Redação formada por jornalistas especializados em alimentação, beleza, bem-estar, família, fitness e saúde.
Por ser um problema comum, muitas pessoas acabam não dando tanta atenção à diarreia. Porém, ela é uma condição que precisa ser tratada com urgência, principalmente quando acontece em crianças. Quando esse cuidado é negligenciado, as consequências podem ser ruins, resultando até mesmo na morte1,2. Quer entender a importância, então, de tratar a diarreia o mais rápido possível?
Em primeiro lugar é preciso entender o que, afinal, caracteriza a diarreia. Ela acontece quando há alteração de volume, consistência e frequência das fezes, sendo que pode ser acompanhada também de cólicas abdominais, febre, vômitos ou até mesmo sangue ou muco nas fezes1,2. Mas, afinal, o que é que causa esse quadro tão desconfortável?
A diarreia pode ser causada por vírus e bactérias, mas parasitas, fungos e até mesmo determinados medicamentos também podem induzir ao quadro. No caso de microrganismos, eles podem ser transmitidos pela alimentação, como no caso de alimentos mal higienizados, ou também pela água. No caso de vírus, eles também podem ser transmitidos de pessoa para pessoa, pela via respiratória1,2.
E é por causa dessa facilidade de transmissão que a diarreia pode acontecer e é considerada, inclusive, um problema de saúde pública principalmente nos países em que o saneamento básico não é eficiente1.
No Brasil, por exemplo, foram notificados ao Ministério da Saúde, entre 2017 e 2018, aproximadamente 10 milhões de casos de diarreia, sendo que 2 milhões aconteceram em crianças menores de 5 anos, as mais vulneráveis às consequências graves dessa condição1.
Mas afinal, por que as crianças podem ter consequências mais graves do que os adultos? Simples: o risco de desidratação é maior, pois tudo acontece de forma mais rápida. Para os médicos, o percentual de perda de peso é o melhor indicador de que está acontecendo uma desidratação2.
Além disso, a criança pode apresentar outros sinais de desidratação, que devem ser tratados imediatamente:
- Olhos fundos3
- Ao chorar, falta de lágrimas3
- Aparência seca da língua e da boca3
- Sede excessiva3
- Pouco xixi3
- No caso de bebês, afundamento da moleira3.
Como tratar?
Em casa, os pais devem oferecer o soro caseiro à criança o mais rápido possível, bem como incentivar a ingestão de líquidos, como sucos, sopas ou principalmente água. No caso de a criança estar sendo amamentada, continuar normalmente com a amamentação e observar se a criança apresenta sinais de desidratação. Caso apresente, procurar ajuda médica o quanto antes3.
Para o soro caseiro, a preparação é simples: basta adicionar 1 colher (das de café) de sal e 1 colher (das de sopa) de açúcar em um litro de água fervida, filtrada ou mineral, e mexer bem, oferecendo à criança durante todo o período3.
Probióticos
Além das medidas de tratamento, é importante saber que os probióticos podem ser aliados durante a recuperação da diarreia. Isso porque eles têm capacidade de reequilibrar a flora intestinal e estimular a produção de um muco intestinal que conta com propriedades antimicrobianas, ajudando na proteção do intestino contra os agentes invasores, sejam eles vírus ou bactérias4.
Como prevenir a diarreia?
Medidas simples de higiene já reduzem a contaminação pelos microrganismos causadores da diarreia. Por isso, o ideal é sempre:
- Lavar as mãos com água e sabão frequentemente, principalmente após ir ao banheiro, bem como antes de preparar ou consumir um alimento. Além disso, é preciso higienizar as mãos ao tocar superfícies que possam estar contaminadas, como no transporte público, por exemplo. É também recomendado lavar as mãos antes e depois de amamentar o bebê, bem como antes e depois de trocar fraldas1
- Manter a casa sempre higienizada e limpar com água e sabão (ou outros produtos sanitizantes que sejam seguros) qualquer utensílio que seja usado na preparação de alimentos1
- Somente consumir água tratada. Se a água do local não for tratada, é preciso filtrá-la e, em seguida, ferver ou usar duas gotas da solução de hipoclorito de sódio a 2,5% para cada litro de água, sempre lembrando que é necessário, antes de beber, aguardar 30 minutos para que o produto tenha ação1
- Acondicionar corretamente os alimentos, de preferência em recipientes que possam ser vedados. Essa medida evita que insetos, animais de estimação ou qualquer outro animal entre em contato com o alimento que será consumido depois1
- Evitar ao máximo consumir determinados alimentos crus ou que não tenham sido cozidos adequadamente, como peixe cru, carnes e frutos do mar1
- Não consumir alimentos de origem duvidosa, como aqueles que foram preparados com condições precárias de higiene ou que não podemos saber como foi feito o preparo1
- Por fim, é importante evitar o desmame precoce do bebê, já que o leite materno ajuda na imunidade e, com isso, melhora a defesa das crianças contra diarreias1.
Referências
1 - Informativo Epidemiológico. Situação Epidemiológica das Doenças Diarreicas, 2017 e 2018. Subsecretaria de Vigilância à Saúde. Secretaria de Saúde do Distrito Federal. Disponível em: http://www.saude.df.gov.br/wp-conteudo/uploads/2019/08/Situa%C3%A7%C3%A3o-Epidemiol%C3%B3gica-das-Doen%C3%A7as-Diarreicas.pdf Acesso em 11 de dezembro de 2020.
4 - Carmo MS, Santos CI, Araújo MC. Probiotics, mechanisms of action, and clinical perspectives for diarrhea management in children. Food&Function. Royal Society of Chemistry. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30183037 Acesso em 11 de dezembro de 2020.