Atuando no Brasil desde 1985, Dr. Leonard F. Verea é médico, formado pela Faculdade de Medicina e Cirurgia de Milão, Itá...
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O que é Estresse?
O estresse é uma reação natural do organismo e ocorre em situações de perigo ou de ameaça. O mecanismo pode ser causado por diversas razões, provocando sensações de irritação, medo, desconforto, preocupação, frustração e indignação.
Quando o estresse interfere na vida, tornando difícil passar dias tranquilos por um longo período, ele pode ser perigoso tanto para mente quanto para o corpo. Isso acontece porque o estresse também leva a sintomas físicos, como dor de cabeça, dor nas costas, sudorese, diarreia, dor de estômago, entre outros.
Causas
Uma pessoa pode se sentir estressada em alguns momentos específicos da vida. Para lidar com essas novas situações, o corpo desencadeia reações que incentivam a produção de adrenalina e do cortisol, o hormônio do estresse. Normalmente, essas reações são motivadas por ansiedade, apreensão e preocupação com situações como, por exemplo:
- Começar em um emprego novo ou escola nova
- Mudar-se para uma casa nova
- Casar-se
- Ter um filho
- Terminar um relacionamento
- Uma doença, seja com você ou com um amigo ou ente querido, é uma causa comum de estresse.
Alguns medicamentos podem provocar ou piorar os sintomas de estresse. Estes podem incluir:
- Alguns medicamentos inalados usados para tratar asma
- Medicamentos para tireoide
- Algumas pílulas dietéticas
- Alguns remédios para resfriado
- Produtos com cafeína, cocaína, álcool e tabaco também podem provocar ou piorar os sintomas de estresse e ansiedade.
Quando essas sensações ocorrem com frequência, a pessoa pode ter um distúrbio de ansiedade. Outros problemas em que o estresse pode estar presente:
- Transtorno obsessivo compulsivo (TOC)
- Síndrome do pânico
- Transtorno por estresse pós-traumático (TEPT)
Tipos
Segundo a Associação Americana de Psicologia, há três tipos de estresse: estresse agudo, estresse agudo episódico ou estresse crônico. Além disso, existe o Transtorno do Estresse Pós-traumático. Entenda mais sobre cada um deles a seguir:
Estresse agudo
O estresse agudo é uma reação do corpo a um momento ou fato estressante. Os sintomas da reação aguda ao estresse incluem instabilidade de humor, apreensão e insegurança. Além disso, é comum sentir dor de cabeça tensional, dor nas costas, dor na mandíbula, entre outros sintomas físicos comuns de estresse.
Estresse agudo episódico
A Associação Americana de Psicologia ainda define o estresse agudo episódico, que é quando esses estímulos que causam as reações agudas ao estresse se repetem com frequência. Neste caso, os sintomas são mais prolongados do que o estresse agudo e podem incluir enxaqueca, dor no peito e hipertensão.
Estresse crônico
Quando uma pessoa se mantém continuamente estressada, e isso faz parte da rotina, o estresse pode estar se tornando crônico. Neste caso, as reações do corpo ao estresse e os sintomas não vão embora, afetando diversas áreas da vida. O estresse crônico é um fator de risco para ansiedade e depressão.
De acordo com o psiquiatra Mário Louzã, o estresse crônico é prejudicial ao corpo principalmente porque alguns hormônios, particularmente o cortisol, começam a entrar em ação. "Se o cortisol fica muito elevado durante dias, semanas, começa a gerar problema para o organismo, que não foi feito pra ter esse hormônio em sobrecarga", explica ele.
Os sintomas de estresse crônico podem incluir fadiga, desgaste, mal-estar, cansaço, esgotamento mental, dificuldade em dormir, tristeza, entre outros sintomas físicos e emocionais.
Transtorno do estresse pós-traumático
Quando o episódio que desencadeou o estresse agudo representou ameaça à sua vida ou à vida de terceiros, é possível que a pessoa desenvolva o transtorno do estresse pós-traumático (TEPT). Ele pode ser definido como um distúrbio da ansiedade caracterizado por um conjunto de sinais e sintomas físicos, psíquicos e emocionais.
Esse quadro ocorre devido à pessoa ter sido vítima ou testemunha de atos violentos ou de situações traumáticas que representaram. Quando ela se recorda do fato, revive o episódio como se estivesse ocorrendo naquele momento e com a mesma sensação de dor e sofrimento vivido na primeira vez. Essa recordação, conhecida como revivescência, desencadeia alterações neurofisiológicas e mentais.
Sinais
Sintomas de estresse
O estresse é um sentimento normal. Ele pode, inclusive, ajudar uma pessoa em seu dia a dia, melhorando seu desempenho no trabalho, por exemplo. No entanto, quando o estresse é muito grande, você pode senti-lo em seu corpo por meio de algumas reações específicas. Pode reparar, quando você está muito estressado, você pode notar:
Sintomas físicos do estresse
Além de mexer com a sua cabeça, o estresse também se manifesta no seu corpo, a longo e a curto prazo. Os sintomas físicos do estresse são:
- Fadiga
-
Fezes soltas
- Necessidade frequente de urinar
- Boca seca
- Problemas para engolir
- Dificuldade para dormir
- Queda de cabelo em excesso
- Cansaço demasiado
- Alergias de pele
- Gastrite e úlceras
- Azia
- Gases e diarreia
- Tensão muscular
- Imunidade baixa
- Dores de cabeça
- Dor nas costas
- Mudanças de apetite
- Acne incomum
- Refluxo
Saiba mais: Como o estresse pode afetar a nutrição?
Procure um médico se esses e outros sintomas surgirem e estiverem lhe causando preocupação. Além do mais, estes não são sinais exclusivos de estresse, mas também de problemas de saúde mais graves.
Buscando ajuda médica
Especialistas que podem diagnosticar e tratar estresse são:
- Psicólogo
- Psiquiatra
Procure um médico se esses e outros sintomas surgirem e estiverem lhe causando preocupação. Além do mais, estes não são sinais exclusivos de estresse, mas sim de problemas de saúde mais graves.
Tratamento
Tratamento para estresse
Quando o estresse está alto e atrapalhando seu dia a dia, é importante consultar profissionais da saúde para que esse sintoma seja atenuado. Só um médico ou psicólogo pode dizer se o tratamento para estresse deve ser feito com medicamentos ou se há alternativas naturais e caseiras. Veja algumas das principais alternativas a seguir:
Alimentação adequada
A alimentação muitas vezes parece ser remédio para todos os problemas. No caso do estresse, ter pratos equilibrados ajuda o organismo de muitas formas. Ter um consumo adequado de gorduras, carboidratos, proteínas, vitaminas e minerais é essencial para o bem-estar do organismo.
Se o nosso organismo recebe diariamente esses nutrientes, por meio da alimentação, naturalmente ele irá funcionar melhor, aumentando a energia e vitalidade que precisamos para enfrentar os problemas do cotidiano.
Além disso, alguns tipos de alimentos ajudam a reduzir os sintomas de estresse e inibem marcadores bioquímicos, como o hormônio cortisol. É o caso do triptofano, um tipo de aminoácido. Alimentos fontes de triptofano são:
- Peixes
- Peru
- Ovo
- Nozes
- Castanhas
- Leguminosas (feijão azuki, lentilha, soja)
- Semente de abóbora
- Levedo de cerveja
- Linhaça
- Aveia
- Arroz integral
- Chocolate amargo
- Queijo tofu.
Massagem terapêutica
Para aliviar o estresse, outra alternativa é relaxar com uma massagem terapêutica. Segundo a fisioterapeuta Vanessa Pereira, qualquer pessoa pode fazer, independente da idade. "Além de livrar os músculos das tensões, a massagem ajuda também a amenizar alguns desequilíbrios como a dor, fadiga e má postura", explica.
Leia também: Massagens podem ajudar a combater o estresse
Exercícios físicos
A prática regular de exercícios físicos é essencial para reduzir o estresse e os efeitos prejudiciais dessa condição, tanto físicos quanto emocionais. Além disso, durante a atividade física, o corpo aumenta a produção de endorfina e de serotonina, hormônios responsáveis pela sensação de bem-estar.
Para somar, existe um mecanismo que os especialistas chamam de senso de propósito. Quando fazemos algo com a convicção de que isso está contribuindo para a nossa saúde, damos para a nossa mente comandos do tipo "isso é bom para mim", "estou seguindo na direção certa" e "estou cumprindo um propósito", que vai alimentando a nossa sensação interna de que merecemos algo bom, somos boas pessoas.
Desta forma, a prática de uma atividade física ajuda a mudar um pouco o foco, saindo daquele problema que ficou incomodando o dia todo e estava causando estresse.
Descansar bem
Seu sono está realmente acabando com todo o cansaço do seu dia? O descanso de qualidade é fundamental para reduzir os sintomas do estresse. Para facilitar uma boa noite de descanso, não tome bebidas com cafeína e remova as distrações do seu quarto, como televisão e computador. Também é recomendado ter uma hora certa para dormir.
Psicoterapia
Se nenhuma destas alternativas ajudar, não demore em procurar um psicólogo ou psiquiatra. Eles poderão ajudar a identificar situações que contribuem para seu estresse crônico e traçar um plano para combatê-lo.
Leia também: Psicoterapia: O que é, quais são os tipos e quando devo procurar?
Remédio para estresse
O uso de remédios para estresse é uma opção para o tratamento quando medidas naturais e caseiras não são o suficiente para tratar a condição. Também é uma alternativa quando o estresse se torna crônico ou desencadeia outros problemas de saúde mental, como depressão, transtorno de ansiedade, insônia ou síndrome de burnout.
Nesses casos, o médico irá avaliar qual o melhor remédio. Podem ser utilizados medicamentos sedativos, ansiolíticos, antidepressivos e, até mesmo, medicamentos betabloqueadores, normalmente utilizados para tratar doenças cardíacas.
Prevenção
Todo estresse só é negativo quando se torna excessivo. O problema é que na maior parte das situações as pessoas são tomadas por tantas preocupações que o estresse em excesso tem se tornado um problema comum. Pequenos hábitos, como respiração, ajudam a controlar o problema:
- Procure rir mais: estudos já mostraram que existe relação entre o riso e a redução do estresse, principalmente através da queda dos hormônios cortisol e adrenalina e da liberação da endorfina
- Faça sexo: a relação sexual vai além do prazer. Os mecanismos hormonais envolvidos no ato beneficiam o corpo a lidar com o estresse. O contato íntimo produz alterações químicas cerebrais, melhorando o humor devido à liberação de hormônios como testosterona, estrogênio, prolactina, hormônio luteinizante e prostaglandina na corrente sanguínea
- Respirar direito: a respiração está diretamente relacionada com as nossas emoções e tem a capacidade de regulá-las
- Deixar o celular de lado: desconectar-se do trabalho, das redes sociais e das notícias é uma boa forma de reduzir o estresse e a ansiedade
Referências
Associação Americana de Psicologia
Hospital Albert Einstein