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Devido à grande capacidade de propagação do novo coronavírus (SARS-CoV-2), é preciso se atentar aos principais meios de contágio. Atualmente, sabe-se que a transmissão do vírus ocorre, principalmente, pelo contato direto com gotículas respiratórias expelidas pela boca e nariz, que são emitidas através de espirros, tosse e fala.
Por esse motivo, o uso de máscaras passou a ser recomendado de maneira ampla e obrigatória, com o intuito de diminuir o alcance do vírus. No entanto, especialistas alegam que é preciso ter cuidados ao utilizar esse equipamento - especialmente se ele for produzido em casa, de forma caseira.
Tipos de máscara
Os tipos de máscara que estão disponíveis no mercado englobam modelos que são direcionados especificamente para trabalhadores da área da saúde. Estes mesmos produtos foram amplamente utilizados pela população logo no início da pandemia, quando as opções caseiras ainda não eram indicadas para uso.
As máscaras de uso profissional são elaboradas com diversos materiais e possuem funcionalidades diferentes. Porém, embora sejam seguras, elas podem aumentar o risco de infecção quando não são usadas corretamente. Entre os tipos mais comuns, estão:
- Máscara cirúrgica: De acordo com o médico infectologista Matheus Todt, esse tipo de máscara é feito com um material semelhante a um tecido fino, sendo capaz de impedir que secreções respiratórias sejam dispersadas no ambiente por quem está usando.
- Máscara N95: Também chamada de "bico de pato", Matheus explica que essa máscara possui um material um pouco mais grosso e pode proteger o usuário de micro-organismos que estejam em suspensão no ar, como o bacilo da tuberculose (mycobacterium tuberculosis)
- Máscara PFF2: O enfermeiro infectologista Milton Monteiro Junior conta que, assim como a N95, esse tipo de máscara possui carvão ativado em sua composição e maior entrelaçamento das fibras, impedindo que vírus entrem em contato com a mucosa nasal.
Máscaras caseiras funcionam?
Diante do pânico em torno da pandemia, iniciou-se uma grande procura da população por máscaras, na esperança de reforçar a proteção contra a COVID-19. Como consequência da alta demanda pelos equipamentos de proteção individual (EPI), o produto começou a ficar em falta, fazendo com que os órgãos de saúde nacionais e internacionais passassem a recomendar o uso de máscaras caseiras.
Isso porque, apesar de não funcionarem da mesma forma que as máscaras cirúrgicas, as máscaras de tecido fornecem uma barreira contra as gotículas que possam transmitir o vírus, garantindo mais proteção contra a disseminação da doença. Além disso, o uso generalizado de máscara previne que pacientes assintomáticos, que carregam o vírus e não sabem, propaguem a COVID-19.
As recomendações do Ministério da Saúde para a fabricação e uso dos modelos caseiros envolvem:
- Buscar a confecção de máscara com, pelo menos, duas camadas de pano, como algodão, tricoline ou TNT
- Manter a máscara para uso exclusivamente individual
- Deixar a máscara cobrir totalmente boca e nariz, além de ficar bem ajustada ao rosto
Ressalta-se ainda que a adesão às máscaras (cirúrgicas ou caseiras) é apenas um dos recursos de combate à propagação do coronavírus. Para que seja efetiva, esta ação deve sempre ser associada à etiqueta respiratória, higienização das mãos e distanciamento social.
Em casos de suspeita de infecção pelo novo coronavírus, é recomendado que o indivíduo evite qualquer contato com outras pessoas e busque auxílio médico imediato em hospitais ou unidades de saúde, segundo o Ministério da Saúde.
Ao optar pelas máscaras caseiras, também é preciso seguir alguns cuidados tanto durante a utilização quanto na higienização, evitando que se obtenha o efeito oposto ao da proteção desejada, aumentando o risco de contaminação.
Como lavar máscaras caseiras
Por conta de qualquer possível contato e exposição das máscaras caseiras ao vírus, devem ser seguidos alguns procedimentos cautelosos na hora de lavá-las. São eles:
- Lave as mãos com água e sabão antes de colocar e retirar a máscara, pois isso evita que o vírus entre em contato com o rosto
- Lembre-se de remover a máscara pelo laço ou parte traseira, evitando tocar a parte frontal
- Deixe a máscara de molho por 30 minutos em uma mistura de 1 parte de água sanitária com 50 partes de água potável (ou 20ml de água sanitária para 1L de água)
- Em seguida, lave a máscara com água e sabão em pó ou detergente
- Deixe a máscara secar antes de utilizá-la novamente, preferencialmente passando ferro quente antes
- Troque a máscara quando esta apresentar sinais de sujeira ou umidade
- Descarte-a em caso de deterioração
Quem deve usar máscara?
A indicação do uso de máscaras é, atualmente, válido para toda a população. Os modelos mais específicos de EPI, como a N95 e PFF2, são prioritários para os profissionais na área da saúde, que estão atendendo pacientes doentes ou com suspeita de contaminação pela COVID-19.
O infectologista Matheus Todt conta que a máscara cirúrgica não deve ser utilizada de forma indiscriminada, principalmente por aqueles que não estão doentes. O principal meio de contágio do novo coronavírus ocorre pelas mãos e superfícies contaminadas, logo, a máscara sozinha não é capaz de proteger uma pessoa saudável de se infectar.
Dessa forma, a adoção de outras medidas de combate ao vírus, simultaneamente ao uso máscaras caseiras, é recomendada pelos órgãos de saúde, devido ao aumento efetivo na proteção contra a COVID-19. Pacientes infectados ou com suspeita da doença podem utilizar a máscara cirúrgica simples.
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