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Você já deve ter ouvido falar sobre o Acidente Vascular Cerebral (AVC) ou conhece alguémque vivenciou o quadro. Mas você sabe do que se trata exatamente? De acordo com oMinistério da Saúde, a doença é uma das principais causas de morte, incapacitação einternações em todo o mundo. Anualmente, o Brasil registra cerca de 400 mil novos casosde AVC.
Para esclarecer mais detalhes sobre o tema, o Minha Vida, em parceria com a empresa Boehringer Ingelheim, entrevistou a Dra. Sheila Cristina O. Martins, neurologista epresidente eleita da World Stroke Organization. A especialista explicou o que é a doença,indicou os sinais para ficar alerta e ainda contou por que o atendimento especializado, noschamados Centros de AVC, é essencial para a recuperação do paciente.
Confira um trecho do bate-papo com a médica abaixo e não deixe de assistir a entrevista na íntegra em nossa página no Facebook.
Minha Vida: Como definimos um AVC e quais são os primeiros sinais para ficar alerta?
Dra. Sheila Martins: O AVC é uma alteração súbita na circulação do cérebro. O AVCisquêmico, um quadro caracterizado pelo entupimento de um vaso sanguíneo cerebral, é omais comum e corresponde a 85% dos casos registrados. Já o AVC hemorrágico, quando osangue se espalha pelo cérebro, corresponde aos outros 15%.
Os dois tipos de AVC são uma urgência médica e os sintomas são os mesmos: perda de forçaou dormência de início repentino (geralmente em uma metade do rosto, em uma perna oubraço), dificuldade para falar ou entender o que as pessoas estão dizendo, dificuldade paraenxergar em um olho ou nos dois, dificuldade de ter visão periférica, tontura, falta deequilíbrio, dor de cabeça insuportável diferente do habitual (o paciente percebe que é a piordor que ele teve na vida). Qualquer um desses sinais, em conjunto ou isolados, pode ser umsinal de um AVC.
Minha Vida: Quais são os tipos de AVC?
Dra. Sheila Martins: O AVC isquêmico ocorre quando uma artéria do sistema circulatóriocerebral entope (seja com uma placa de gordura ou coágulo que sai do coração) e faltasangue em uma região do cérebro.
Vale lembrar que, além do sangue, há glicose, oxigênio e outros componentes que vão juntoa ele na circulação. Então, essa região bloqueada fica sem tudo isso e os neurônios morrem.Consequentemente, o paciente manifesta sintomas. O tratamento é fazer com que essevaso que entupiu se abra.
O AVC hemorrágico pode ocorrer quando a pessoa tem pressão muito alta ou um aneurisma(uma dilatação da artéria cerebral). Essa artéria se rompe e espalha sangue no cérebro. Éum tipo que pode ser muito grave e, às vezes, precisa de cirurgia e tratamento de urgência.
Minha Vida: O que é possível fazer em casa quando uma pessoa tem um AVC?
Dra. Sheila Martins: Quando perceber qualquer sintoma de AVC, a recomendação é ligarpara o SAMU (192), que tem o mesmo número na maior parte do Brasil e cobertura de 85%do nosso país. O SAMU está preparado para reconhecer se a pessoa está tendo um AVC elevar o paciente para os Centros de AVC.
Não é qualquer hospital que pode receber o paciente com AVC. Isso é fundamental saber.Se não tiver SAMU, existe um aplicativo gratuito, chamado AVC Brasil, que as pessoaspodem baixar no smartphone. Lá, é possível consultar qual é a unidade de saúde com oCentro de AVC mais próximo, atendendo SUS e rede privada.
Minha Vida: Por que é tão importante levar o paciente que está tendo o AVC para os hospitais corretos?
Dra. Sheila Martins: Essa recomendação é feita porque, nas últimas décadas, o tratamentode AVC mudou completamente. Se o paciente chegar rápido ao hospital certo, conseguimostratar o AVC isquêmico, que é o mais comum, usando uma medicação na veia que vaidesentupir os vasos em até 4 horas a partir do início dos sintomas - ou, nos casos maisgraves, com um cateterismo para desobstruir esses vasos.
O AVC tem tratamento, mas o paciente tem que chegar rápido. A cada minuto, são doismilhões de neurônios que morrem. Então, se você começou a ter os sintomas, é preciso irimediatamente para o Centro de AVC. Porque cada minuto faz a diferença para salvar océrebro e recuperar a função neurológica.
Minha Vida: Quais são os fatores de risco para o AVC? Existem pessoas com mais risco a complicações graves?
Dra. Sheila Martins: Mais importante do que saber que AVC tem tratamento, é saber que oAVC tem prevenção em 90% dos casos. Os fatores de risco são: pressão alta (principal),colesterol elevado, diabetes, tabagismo, fibrilação atrial, obesidade, consumo excessivo deálcool, alimentação inadequada, sedentarismo, depressão e estresse.
Quer saber mais a respeito do AVC? Assista à live na íntegra clicando aqui.