Médica especialista em Ortopedia Infantil pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia da USP, membro titular da Sociedad...
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Os casos de raquitismo até podem parecer todos iguais, mas eles não são. Conforme explica a ortopedista pediátrica Natasha Vogel, é possível dividi-los basicamente em dois grandes grupos:
- Hipocalcêmico: quando há falta de vitamina D e cálcio no organismo;
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Hipofosfatêmico: caracterizado pela deficiência de fósforo.
Há ainda as subdivisões internas, que servem para indicar de forma mais detalhada a causa da doença. Quando ela está ligada à baixa ingestão de nutrientes, por exemplo, o raquitismo pode ser chamado de nutricional. Já quando o problema vem dos genes, ele passa a ser classificado como genético.
Fato é que o hipocalcêmico geralmente tem causas nutricionais, enquanto o hipofosfatêmico está mais associado a distúrbios genéticos que levam à perda de fosfato pelos rins. Exemplos incluem os distúrbios ligados a alterações no cromossomo X, que provocam raquitismo em uma a cada 20 mil pessoas no mundo, sendo, portanto, considerados raros.
Por que essa separação é importante?
O tipo do raquitismo vai determinar como deve ser o tratamento, seja por reposição de vitamina D, cálcio, fósforo e uso de outras medicações ou, então, pela mudança de hábitos de vida. É justamente por isso que a existência dessa classificação é tão importante.
Ela, em geral, é feita a partir do histórico alimentar, familiar e de saúde dos pacientes, além do uso de resultados de exames de imagem (como a radiografia) e laboratoriais (como os de sangue e urina), que servem para avaliar a quantidade de cálcio, fósforo, vitamina D, fosfatase alcalina e paratormônio (PTH) no organismo.
“É a junção de todas essas informações que determina o tipo da doença e, consequentemente, o tratamento mais adequado para cada caso”, reforça a ortopedista Natasha Vogel.
O diagnóstico precoce pode fazer toda a diferença
O ideal é que, com o surgimento dos sintomas, o diagnóstico seja feita o quanto antes, já que ele é essencial para o início do tratamento e pode melhorar, por consequência, a qualidade de vida, a mobilidade e a dor do paciente, além de reduzir os riscos de sequelas, como deformidades esqueléticas.
A médica Natasha recomenda ficar de olho em possíveis sinais da doença, que incluem dores ósseas, crescimento lento, atrasos na dentição e enfraquecimento dos ossos e do esmalte dentário. O mais comum é que eles surjam em crianças de seis a 36 meses de idade visto que, nessa fase, o crescimento ósseo acontece de maneira muito acelerada.