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A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) do Pará confirmou, no domingo (26), a morte de um homem com suspeita da Síndrome de Haff, popularmente conhecida como “doença da urina preta”. Outros três casos estão sendo investigados na zona rural de Óbidos, zona oeste do estado.
Esses não são os únicos registros recentes da doença. Em 2021, o Pará contabilizou 25 ocorrências confirmadas de Síndrome de Haff. A enfermidade causa a degradação dos músculos e está relacionada com a ingestão de peixes e crustáceos contaminados ou mal acondicionados.
Diante do caso fatal e dos outros três suspeitos, a Prefeitura de Óbidos emitiu uma nota recomendando que a população não faça a ingestão de peixes das espécies pacu, pirapitinga e tambaqui.
Entenda, a seguir, o que é essa doença, quais são as suas causas, os principais sintomas além da urina preta e se pode ser fatal.
O que causa a doença da urina preta?
A Síndrome de Haff, ou doença da urina preta, é uma infecção causada pela ingestão de pescados contaminados ou mal armazenados. Ainda há poucos estudos e evidências científicas sobre como a doença se desenvolve no corpo humano.
Porém, há indícios de que o mau armazenamento de peixes e crustáceos pode contribuir para o desenvolvimento de micro-organismos que, por sua vez, produzem toxinas que desencadeiam o processo inflamatório do organismo.
Há teorias de que algumas espécies de peixes se alimentam de algas marinhas carregadas dessas toxinas e, mesmo sendo cozidos, ainda podem causar a intoxicação, afetando, principalmente, os músculos.
Além da urina escura, quais são os outros sintomas?
Um dos principais sintomas da Síndrome de Haff é a urina escura, em um tom próximo ao do café. Mas há, ainda, outros sinais indicadores da doença, como:
- Dor muscular;
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Dor torácica;
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Falta de ar;
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Dor de cabeça;
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Dormência;
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Rigidez muscular.
Os sintomas costumam aparecer no período de duas a 24 horas após o consumo do peixe contaminado. Nesse caso, é essencial buscar o atendimento médico para tratar a doença.
A doença da urina preta é fatal?
De acordo com Milton Monteiro Júnior, enfermeiro infectologista do Hospital HSANP, a doença da urina preta pode ser fatal, porém, a mortalidade é baixa.
"O ideal é se precaver com a avaliação médica. Como a doença evolui rapidamente e pode causar insuficiência renal, se não adequadamente tratada pode levar ao óbito”, alertou o profissional em entrevista prévia ao Minha Vida.
Segundo a Sespa, o paciente que morreu com suspeita da doença era um idoso que possuía outras comorbidades. O homem havia ingerido o peixe da espécie pacu e foi transferido para Santarém, mas não resistiu ao agravamento dos sintomas.
Por isso, é de extrema importância procurar orientação médica ao notar os sintomas. O tratamento adequado deve ser iniciado imediatamente após o surgimento dos sinais, prevenindo a progressão da doença e outras complicações.
Beber bastante água, a fim de auxiliar na eliminação das toxinas, e minimizar possíveis danos renais, é essencial. Além disso, pode ser recomendado o uso de analgésicos para aliviar as dores e diuréticos para ajudar a desintoxicar o corpo.