Graduada em medicina pela Faculdade de Ciências Médicas de Santos, possui título em Pediatria pelo Hospital Infantil Dar...
iOs bebês prematuros são aqueles nascidos com menos de 37 semanas. Já os prematuros extremos nascem antes de completar 28 semanas no ventre materno. Por passarem menos tempo no útero, eles não possuem a imunidade totalmente madura e, consequentemente, têm mais riscos de contrair doenças.
A título de informação, quanto menor a idade gestacional, menos desenvolvido será o sistema imunológico no nascimento, de forma que recém-nascidos prematuros extremos apresentam risco 5 a 10 vezes maior de contrair alguma infecção do que o recém-nascido a termo - aquele nascido entre 37 e 41 semanas.
Em geral, muitos desses bebês têm a doença pulmonar crônica da prematuridade, estiveram internados por tempo prolongado, apresentam anemia e/ou fizeram uso frequente de corticosteroides. E todos esses são fatores que tornam as infecções nos prematuros mais graves e mais frequentes.
Maior risco com pneumonia e bronquiolite
Para se ter uma ideia, nos primeiros meses após o nascimento, um dos principais agentes infecciosos que mais nos preocupam é o vírus sincicial respiratório (VSR), causador de doenças que provocam desconforto respiratório importante, como a pneumonia e a bronquiolite - podendo ser necessário até intubação orotraqueal.
E os recém-nascidos prematuros reagem de forma pior do que os nascidos a termo frente a esse agente infeccioso. Quando em contato com esse vírus (o que implica mais suscetibilidade à infecção), eles apresentam quadros com maior gravidade e têm mais tempo de internação.
Infelizmente, não existe vacina contra esse vírus, mas, atualmente, a prevenção tem sido feita pela imunização passiva com o anticorpo monoclonal humanizado (palivizumabe). O palivizumabe deve ser aplicado por via intramuscular em até cinco doses mensais consecutivas, no período de maior circulação do VSR - que geralmente corresponde aos meses de março a agosto (no Sul do país) e entre janeiro e junho (no Norte do país).
Entretanto, não são todos os prematuros que possuem indicação de receber essa medicação. Na prática, ela é recomendada para os seguintes grupos:
- Prematuros de até 12 meses de idade que nasceram com idade gestacional menor de 29 semanas
- Prematuros até o sexto mês de idade, que nasceram com idade gestacional de 29 a 31 semanas e 6 dias
- Recém-nascidos com doença pulmonar crônica da prematuridade e cardiopatia congênita com repercussão hemodinâmica com até dois anos de idade
Vacinas e aleitamento como proteção
Além disso, os bebês prematuros possuem um calendário vacinal exclusivo, com algumas diferenças em relação aos bebês nascidos a termo, para garantir uma imunização adequada ao seu organismo.
E para ajudar ainda mais a melhorar a sua imunidade, nada melhor do que o leite materno - padrão ouro em alimentação de bebês. Ele é riquíssimo em imunoglobulinas, anticorpos e bifidobactérias que ajudam a colonizar o intestino imaturo.
Então, se você tem um bebê prematuro em casa, tente manter o aleitamento materno, pois é uma forma natural de receber anticorpos passivamente, e dê as vacinas no tempo correto. Outra dica importante é evitar a exposição do seu bebê a aglomerações, pois o seu sistema imune ainda está se fortalecendo.