Dermatologista, é membro efetivo e diretora científica da Sociedade Brasileira de Medicina Estética (RJ), coordenadora m...
iNo Brasil, o câncer de pele é um problema significativo de saúde pública. Pelo país ser um local com alta incidência de raios solares e, consequentemente, de raios ultravioleta (UV), se destaca como uma das regiões com maior registro de casos desse tipo de câncer no mundo. Estima-se que mais de 180 mil novos casos de câncer de pele sejam diagnosticados anualmente, representando cerca de 33% de todos os diagnósticos de câncer no país, de acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
“Felizmente, o tipo mais comum tem letalidade baixa, porém os números são muito altos. Já o melanoma - o tipo mais agressivo de câncer de pele - registra 8,4 mil casos anualmente”, explica a dermatologista Joana D’Arc Diniz, diretora científica da Sociedade Brasileira de Medicina Estética.
É por conta disso que a campanha de Dezembro Laranja é tão importante. Iniciativa da SBD para conscientizar a população sobre os riscos do câncer de pele e a importância da prevenção, ela teve início em 2014 e busca alertar a sociedade sobre os danos causados pela exposição inadequada ao sol e a necessidade de cuidados preventivos.
A informação e a conscientização são ferramentas fundamentais para diminuir a incidência do câncer de pele e promover diagnósticos precoces, o que aumenta significativamente as chances de tratamento e cura.
Leia também: Como se proteger contra os raios UV da cabeça aos pés
Prevenção e diagnóstico precoce: o carro-chefe da campanha
A prevenção é a chave para reduzir o risco de desenvolver câncer de pele. Medidas simples, como proteção solar adequada, evitar a exposição ao sol nos horários mais intensos (entre 10h e 16h), uso de roupas e chapéus que protegem a pele e aplicação regular de protetor solar, são essenciais.
“Qualquer lesão de crescimento rápido ou que tenha mudança de coloração deve ser investigada para afastar o risco do câncer de pele. Ela pode ser avermelhada ou brilhante, pode ter cor escura, pode ter mudança no formato das bordas e podem até mesmo sangrar. A forma de apresentação das lesões pode variar, mas as alterações em qualquer lesão deve sempre levantar suspeita”, explica a dermatologista Joana D’Arc.
Para suspeitar se a lesão pode ser um câncer de pele ou não, a dermatologista orienta observar. “Temos a regra do ABCDE que fala das principais características a serem observadas, que são: assimetria no formato da lesão; borda irregular (que não é bem definida); cor quando a lesão tem 2 tons ou mais; dimensão quando a lesão é maior que 6mm e evolução ao longo do tempo, se cresce e muda de cor, já que são características suspeitas para lesões malignas, ou seja, para câncer de pele”, detalha.
Porém, lembre-se que é importante consultar um médico em caso de suspeita do formato, cor ou tamanho de alguma lesão na pele. “Todas as lesões que aparecem na pele devem levar o paciente ao dermatologista, principalmente para acompanhamento, pois sabemos que a evolução da lesão – ou seja, a mudança da cor e o crescimento – são fatores para suspeição. De maneira geral, elas devem ser observadas uma vez ao ano, já que o exame precisa ser feito com aparelho de alta precisão”, explica a dermatologista.
A campanha Dezembro Laranja representa um esforço para educar e conscientizar a população sobre os perigos do câncer de pele. A prevenção, aliada à atenção aos sinais na pele e às consultas periódicas com o dermatologista, são medidas fundamentais para reduzir a incidência desse tipo de câncer.
Leia mais: Aprenda como identificar um melanoma em 5 passos simples