Fez clínica médica com título de especialista pela Sociedade Brasileira de Clínica Médica SBCM. Fez resid...
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O beijo é um ato muito comum de afeto, mas que pode, dependendo da situação, trazer complicações graves para a saúde das pessoas envolvidas. Beijar pessoas com herpes labial não só leva ao risco de transmissão pelo vírus, como pode também ser meio de transporte para outras doenças, como a meningite.
Raquel Muarrek, médica infectologista do São Luiz e da Medicina Interna Personalizada (MIP), explica que a herpes existe no mundo há mais de quatro décadas e é transmissível por contato ou lesão ativa. Ações como o beijo, sexo desprotegido, compartilhamento de copos e objetos pessoais, como a maquiagem, são fatores de riscos para a contaminação.
Mais de 90% da população brasileira já foi contaminada com o vírus do herpes, mesmo não apresentando sintomas da doença, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). O vírus fica ativo por 10 dias e, mesmo após esse período, ainda pode permanecer presente na região em que as lesões se manifestaram.
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Depois da primeira infecção (primária), o vírus da herpes se mantém dormente (latente) no corpo e pode ser periodicamente reativado e causar sintomas.
"Cerca de 40% das pessoas terão recorrência de lesões de 3 a 4 vezes ao ano. Uma parcela pode entrar em contato e ser portador do vírus, sem ter sintomas. Tudo depende do grau de contaminação", conta Raquel.
Por que não beijar uma pessoa com herpes?
De acordo com Raquel, a herpes pode ser considerada uma IST (Infecção Sexualmente Transmissível). No caso do herpes labial, ela é comumente transmissível enquanto houver vesícula ou lesões na região.
Entretanto, segundo a infectologista, mesmo quando a crosta não está totalmente visível na superfície da boca, o vírus ainda pode causar a contaminação em outras pessoas que entrarem em contato com o mesmo.
Apesar dos sintomas de herpes labial serem tratáveis, a médica alerta que a infecção primária pelo vírus pode ser extremamente grave, levando ao quadro de meningite e cavidade oral. Caso haja contato com a região íntima, a herpes genital pode, até mesmo, impedir que a micção aconteça pelo excesso de dor causado.
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E não é só o beijo na boca que traz complicações. Se uma pessoa com herpes labial beijar um recém-nascido, por exemplo, o vírus pode atingir o nervo do bebê. O herpes em bebê pode provocar um quadro grave de saúde, considerando que seu sistema imunológico ainda está em desenvolvimento.
Quando voltar a se relacionar?
Após o diagnóstico, o paciente seguirá um tratamento médico com pomada para herpes e remédios específicos contra a infecção. Entretanto, Raquel Muarrek conta que também é importante que se siga algumas recomendações.
"Não botar o dedo na pomada, usar uma pomada por semana, cuidar da alimentação. Tudo varia de acordo com a sensibilidade na pele, e se ainda existe a presença do vírus. Por isso, recomendamos passar a pomada por um tempo prolongado, mesmo após o tratamento acabar", diz.
Dessa forma, pode ser considerado seguro voltar a se relacionar de forma íntima quando as lesões desaparecem por completo, sem a presença de crostas ou alterações na cor da pele.