Gestor de Cardiologia da Unidade Coronariana do Hospital Icaraí em Niterói; Médico do serviço de cardiologia do Hospital...
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Apesar de ser associada, majoritariamente, com a maior idade, a hipertensão arterial, ou pressão alta, também pode afetar adolescentes ou jovens adultos. Entre as consequências dessa condição, estão o risco de AVC e de infarto.
De acordo com o cardiologista Claudio Catharina, o aumento da pressão arterial em jovens pode ter relação direta com diferentes problemas de saúde, como:
- Condições endocrinológicas;
- Obesidade;
- Dieta rica em sal e condimentos.
“Às vezes, há o fator alcoolismo, abuso de estimulantes e anabolizantes - fator crescente hoje entre os adolescentes e jovens. Nas meninas, a hipertensão pode ser precipitada pelo uso de anticoncepcionais orais”, explica.
Sintomas de hipertensão
A doença é, geralmente, silenciosa, surgindo de maneira assintomática. No geral, o paciente é considerado hipertenso quando a pressão fica maior ou igual a 14 por 9 (140 / 90mmHg) durante a maior parte do dia.
Entretanto, alguns sinais podem indicar a hipertensão:
- Dor de cabeça;
- Alterações do sono;
- Cansaço em excesso;
- Tontura;
- Visão turva.
Riscos
Ainda segundo Claudio, as doenças cardiovasculares são líderes em mortes no mundo ocidental. Entre elas, estão: Acidente Vascular Cerebral (AVC), infarto e insuficiência cardíaca.
Além disso, a hipertensão também é conhecida por trazer riscos a longo prazo. Ou seja, mesmo que o paciente não apresente sintomas, a doença pode levar ao desenvolvimento de complicações futuras.
Um estudo divulgado pela Associação Americana do Coração analisou que pessoas entre 20 e 40 anos, diagnosticadas com pressão alta, podem passar por alterações cerebrais por volta dos 55 anos.
Essas mudanças no funcionamento do cérebro podem levar a um declínio cognitivo ao passar dos anos, impactando a fase idosa dos pacientes.
Como prevenir a hipertensão em jovens
O ideal é que os cuidados com a saúde do coração se iniciem cedo, durante a infância. Garantir uma alimentação saudável, praticar exercícios físicos e controlar o peso são algumas das principais medidas preventivas.
“O controle do colesterol é um grande armamento para reduzir o risco cardiovascular, mas ele não está só. É preciso prestar atenção à hipertensão, ao açúcar, ao peso, ao sedentarismo, ao ciclo do sono e evitar o tabagismo e poluição ambiental, que também contribuem para a injúria cardiovascular”, ressalta Claudio.
O médico conta que a realização de exames preventivos e consultas médicas com clínico geral ou cardiologista também são formas de prevenir a doença. Isso porque, durante a avaliação clínica, são realizadas propostas de mudanças de estilo de vida e orientações específicas.
“Buscar a doença vem a partir dos achados clínicos de uma boa avaliação. Daí são selecionados exames de análises clínicas e de imagem para melhor definição do quadro da pessoa”, diz.
Tratamento
Apesar de não ter cura, pessoas diagnosticadas com hipertensão podem encontrar maneiras de controlar a doença. Com a avaliação do nível da comorbidade, assim como outras possíveis doenças relacionadas, o médico irá indicar o tratamento ideal para cada caso.
No geral, pacientes com pressão alta devem se atentar ao estilo de vida e reforçar hábitos saudáveis. Além disso, o controle da pressão arterial também é feito com medicamentos, que são indicados de forma individual.