Dermatologista, é membro efetivo e diretora científica da Sociedade Brasileira de Medicina Estética (RJ), coordenadora m...
iA perda acentuada de fios atinge tanto homens quanto mulheres, e pode começar a se manifestar em torno dos 20 anos de idade. São as chamadas alopecias, que são tipos de queda de cabelo com padrões e causas diferentes.
Junto a um dermatologista, entender qual é o tipo de alopecia torna mais fácil o sucesso do tratamento. As alopecias são classificadas em cicatriciais ou não cicatriciais. Entenda cada uma delas!
Alopecia cicatricial
A alopecia cicatricial é um das formas mais raras do problema, mas podem gerar quadros de perda definitiva dos cabelos e causam danos no couro cabeludo muitas vezes irreversível. Por isso é essencial identificar logo o problema e iniciar o tratamento o mais rapidamente possível.
Ela surge e se desenvolve em decorrência de algumas doenças, assim os sintomas também variam de acordo com a patologia.
A alopecia cicatricial é divididas em dois tipos:
- A primária, que está relacionada às doenças onde os folículos capilares sofrem uma reação inflamatória destrutiva, tais como, doenças congênitas e autoimunes, bem como por processos inflamatórios e infecciosos. Dentre as principais causas encontram-se o lúpus eritematoso discóide
- diabetes
- líquen plano pilar
- alopecia frontal fibrosante
- alopecia central centrífuga
- celulite dissecante do couro cabeludo entre outras
- Já a secundária envolve quadros, como, por exemplo, radiação, queimaduras, produtos químicos, traumas, infecções, doenças dermatológicas e tumores. Todas elas incidem de forma indireta nos folículos capilares, mas dependendo do grau de agressão, podem resultar em danos permanentes, especialmente no caso de queimaduras.
Além do mais, o problema pode se apresentar de maneiras diferentes em cada pessoa. Alguns casos manifestam a princípio somente a queda de cabelo, similar a alopecia areata, o que pode levar a um equívoco no diagnóstico, portanto é primordial que a investigação médica seja meticulosa.
Outros pacientes demonstram vários sintomas, como coceira, sensibilidade, ardência, vermelhidão, dor ou formação de placas e pústulas. Normalmente a calvície começa em áreas pequenas, com contornos irregulares, que avançam gradualmente. Ainda é comum que a pele das áreas afetadas fique mais lisa, com uma fenda por onde os fios nascem.
É fundamental que a alopecia cicatricial seja diagnosticada precocemente, pois deste modo é possível garantir que os folículos não sejam destruídos totalmente e, assim se pode evitar que atinja um estágio muito avançado.
Por meio de testes, análise dos fios em microscópio, cultura de secreções e biópsia do couro cabeludo se avaliza um diagnóstico preciso e a indicação adequada do tratamento que deve ser adotado.
Em geral, os tratamentos são longos, com o uso de antibióticos, antiinflamatórios ou corticosteróides, e precisam ser mantidos até que o processo da queda do cabelo seja interrompido.
O problema pode ser solucionado de forma satisfatória, mas nenhum deles atualmente é capaz ainda de recuperar os folículos já destruídos. No entanto, nos casos onde os prejuízos são adiantados e extensos, após o tratamento para frear o problema, é possível realizar uma cirurgia reparadora, como o implante capilar. É necessário estabilizar primeiro o quadro e não registrar quedas, no mínimo, por dois anos.
Alopecias não cicatriciais
Alopecia androgenética
A maioria das pessoas que são afetadas pela perda do cabelo pode sofrer ainda com a alopecia androgenética, que é até bastante frequente. Esta alopecia é uma reação aos hormônios masculinos no corpo, especificamente o DHT (diidrotestosterona), que atua dentro dos folículos, e que desencadeia a morte das células que produzem os fios.
Ela pode atingir tanto homens (mais comum) quanto mulheres. Muitas vezes as mulheres fazem quadros chamados androgênicos, ou seja, a alopecia se comporta com padrão semelhante ao masculino, porém sem alteração dos hormônios do eixo masculino.
Alopecia areata
Vale destacar também que a alopecia areata é o caso mais comum na perda de calvície feminina. É caracterizado por áreas de perda do cabelo e se deve a alteração no sistema imunológico.
É o tipo de queda de cabelo que leva ao aparecimento de uma área pequena e arredondada totalmente sem cabelos (pelada) e do tamanho de uma moeda ou maior. Raramente, ocorre a perda completa dos cabelos do couro cabeludo e do corpo. Esta alteração pode acometer crianças e adultos em qualquer idade.
Alopecia de tração
A alopecia de tração também acomete mais comumente as mulheres que tendem a usar cabelos presos por muito tempo (em algumas profissões esses penteados são obrigatórios), bem como uso de penteados com tranças muito repuxadas e apertadas.
As mulheres em geral percebem áreas de falha que podem aparecer em qualquer região do couro cabeludo, porém tendem a ser mais comuns na região das têmporas ou na linha de implantação dos cabelos na testa.
Causas da queda de cabelo
Além disso, outras causas podem provocar calvície, sendo que boa parte costuma ser transitória:
- Febre alta, infecção grave
- Doenças da tireóide (hipotireoidismo e hipertireoidismo)
- Medicamentos
- Infecção por fungos
- Grandes cirurgias e doenças crônicas
- Deficiência de ferro, vitaminas e outros minerais
- Cosméticos, procedimentos químicos e cuidados inapropriados
- Tratamentos oncológicos
- Pílulas anticoncepcionais
- Dieta inadequada em proteínas