Médica graduada pela Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP) e especialista em Clinica Médica pelo Complexo Hospitalar P...
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Mais de 50 mil pessoas estão na fila de transplantes no Brasil. O dado é da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO) e destaca a urgente necessidade de aumentarmos o número de doadores, especialmente de órgãos como rins, fígado, coração e pulmão.
Foi diante dessa realidade que a ABTO, em parceria com o Ministério da Saúde, criou o Setembro Verde - uma campanha nacional que visa conscientizar as pessoas sobre a importância da doação de órgãos e tecidos. Inicialmente como uma ação pontual, o sucesso da iniciativa levou à oficialização do mês de setembro como o período de conscientização sobre o assunto por meio da Lei 15.463/2014.
Por que setembro?
O mês foi escolhido porque em 27 de setembro é celebrado o Dia de São Cosme e São Damião, considerados como padroeiros dos transplantes. Já a cor verde veio para representar a esperança de vida que a doação de órgãos pode proporcionar a quem está na lista de espera.
Como funciona
Ao longo de todo o mês, são realizadas diversas ações de conscientização. “Monumentos são iluminados na cor verde, mensagens sobre a doação de órgãos são exibidas em letreiros nas cidades, ocorrem caminhadas e passeatas, intervenções educativas em empresas, escolas, hospitais e outros locais públicos, além de homenagens aos doadores”, conta a cardiologista Luana Monferdini, do Vera Cruz Hospital.
Entre os maiores desafios da campanha, a especialista cita a falta de conhecimento da população sobre o assunto, pois muitas pessoas ainda não sabem o que é a doação de órgãos e como ser um doador.
Segundo ela, o medo e o preconceito também podem atrapalhar. “Algumas pessoas temem que a doação possa prejudicar o corpo do doador ou que exista fins lucrativos em torno do processo”, comenta.
O grande problema é que todos esses estigmas levam à escassez de órgãos e, consequentemente, à morte de muitas pessoas. Afinal, para estar na lista de espera, o paciente precisa estar em um estágio terminal ou correr risco de morte iminente devido a uma doença que pode ser tratada por meio de um transplante.
Como ser um doador?
É fundamental, então, entender que qualquer pessoa saudável, acima de 18 anos pode ser candidato a doação de órgãos, não importa o sexo ou a raça. E existem dois tipos de doadores:
- Doadores vivos: em que pessoas saudáveis podem doar um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea e parte dos pulmões desde que não haja prejuízo para a saúde delas após o transplante. Para isso, o médico deverá avaliar a história clínica do candidato, as suas doenças prévias e a compatibilidade sanguínea dele com prováveis receptores
- Doadores falecidos: em que indivíduos que sofreram morte encefálica têm seus órgãos doados. Nesses casos, a doação requer a aprovação da família. Portanto, é essencial demonstrar interesse em ser um doador ainda em vida para que, no momento da perda, os entes queridos possam consentir com mais facilidade. Após a autorização, a história clínica do doador, a viabilidade do transplante e a compatibilidade com possíveis receptores são analisadas.
Aproveite o mês para buscar e divulgar mais informações sobre o assunto! A doação de órgãos é um gesto que pode salvar vidas e oferecer esperança a muitas famílias. Faça parte dessa causa e ajude a diminuir as filas de espera no Brasil.