Psicóloga, formada pela Unifio - Centro Universitário de Ourinhos. Especialista em Emoções pela Sociedade Brasileira de...
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O fim de ano é um período de confraternizações e de encerramento de ciclos, mas também pode trazer angústia. Afinal, é nesse momento que refletimos sobre metas não cumpridas e tarefas que precisam ser finalizadas. O fenômeno, que pode causar estresse, tristeza, ansiedade e desesperança, é conhecido popularmente como síndrome de fim de ano.
De fato, as pessoas ficam mais ansiosas ou tristes no último mês do ano. Uma pesquisa da Isma-Brasil (International Stress Management Association – Brasil) mostrou que o nível de estresse do brasileiro sobe, em média, 75% no final de ano. Mas por que isso acontece?
A psicóloga Luana Ganzert, especialista em emoções, explica que a complexidade emocional dessa época pode estar relacionada ao aumento da expectativa em relação às tradições e às confraternizações. “A pressão para que tudo saia perfeito pode ser intensa e isso se soma às outras fontes de ansiedade já presentes”, afirma.
Além disso, a questão financeira também pode adicionar uma carga a mais no estresse e na ansiedade de fim de ano. Isso porque esse período demanda organização em relação à compra de presentes, possíveis viagens e preparativos para as celebrações, que podem ultrapassar os orçamentos.
“Embora a ansiedade financeira possa parecer secundária em comparação às emoções, ela desempenha um papel crucial no aumento do estresse durante essa época”, explica Luana.
As resoluções para o próximo ano também aumentam a depressão e a ansiedade
Existem outros fatores que podem influenciar na síndrome de fim de ano. Um deles é o balanço sobre o ano que está acabando e a resolução de metas para o próximo ano. “O final de ano traz uma reflexão natural sobre realizações e fracassos, o que pode gerar sentimentos de insuficiência ou frustração”, explica a psicóloga.
Para somar, a pressão para cumprir resoluções antes que o ano acabe também gera ansiedade e uma dose extra de estresse no fim de ano. A sensação de que há pouco tempo para concluir tarefas e metas gera uma intensa pressão e afeta diretamente o bem-estar emocional de muitas pessoas.
Leia mais: Afinal, por que é tão difícil cumprir as resoluções de Ano-Novo?
Por isso, é preciso saber estipular metas realistas e que, de fato, poderão ser cumpridas no pouco tempo que resta no ano. Por exemplo, precisa organizar alguma região da casa ou terminar tarefas no trabalho? Elenque as prioridades, estabeleça um tempo para cada uma dessas atividades e veja o que realmente poderá ser cumprido antes da virada para não gerar frustrações.
O mesmo vale para a criação de novas metas e resoluções para o próximo ano. Para isso, trabalhe com metas a curto e longo prazo, organize os seus desejos e os deixe visíveis no dia a dia e mantenha o compromisso com seus objetivos. Confira aqui mais dicas para conseguir colocar em prática as resoluções de Ano-Novo!
Como driblar a ansiedade de fim de ano? Veja estas 10 dicas!
Para que o fim de ano seja um período de celebração e repleto de alegria, é preciso torná-lo mais leve. Para isso, algumas atitudes são necessárias para reduzir a ansiedade e a angústia durante os últimos dias de dezembro. A psicóloga Luana destaca algumas dicas:
- Pratique técnicas de respiração profunda para aliviar o estresse e o sentimento de ansiedade
- Mantenha uma rotina de exercícios físicos, o que ajuda a reduzir os sintomas de ansiedade
- Mantenha uma alimentação equilibrada (alimentos também podem ser gatilho para ansiedade)
- Procure dormir bem
- Reserve um tempo para atividades relaxantes, como leitura ou meditação
- Aprenda a dizer não quando necessário, evitando sobrecarregar sua agenda
- Delegue tarefas caso seja necessário
- Estabeleça um limite de uso das redes sociais, evitando comparações prejudiciais
- Busque apoio social e emocional por meio de amigos e familiares
- Se necessário, busque ajuda de um profissional de saúde mental