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Um recente estudo, publicado no periódico científico Circulation: cardiovascular Genetics, revelou que pessoas com baixa estatura podem ser mais saudáveis. De acordo com a análise, os baixinhos correm um risco 69% menor de ter trombose venosa profunda, condição em que coágulos de sangue (trombos) se formam e impedem o fluxo sanguíneo nas veias. O problema maior é quando um coágulo se desprende e se movimenta na corrente sanguínea, em um processo chamado de embolia. Uma embolia pode ficar presa no cérebro, nos pulmões, no coração ou em outra área, levando a lesões graves.
Na investigação, pesquisadores da Universidade Lund, na Suécia, utilizaram dados de mais de 2 milhões de pessoas, homens entre os anos 1950 e 1990 e mulheres recentemente grávidas entre 1969 e 2010. Para impedir conflitos de fatores genéticos e ambientais, os cientistas analisaram participantes da mesma família.
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Os resultados identificaram que os homens com menos 1,60 metro tinham 65% menos risco de desenvolver trombose do que aqueles com 1,80m ou mais. Entre as mulheres, o risco caiu 69% para aquelas com menos de 1,55 metro em relação as com 1,80m ou mais.
No entanto, os autores do estudo ainda não descobriram a explicação dessa relação, porém existem hipóteses que isso ocorre devido ao fato de que as pernas, parte do corpo em que os trombos ocorrem com mais frequência, são mais curtas em pessoas mais baixas. Desta forma, o surgimento de coágulos seria mais incomum.
"Indivíduos mais altos possuem veias mais longas, ou seja, há uma área superficial maior para esses problemas ocorrerem. Há também maior pressão gravitacional nas veias das pernas de pessoas mais altas, o que pode aumentar o risco do fluxo sanguíneo desacelerado ou interrompido", disse ao CBS News Bengt Zoller, principal autor do estudo.
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Essa descoberta é uma excelente notícia para os baixinhos, mas se você está entre a turma dos gigantes não precisa é preciso se preocupar. Isso porque a altura não é algo que as pessoas possam controlar, contudo o estudo ajuda a entender a condição e suas tendências. "A altura da população tem aumentado com o passar dos anos, e continua a aumentar, o que pode ter contribuído para o aumento da incidência de trombose", explicou Zoller.
Entretanto, a pesquisa possui algumas aberturas. Para análise, os autores não consideraram fatores como estilo de vida da infância dos participantes, dieta, atividade física e se os pais fumavam ou não.