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O Ministério Público do Trabalho (MPT) publicou no início do ano uma nota técnica com novas medidas de proteção para trabalhadoras gestantes e que estão no puerpério durante a pandemia. Entre as recomendações está o afastamento remunerado desse grupo de mulheres durante a segunda onda do novo coronavírus.
Ao todo são sete medidas indicadas, como reorganizar ou retirar escalas de trabalho presencial de gestantes e garantir que elas possam executar as atividades de modo remoto - home office. Caso o trabalho exercido não possa ser realizado à distância, elas devem ser dispensadas das atividades presenciais com remuneração assegurada. Leia todas as medidas aqui.
Essas adaptações no trabalho ou afastamento devem ocorrer durante todo o período que o risco de contaminação estiver em alta. As medidas valem tanto para as grávidas em qualquer idade gestacional quanto para as puérperas até duas semanas após o parto, incluindo as que tiveram aborto ou perda fetal.
As orientações são direcionadas às empresas, sindicatos e órgãos da administração pública, e foram desenvolvidas levando em consideração um estudo que revela aumento da morbimortalidade de gestantes e puérperas pela COVID-19 no país. De acordo com a pesquisa, o número de mortes dessas mulheres por causa do coronavírus é 3,4 vezes maior no Brasil, fazendo com que o país concentre 77% do total de mortes entre mulheres nessa situação no mundo.
COVID-19 e os riscos para as gestantes
Por serem mais vulneráveis a infecções, grávidas e puérperas fazem parte do grupo de risco da COVID-19. Mas esse não é o único motivo que as colocam no grupo. De acordo com uma pesquisa publicada no American Journal of Obstetrics and Gynecology, a taxa de mortalidade de gestantes com COVID-19 é 13 vezes maior que a da população geral com a mesma idade.
Além disso, cientistas do Brasil descobriram em um estudo que grávidas infectadas pelo novo coronavírus têm mais chances de desenvolver pré-eclâmpsia. O risco de parto prematuro, de internação em UTIs e de receberem ventilação mecânica também é maior neste grupo de mulheres, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).
Por isso, gestantes precisam adotar cuidados preventivos redobrados, principalmente no final da gestação, quando o útero fica maior e acaba comprimindo o pulmão, aumentando a sensação de cansaço. Entre os cuidados tem:
- Lavar as mãos com água e sabão
- Usar álcool em gel para higienizar as mãos
- Evitar tocar nos olhos, nariz e boca
- Usar máscara para cobrir nariz e boca
- Evitar aglomerações.
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