Redatora de saúde e bem-estar, autora de reportagens sobre alimentação, família e estilo de vida.
O principal desafio ao lidar com meningite bacteriana é conseguir diagnosticar a doença. Pelo fato de a maioria das crianças apresentarem sintomas inespecíficos nas primeiras quatro à seis horas1, o tempo que os médicos têm para identificar a doença meningocócica é muito curto, já que ela pode levar o paciente a óbito em até 24 horas1.
Muitas crianças não são hospitalizadas no primeiro atendimento justamente pelos primeiros sintomas serem confundidos com doenças corriqueiras, como uma virose1,2. É preciso, então, que os pais e cuidadores estejam atentos aos sinais, pois quanto antes a doença for identificada, maior é a chance de sucesso no tratamento1.
Para que a meningite bacteriana possa ser diagnosticada e tratada mais rapidamente, ao observar os seguintes sintomas na criança, procure um médico:
Febre alta
A febre é um dos sintomas iniciais da meningite meningocócica em crianças com menos de cinco anos. Em bebês, com menos de um ano, a febre apresenta-se já nas primeiras quatro horas de infecção1.
Dor de cabeça
Crianças com mais de cinco anos podem apresentar dor de cabeça como sintoma da meningite. A dor de cabeça aparece normalmente nas primeiras seis horas após a infecção1.
Sonolência
A sonolência apresenta-se como um dos sintomas iniciais da doença meningocócica. Em bebês com menos de um ano de idade esse sintoma se manifesta logo nas primeiras quatro horas1.
Perda de apetite e vômitos
A meningite também pode fazer com que bebês com menos de um ano tenham perda do apetite, além de provocar vômitos1. Na dúvida, consulte o pediatra imediatamente, relatando outros sintomas que o bebê possa estar apresentando.
Mãos e pés gelados
Bebês e crianças podem ficar com as mãos e pés gelados quando estão infectadas pela bactéria causadora da doença meningocócica1.
Irritabilidade
Bebês e crianças até quatro anos apresentam irritabilidade como um dos sintomas iniciais da doença meningocócica. Esse sintoma aparece logo nas primeiras quatro horas da infecção pela bactéria causadora da meningite1.
Erupção cutânea
A erupção cutânea é o primeiro sintoma clássico da doença meningocócica a surgir. Em bebês com menos de um ano costuma emergir em até oito horas após o início da doença1.
Intolerância à luz
Entre 13 e 16 horas do início da doença, o bebê pode começar a se incomodar com a claridade, condição conhecida como fotofobia1. Nesse caso, não se pode deixar para depois: os pais ou cuidadores devem estar cientes dos sintomas iniciais para evitar atraso na busca por cuidados médicos1.
Convulsão
A convulsão aparece como um dos sintomas mais tardios, podendo manifestar-se, em bebês com menos de um ano, entre 13 à 16 horas após o início da doença1.
Moleira elevada
Em recém-nascidos e bebês de poucos meses, é possível observar que, nos casos de doença meningocócica, a moleira fica um pouco estufada. Em média, esse sinal aparece depois de 15 horas da infecção, e indica que o bebê precisa de tratamento médico imediato1.
Rigidez na nuca
Bebês com menos de 1 ano podem apresentar esse sintoma após 13 a 16 horas depois do início da infecção1.
Se seu bebê receber diagnóstico positivo para a doença meningocócica, é importante que adultos ou crianças que tiveram contato próximo com ele busquem um médico para avaliar sua condição clínica e descobrir se foram ou não expostos à bactéria dentro de 24 horas do diagnóstico inicial. Isso pode prevenir que a doença seja transmitida. Lembre-se de avisar o berçário, creche ou escola frequentada pelo bebê ou criança3.
Saiba mais: Meningite: 11 sintomas, transmissão, vacina e tem cura?
Prevenção contra a doença meningocócica
A doença meningocócica pode ser transmitida facilmente por meio de gotículas de saliva4. Ela é causada pela bactéria Neisseria meningitidis, que possui 12 sorogrupos diferentes4. Destes sorogrupos, apenas cinco (A, B, C, Y e W) são responsáveis por quase todos os casos sorogrupados da doença meningocócica no Brasil5.
A vacinação também é um dos meios de prevenção da doença meningocócica6. O uso de máscaras e o hábito de lavar as mãos também são formas de prevenção contra a meningite bacteriana.7,8
O Programa Nacional de Vacinação oferece a população a vacina contra a meningite C. Para mais informações sobre as formas de prevenção contra meningite bacteriana consulte seu médico9.
Material dirigido ao público em geral. Por favor, consulte seu médico.
Referências:
1. THOMPSON, M.J. et al. Clinical recognition of meningococcal disease in children and adolescents. Lancet 2006; 367: 397-403.
2. PARANÁ. Secretaria de Saúde. Doença meningocócica - CID10 A39: doenças infecciosas e parasitárias. Disponível em: http://www.saude.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=517. Acesso em: 15 mar. 2018.
3. IMMUNIZATION ACTION COALITION. Meningococcal: Questions and Answers. Information about the disease and vaccines. Disponível em: http://www.immunize.org/catg.d/p4210.pdf. Acesso em 15 mar. 2018.
4. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Meningococcal Meningitis Factsheet N°141. Disponível em: http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs141/en/. Acesso em 15 mar. 2018.
5. Pesquisa realizada na base de dados DATASUS, utilizando os limites "UF NOTIFICAÇÃO" para Linha, "FAIXA ETÁRIA" para Coluna, "CASOS CONFIRMADOS" para Conteúdo, "2016" para Períodos Disponíveis, "MM", "MCC" e "MM+MCC" para Etiologia, "Selecionar Sorogrupo desejado" para Sorogrupo e "TODAS AS CATEGORIAS" para os demais itens. Dados enviados pelo Ministério da Saúde através do Sistema de Informação ao Cidadão em 23 fev. 2017.
6. YOGEV, R. et al. Meningococcal disease: the advances and challenges of meningococcal disease prevention. Hum Vaccin. 2011;7(8):828-837.
7. CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. Meningococcal Disease (Neisseria meningitidis). Disponível em: https://wwwnc.cdc.gov/travel/diseases/meningococcal-disease. Acesso em: 21 mar. 2018.
8. CASTINERAS, T.M.P.P. et al. Doenca meningococica. In: Centro de Informação em Saúde para Viajantes. Disponível em: www.cives.ufrj.br/informacao/dm/dm-iv.html. Acesso em: 21 mar. 2018.
9. BRASIL. Portal da Saúde. Calendário Nacional de Vacinação 2018. Disponível em: http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/jpg/2018/janeiro/30/calendario-vacinal-2018.jpg. Acesso em: 15 mar. 2018.