Redatora especializada na produção de conteúdo para família, beleza e alimentação.
A hipertensão é caracterizada por níveis elevados da pressão arterial, podendo ser controlados com tratamentos que alinham a medicação adequada a mudanças no estilo de vida.
Por ajudar no controle da doença, o uso adequado é muito importante. Mas e se o paciente, por algum motivo, ficar sem os remédios? Conversamos com especialistas para entender melhor como o hipertenso reage sem a medicação. Veja mais abaixo!
O que fazer se meu medicamento está em falta?
Antes de mais nada, procure seu médico para obter informação individual do seu caso em específico. A pressão arterial elevada pode causar várias complicações e sintomas, bem como sequelas graves em órgãos mais frágeis, como cérebro, olhos, rins e coração. "Se não houver possibilidade de compra, discuta com seu médico sobre uma possível substituição ou outras estratégias de tratamento", recomenda o cardiologista Bruno Valdigem.
Dessa forma, conversar com seu médico com franqueza sobre condições financeiras e uso do remédio é fundamental. A função dele é adequar a medicação com à qualidade de vida do paciente - o tratamento deve ser uma parceria.
Além disso, o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza medicamentos para hipertensão, como Furosemida, Espironolactona, Maleato de enalapril, Atenolol, entre outros. Se você já usa esse recurso e o seu remédio está em falta, é possível entrar em contato com a ouvidoria do SUS. A mesma coisa acontece se seu medicamento está em falta e você tem plano de saúde. Nesse caso, procure a ouvidoria dos planos de saúde.
Saiba mais: Alimentação saudável pode controlar a hipertensão
Medicamentos receitados para hipertensão
Existem diferentes classes medicamentosas para reduzir a pressão arterial, que agem em mecanismos distintos. O tratamento da hipertensão deve ser individualizado. A depender do perfil do paciente hipertenso, algumas classes podem ser mais adequadas que outras. Vale ressaltar que muitas vezes se faz necessário associar classes de medicações com mecanismos distintos, pois essa estratégia possibilita uma maior efetividade no controle da pressão arterial e na proteção cardiovascular. Entre os medicamentos usados para controlar a PA estão:
- Inibidores da enzima conversora da angiotensina: eles impedem a angiotensina I de se converter em angiotensina II, essa última responsável pelo aumento da pressão arterial
- Antagonistas dos receptores da angiotensina (ARA): bloqueia a ação da angiotensina II em um dos receptores que ele atua
- Betabloqueadores: agem no sistema nervoso simpático, que tem como uma das funções reagir ao estresse
- Diuréticos: aumentam a excreção de água e sódio do organismo e também tem ação vasodilatadora, reduzindo a pressão sanguínea
- Antagonistas de cálcio: bloqueiam a ação do canal de cálcio com consequente dilatação das artérias.
Posso aumentar os intervalos com que tomo o medicamento?
Enquanto o medicamento estiver fazendo efeito no organismo do paciente, a pressão fica controlada. Segundo o cardiologista Bruno Valdigem, a meia vida (duração eficaz) do Cloridrato de Propranolol, um dos remédios receitados para hipertensão, é de oito a 12 horas. Enquanto a do Losartana potássica é de 12 a 24 horas.
Isso mostra que pode variar para cada medicamento, ou seja, após esse período a pessoa está desprotegida. Por isso é importante buscar um médico para que ele receite a melhor opção de substituição.
É muito comum que o paciente aumente os intervalos com que toma o medicamento para economizar antes que acabe, mas é necessário seguir as orientações receitadas pelo médico. De acordo com o cardiologista, qualquer medicamento precisa de cerca de cinco doses para atingir o efeito desejado. "A intermitência pode ser pior, causando picos e vales de pressão. Essa atitude é ainda mais arriscada do que estar com a pressão constantemente alta", explica.
Saiba mais: 15 maneiras de prevenir e controlar a hipertensão
Como a falta prejudica o paciente?
O paciente que fica sem a medicação por alguns dias pode apresentar os seguintes sintomas:
- Dor de cabeça
- Cansaço
- Palpitações
- Arritmias
- Acidente vascular cerebral (AVC ou derrame)
- Infarto
- Cegueira.
Vale lembrar que alinhar a medicação com hábitos de vida mais saudáveis é a melhor forma de tratar a pressão arterial. Os especialistas recomendam:
- Manter o peso adequado, se necessário, mudando hábitos alimentares
- Não abusar do sal, utilizando outros temperos que ressaltam o sabor dos alimentos
- Praticar atividade física regular
- Aproveitar momentos de lazer
- Abandonar o fumo
- Moderar o consumo de álcool
- Evitar alimentos gordurosos
- Controlar o diabetes e outras comorbidades.
Referências
- Bruno Valdigem, Cardiologista e Arritmologista do Dante Pazzanese e Albert Einstein (CRM-SP 118535)
- Luiz Aparecido Bortolotto, Cardiologista e Diretor da Unidade de Hipertensão Arterial do InCor HC-FMUSP (CRM-SP 51365).