Graduação em medicina pela Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo. Residência médica em Clínic...
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O diabetes é uma doença que, quando não tratada corretamente, pode levar a complicações de saúde, como pé diabético, arteriosclerose e nefropatia diabética. Por isso, o diagnóstico precoce é essencial para que o tratamento seja iniciado.
A doença é caracterizada pelo aumento do açúcar no sangue (glicemia) devido à falta ou à má absorção de insulina. Por isso, os exames para diabetes servem para avaliar a quantidade de açúcar circulando pela corrente sanguínea.
Existe uma série de testes que podem confirmar a doença e listamos os principais a seguir. Confira:
1. Glicemia de jejum
A glicemia de jejum é um dos principais exames para saber se tem diabetes. Ele mede o nível de açúcar no sangue no momento em que é feito e deve ser realizado em um período de, pelo menos, oito horas de jejum. Ele é importante para diagnosticar a hiperglicemia, principalmente em seu estágio inicial, já que, muitas vezes, o diabetes não causa sintomas.
Os valores de referência para glicemia de jejum ficam entre 65 e 99 miligramas de glicose por decilitro de sangue (mg/dL). Os resultados acima de 200 mg/dL confirmam o diabetes, enquanto valores entre 126 mg/dL e 200 mg/dL são suspeitos e o exame deve ser repetido em outra ocasião.
Saiba mais sobre como é feito o exame de glicemia de jejum
2. Hemoglobina glicada
A hemoglobina glicada é a fração da hemoglobina - uma proteína presente nos glóbulos brancos - que se liga à glicose. Esse também é o nome de um exame para detectar diabetes, pois quando essa proteína é encontrada em uma alta concentração no sangue pode indicar que a glicemia está alta. Afinal, quanto mais glicose no sangue, mais hemoglobinas irão se ligar a ela.
O exame de hemoglobina glicada pode ser feito para complementar ou confirmar o teste de glicemia de jejum e é importante por mostrar a concentração média de glicose no sangue durante um longo período (cerca de 90 dias). Os resultados normais para pessoas sadias estão entre 4,5% e 5,7%. Já o diagnóstico de diabetes é confirmado com resultados maiores ou iguais a 6,5%.
Saiba mais sobre o exame de hemoglobina glicada aqui
3. Curva glicêmica (ou Teste Oral de Tolerância à Glicose)
O exame de curva glicêmica, também conhecido como Teste Oral de Tolerância à Glicose (TOTG), serve para diagnosticar o diabetes ou o pré-diabetes. Ele é analisado por meio de um gráfico que representa o nível de açúcar no sangue e a velocidade de consumo do carboidrato e, por isso, recebe esse nome.
Esse teste é feito a partir da coleta de diversas amostras de sangue para dosar a glicose. A primeira amostra é coletada após um jejum de 8 horas e as demais após a ingestão de uma dose de glicose. Normalmente, se coletam amostras de 30 em 30 minutos até completar duas horas após a ingestão da glicose.
A curva glicêmica também pode fazer parte dos exames pré-natais, pois ajuda a acompanhar a glicemia e a avaliar o risco de diabetes gestacional, que pode ser prejudicial tanto para a mãe quanto para o bebê.
Saiba mais sobre o exame de curva glicêmica aqui
4. Glicemia pós-prandial
O teste de glicemia pós-prandial é um dos exames para diabetes indicados para acompanhar a doença. O termo “pós-prandial” significa “pós-refeição”, ou seja, esse exame é feito após a ingestão de alimentos que contenham carboidratos. “Não existe uma padronização de refeição ou tempo, mas, em geral, a coleta se dá duas horas após o café da manhã ou almoço”, explica Pedro Saddi, endocrinologista do Fleury Medicina e Saúde.
Os valores de referência após duas horas de ingestão são de 140 mg/dL para pacientes em geral. “Os motivos para solicitar esse exame podem incluir saber quanto está subindo a glicemia com a refeição, quanto tempo essa elevação permanece e avaliar se determinada refeição está adequada para manter a glicose dentro da meta”, completa o especialista.
5. Teste de glicemia capilar
O teste de glicemia capilar é um dos mais utilizados para monitorar a glicemia e, geralmente, é feito em casa. Ele é conhecido como o teste de picada de dedo, que libera sangue para ser aplicado em uma fita de medição. Com ele, é possível acompanhar o valor da glicemia na hora em que é feito.
Leia mais: Tipos de diabetes: veja as características dos 4 principais
Um exemplo de como esse exame pode ser feito no dia a dia é quando uma pessoa com diabetes tem crises de hipoglicemia (pelo uso de insulina) ou hiperglicemia e começa a passar mal. Ao medir a glicemia na hora, é possível analisar qual é o nível de açúcar no sangue e tomar as medidas necessárias.
6. Frutosamina
O exame de frutosamina é feito para avaliar o nível de glicose no sangue nas últimas três semanas. “É um exame que pode ser utilizado quando outro exame, como a hemoglobina glicada, está prejudicado por alguma questão específica do paciente, como anemia, por exemplo”, explica Pedro.
Além disso, esse exame pode ser útil quando se tem a necessidade de avaliar o controle metabólico do diabetes em um período mais curto. Para se ter uma ideia, a hemoglobina glicada avalia a glicemia nos últimos três meses, enquanto a frutosamina avalia as últimas três semanas.