Mastologista da Rede de Hospitais São Camilo SP.
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O câncer de mama não possui uma causa única. Isso significa que esse tumor maligno pode surgir por diversos motivos, desde causas orgânicas, como idade, menstruação precoce e menopausa tardia, até fatores comportamentais, como obesidade, ingestão de bebida alcoólica e colesterol alto.
Se a pessoa tiver mais de uma dessas condições de risco, as chances de desenvolver a doença aumentam - inclusive quando se trata do câncer de mama masculino. A seguir, veja os principais fatores de risco para câncer de mama:
- Histórico familiar;
- Idade;
- Tumor de mama anterior;
- Menstruação precoce;
- Menopausa tardia;
- Reposição hormonal;
- Métodos contraceptivos hormonais;
- Alcoolismo;
- Colesterol alto;
- Obesidade;
- Ausência de gravidez.
Histórico familiar
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), cerca de 5% a 10% dos casos de câncer de mama são de caráter hereditário. Esse fator é mais comum em casos de pacientes jovens (que são raros), e normalmente está relacionado a mutações genéticas dos genes BRCA1 e BRCA2. A predisposição genética vale para histórico familiar tanto de câncer de mama quanto de câncer de ovário - e também é fator de risco para câncer de mama masculino.
Idade
A idade é um dos principais fatores de risco para câncer de mama. Isso porque, como indica o INCA, o risco de desenvolver o tumor aumenta com o avançar da idade, sendo mais comum a partir dos 50 anos.
São as alterações biológicas naturais do envelhecimento e o acúmulo de exposição a determinadas substâncias ao longo da vida (como hormônios, medicamentos e agrotóxicos) que tornam a idade um fator de risco para a doença.
Tumor de mama anterior
Quem já teve câncer de mama possui mais chances de desenvolver a doença novamente, principalmente se as indicações de tratamento após a remissão do tumor não forem seguidas corretamente. Nesse contexto, é chamado de câncer recidivo.
Menstruação precoce
A doença está intimamente relacionada ao estímulo de estrogênio. “Quanto maior a exposição, maior é o risco do câncer de mama”, explica Heliégina Palmieris, mastologista da Rede de Hospitais São Camilo SP.
Quando a pessoa passa pela primeira menstruação com menos de 12 anos, conhecida como menarca ou menstruação precoce, ela fica exposta a estrogênio por mais tempo, aumentando as chances de desenvolver câncer de mama no futuro.
Menopausa tardia
Nesse caso, o estrogênio também é o vilão. A menopausa é considerada tardia quando ocorre após os 55 anos. Com isso, mesmo que em níveis mais baixos, a pessoa continua produzindo estrogênio enquanto está na faixa etária de risco para a doença.
Reposição hormonal
A terapia de reposição hormonal acontece, geralmente, na pós-menopausa. Ela é feita com estrogênio e progestina, uma substância derivada não bioidêntica da progesterona.
Um estudo do The Journal of the American Medical Association (JAMA) observou que essa combinação aumenta consideravelmente as chances de desenvolver câncer de mama - e o risco de morte pela doença também.
Métodos contraceptivos hormonais
Assim como a reposição hormonal de estrogênio, os métodos contraceptivos que usam esse hormônio, como anticoncepcionais, injeção e DIU hormonal, também podem aumentar o risco de câncer de mama.
No entanto, se o uso do anticoncepcional for interrompido as chances de desenvolver a doença voltam para as proporções normais, especialmente se o método contraceptivo não for usado há mais de 10 anos.
Alcoolismo
O consumo de álcool está diretamente associado ao surgimento de diferentes tipos de câncer, incluindo o câncer de mama. Uma pesquisa publicada no JAMA notou que até mesmo a ingestão em níveis mais baixos, equivalentes de três a seis porções por semana, já é suficiente para ser considerada fator de risco para a doença.
Vale ressaltar que a quantidade ingerida de bebida alcoólica influencia mais do que a frequência de consumo.
Colesterol alto
Esse fator de risco também tem relação com o estrogênio. Isso porque a gordura do colesterol é usada naturalmente pelo organismo para produzir o hormônio. Quando o colesterol está alto, o nível de estrogênio também aumenta, assim como o risco de desenvolver do câncer de mama.
Obesidade
“A obesidade pode aumentar a incidência do câncer de mama através da produção de estrogênio pelo tecido gorduroso, devido ao processo inflamatório crônico instalado no interior da gordura”, explica Heliégina Palmieris.
Quando estão sob ação estrogênica, os tecidos mamários ficam mais expostos aos estímulos que provocam a multiplicação celular irregular (o tumor). O estado inflamatório da gordura, por sua vez, contribui para a proliferação e progressão de células cancerígenas.
Ausência de gravidez ou gravidez tardia
Ter a primeira gravidez após os 30 anos também é considerado um fator de risco para câncer de mama. Segundo a ONG Oncoguia, as chances de apresentar a doença são maiores na primeira década após o nascimento do filho, especialmente se for do tipo receptor de hormônio negativo ou triplo-negativo.