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Dificuldade em ir ao banheiro e evacuar não acontece apenas com adultos. Intestino preso é um problema que acomete muitas crianças também, na maioria dos casos no primeiro ano de vida, depois do desmame, quando se começa a alimentação sólida. Dados mostram que 25% das queixas dos pais que levam seus filhos a consultas com gastropediatras estão relacionadas à constipação¹.
Mas quando os pais podem desconfiar que o filho está com prisão de ventre? Eles devem ficar atentos a quais sinais? E como cuidar da criança? Tire suas dúvidas.
Sinais do intestino preso em crianças
Os pais podem observar os seguintes pontos: frequência que a criança vai ao banheiro, consistência das fezes e comportamento dos pequenos¹. Se por duas semanas a criança já apresenta fezes duras na maioria das idas ao banheiro, já vale um primeiro sinal de alerta².
O quadro de constipação é caracterizado pelo constante esforço ao evacuar, fezes ressecadas e aumento no volume das fezes. Menos de três evacuações por semana e choro ou reclamações de dores na hora fazer cocô também estão presentes nesse casos¹.
Além disso, as crianças com prisão de ventre podem "segurar o cocô", o chamado comportamento de retenção fecal, normalmente visto a partir dos dois anos, e até ter episódios de escapes de fezes mesmo depois do desfralde, quando já estão acostumadas a usar o banheiro, por volta de 4 ou 5 anos de idade¹.
Bebês alimentados exclusivamente com leite materno até podem ficar dias sem fazer cocô, entretanto, quando conseguem evacuar, as fezes não estão endurecidas, continuam mais moles ou líquidas. Isso é uma condição fisiológica conhecida como pseudoconstipação e não requer tratamento¹.
Como tratar o intestino preso em crianças
A primeira medida recomendada é rever a alimentação da criança. Será que ela está ingerindo fibras e bebendo água o suficiente para o bom funcionamento do intestino? Já foi estimado que 85% dos pequenos com constipação crônica intestinal seguiam uma alimentação com quantidades pequenas ou mínimas de fibras alimentares¹.
As fibras, tanto as solúveis quanto insolúveis, contribuem para regularizar o funcionamento do intestino e, com isso, melhorar os quadros de prisão de ventre. Elas atuam estimulando o movimento peristáltico e ainda aumentam o bolo fecal³,⁴. Já a água colabora para que as fezes fiquem mais macias e também mais volumosas e, com isso, seja mais fácil evacuar⁴.
Alimentos como cereais, feijão, milho, trigo, ervilhas e leguminosas no geral, além de frutas e hortaliças são ótimas fontes de fibras¹ e devem estar presente no prato e no cardápio de toda a família, das crianças aos mais velhos.
Também é reforçado o consumo de água e líquidos caso a criança apresente sinais de desidratação².
Outra medida está relacionada ao lado comportamental. É indicado incentivar a criança a ir ao banheiro em momentos específicos do dia, criando uma rotina. Tentar estabelecer esse padrão ajuda em casos de constipação. E uma dica é perguntar se o pequeno quer evacuar depois das refeições, pois é o momento que o organismo responde ao alimento e há um movimento no trato gastrointestinal, facilitando a evacuação².
O passo seguinte seria partir para o uso de medicamentos laxantes que ajudam a amaciar as fezes e também aqueles que estimulam a movimentação do intestino⁵. O pediatra poderá recomendar a melhor opção para cada criança.
Referências
1. Morais MB, Maffei HVL. Constipação intestinal. Jornal de Pediatria. Disponível em: http://www.jped.com.br/conteudo/00-76-S147/port.pdf Acesso em 26 de março de 2021.
2. Wannmacher L. Constipação intestinal crônica no adulto e na criança: quando não se precisa de medicamentos. Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde. Disponível em: https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_docman&view=download&alias=481-constipacao-intestinal-cronica-no-adulto-e-na-crianca-v-1-n1-2005-1&category_slug=uso-racional-medicamentos-685&Itemid=965 Acesso em 26 de março de 2021.
3. Lambeau KV, McRorie JW Jr. Fiber supplements and clinically proven health benefits: How to recognize and recommend an effective fiber therapy. Journal of the American Association of Nurse Practitioners. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/28252255/ Acesso em 23 de março de 2021.
4. Saffioti RF, Nomura RMY, Dias MCG et al. Constipação Intestinal e Gravidez. Femina. Disponível em: http://files.bvs.br/upload/S/0100-7254/2011/v39n3/a2502.pdf Acesso em 23 de março de 2021.
5. Xinias I, Mavroudi A. Constipation in Childhood. An update on evaluation and management. Hippokratia. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4574579/ Acesso em 26 de março de 2021.
MAT-BR-2102759