Graduado em medicina pela F.T.E Souza Marques, fez Residência Médica em Psiquiatria pelo Instituto de Psiquiatria da UFR...
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A esquizofrenia é um transtorno mental em que a pessoa perde o contato com a realidade, sendo caracterizada por alucinações e falsas convicções. Os sintomas incluem irritabilidade, psicose, apatia e isolamento social e podem interferir na vida social e profissional. Apesar de existir tratamento, a esquizofrenia não tem cura e deve ser cuidada durante toda a vida.
“Existem tratamentos muito eficientes e que são modernizados conforme o avanço da medicina, podendo proporcionar qualidade de vida para essas pessoas”, afirma Ariel Lipman, médico psiquiatra e diretor da SIG - Residência Terapêutica.
O tratamento é feito de maneira individualizada, de acordo com as características da doença em cada paciente. Inclusive, a doença pode ser diagnosticada tanto na infância quanto na vida adulta, se manifestando de maneiras diversas.
Entenda a seguir sobre como a esquizofrenia é identificada em cada faixa etária, como é a evolução dessa doença e como tratá-la corretamente. Confira:
Esquizofrenia em crianças e adultos: quais as diferenças?
Apesar de ser uma doença que demora para ser identificada, sendo diagnosticada, muitas vezes, já durante a fase adulta, ela pode ser detectada na infância. “Nesse caso, ela tem início gradual e pode ser mais grave do que nos adultos, podendo prejudicar o raciocínio dessa criança”, explica Ariel.
O diagnóstico, tanto em crianças quanto em adultos, é feito através da avaliação de um médico psiquiatra. O profissional pode realizar uma entrevista minuciosa com o paciente e com seus familiares, identificando ou não o transtorno. Alguns exames, como tomografia e ressonância magnética, ajudam a descartar outras doenças que podem levar à alucinações e psicoses.
Nas crianças, os sintomas de esquizofrenia mais comuns são os mesmos que nas outras faixas etárias, incluindo:
- Alucinações
- Delírio
- Mudanças comportamentais
- Distúrbios cognitivos (problemas de raciocínio e pensamentos abstratos)
- Habilidade motora anormal
- Dificuldade para socializar
- Apatia e isolamento social
Como a esquizofrenia evolui em crianças e adultos?
Ainda não existe uma causa conhecida para a esquizofrenia, mas já se sabe que está relacionada a fatores genéticos (histórico familiar), ambientais e neuroquímicos (alterações no funcionamento de neurotransmissores, como serotonina e dopamina).
Segundo o psiquiatra Ariel, o prognóstico e a evolução da esquizofrenia vão depender desses fatores genéticos, além da gravidade dos sintomas e da capacidade do paciente de seguir com o tratamento adequado.
“A esquizofrenia pode, muitas vezes, evoluir como uma doença progressiva. Hoje sabemos que as crises podem ser neurotóxicas, levando a um severo déficit cognitivo. Antigamente, ela era chamada de ‘demência precoce’, mas, atualmente, com o tratamento correto, podemos melhorar muito o prognóstico do paciente”, afirma o especialista.
A partir do tratamento, uma pessoa com esquizofrenia pode, sim, viver uma vida muito próxima a de uma pessoa sem o transtorno, mesmo não tendo uma cura para a doença. “Temos pacientes com esquizofrenia que estudam, saem para se divertir e fazer as coisas que gostam”, acrescenta.
Como é feito o tratamento da esquizofrenia?
O tratamento para esquizofrenia é feito de maneira individual, respeitando as necessidades e limitações de cada paciente. De forma geral, pode incluir uso de medicações, terapia ocupacional e psicoterapia. “Porém, mais uma vez, é muito individual”, ressalta Ariel.
Isso porque o tratamento pode variar de acordo com os tipos de esquizofrenia e a gravidade dos sintomas. Por exemplo, uma pessoa que é mais resistente a tomar medicação pode necessitar de injeções e pode ser relutante a fazer psicoterapia.
Além disso, a hospitalização pode ser necessária durante períodos de crise ou de agravamento dos sintomas. Ela ajuda a garantir a segurança do paciente, sua alimentação e sonos adequados e higiene básica. Grupos de apoio para o paciente e seus familiares também podem desenvolver papéis importantes no tratamento.