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Quais são os sintomas da alergia à proteína do leite de vaca? Ela tem cura? Quando costuma aparecer? Muitas dúvidas e mitos rondam essa doença, também conhecida pela sigla APLV. Com a ajuda do alergologista Alexandre Okamori, listamos abaixo alguns deles - sem deixar de explicar quais crenças populares são verdadeiras.
É muito importante saber do assunto, afinal, a alergia à proteína do leite de vaca é mais frequente do que se imagina. Ela atinge cerca de 2,5% das crianças com menos de 3 anos de idade. Assim como outras alergias alimentares, ela acontece quando o corpo produz anticorpos contra proteínas presentes em comidas específicas, que, neste caso, seria o leite.
Descubra o que é mito e o que é verdade!
A alergia só tem sintomas digestivos
Mito. "Os sintomas da doença podem ser variados", explica Okamori, que os divide em quatro grupos. São eles: cutâneos (vermelhidão, coceira, inchaço na boca), gastrointestinais (vômitos, diarreia com sangue, cólicas ou dores abdominais), respiratórios (tosse, chiado, coriza, falta de ar) e cardiovasculares (desmaio, arroxeamento dos lábios). Todos esses sintomas costumam aparecer logo após o consumo, mas o especialista menciona que, em alguns casos mais específicos, eles podem aparecer depois de horas.
O contato do leite com a pele pode causar reações alérgicas
Verdade. Além de surgirem após a ingestão do leite, as reações alérgicas também podem acontecer pelo contato dele com a pele. É o que afirma Alexandre Okamori, que ainda aponta sabonetes e hidratantes com leite na composição como outros produtos que tem potencial de provocar a manifestação da APLV.
APLV é a mesma coisa que intolerância à lactose
Mito. Segundo Alexandre Okamori, ao contrário da APLV, a intolerância à lactose não é uma doença alérgica. Ela acontece porque a enzima lactase está ausente no corpo da pessoa e a lactose (açúcar do leite) não consegue ser digerida, causando distensão abdominal, gases e diarreia.
Outra diferença apontada pelo especialista é a ausência de sintomas cutâneos e respiratórios na intolerância à lactose, que até abre espaço para consumo de uma pequena quantidade de leite e derivados. "Na APLV, o consumo de leite e derivados deve ser eliminado totalmente, caso contrário o paciente poderá ter sintomas mais graves", completa.
Pessoas com APLV podem consumir leite de outros mamíferos
Mito. Quem tem APLV possui grandes chances de ter reações alérgicas às proteínas presentes nos leites de outros mamíferos. Com dados de um estudo publicado no Journal of Allergy and Clinical Immunology, o especialista acrescenta: "90% dos pacientes com APLV também têm reações com leite de cabra ou ovelha".
A manifestação geralmente acontece desde a infância
Verdade. O alergologista conta que, em geral, a alergia se manifesta com a introdução do leite em pó na alimentação nos primeiros anos de vida.
A doença não tem cura
Mito. Geralmente a alergia evolui para a cura até o primeiro ano de vida, apesar de vermos um crescente aumento de crianças ainda alérgicas na fase escolar. Isso não significa, no entanto, que ela não merece a atenção dos pais. "É uma condição séria e que pode ser fatal em algumas crianças", alerta Okamori. Para ele, é fundamental procurar acompanhamento médico nesses casos, e não ficar testando em casa o que pode estar causando alergia nos pequenos.