológico, além de atuar na prevenção de câncer recorrente ou segundo tumor.
Durante o tratamento, especificamente, são encontradas melhoras na autoestima, pois evita o isolamento, estresse psicológico, fadiga e dores corporais. Exercícios também melhoram o condicionamento físico e a força.
De acordo com a United States Department of Health and Human Services, quando um indivíduo encontra-se em situação crônica de saúde deve-se manter ativo tanto quanto a sua condição permitir. Evita-se, então, a inatividade ao primar pela indicação de que qualquer trabalho físico é melhor do que o sedentarismo. Dessa forma, ainda que as capacidades para as atividades e os seus efeitos possam apresentar diferenças, dependendo do diagnóstico e tratamento, é importante que pequenos momentos ativos sejam incorporados à rotina do paciente.
Atividades como pequenas caminhadas, pedalar na bicicleta ergométrica, alongamentos, ioga, pilates e treinamento com pesos leves podem ser praticados por serem mais lentos e exigirem esforços reduzidos do praticante. Como os ciclos de quimioterapia são variados e os efeitos colaterais costumam se agravar em alguns momentos, a sugestão é aproveitar os dias em que o desconforto é menor para a prática de atividades físicas leves.
Os órgãos que estudam a doença mundialmente como o CDC (Center for Disease Control and Prevention), ACSM (American College Sports Medicine), American Heart Association e o NCCN (National Comprehensive Cancer Network) fazem para os pacientes oncológicos a mesma recomendação feita para adultos saudáveis: 30 minutos de atividades físicas diárias, que podem ser divididos em sessões de 10 e 15 minutos, com as ressalvas comentadas anteriormente.
Portanto, pequenos momentos ativos são importantes para a melhora do quadro geral do paciente, ainda que seja preciso parar para descansar durante o exercício. A insistência vale a pena para que melhoras no bem-estar ocorram.