Formado em Medicina e em Urologia pela Universidade de São Paulo, com formação complementar em Harvard e no Hospital Hen...
iRedatora de conteúdos sobre beleza, família e bem-estar.
Faustão, de 73 anos, precisou ser internado às pressas no último domingo (25) e foi submetido a um transplante de rim na segunda-feira (26). De acordo com o boletim médico, divulgado nesta terça (27), a cirurgia ocorreu bem e o apresentador seguirá sob observação no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.
Em agosto de 2023, Fausto Silva passou por um transplante de coração devido a uma insuficiência cardíaca — condição em que o coração não consegue bombear sangue adequadamente e, de acordo com familiares, seus rins já estavam comprometidos neste momento.
Apesar de não haver informações sobre qual é a doença renal de Faustão e tampouco se há alguma ligação direta entre o problema nos rins e a antiga insuficiência cardíaca, João Brunhara, urologista e membro do Comitê Científico do Instituto Lado a Lado pela Vida, explica que a relação entre o transplante de coração e o transplante de rim existe.
“O funcionamento do rim depende da chegada de sangue até ele, que é bombeado pelo coração. Desta forma, o sangue consegue ser filtrado e o órgão produz urina normalmente. A insuficiência cardíaca descompensada pode causar lesão renal, afetar a função do órgão e gerar uma situação conhecida como síndrome cardiorrenal”.
Leia também: Como funciona o transplante de coração que Faustão fez?
Como é feito o transplante renal que Faustão fez?
João Brunhara esclarece que um rim pode ser recebido tanto por um doador vivo, quanto por um já falecido, e detalha como é feito um transplante renal.
“O rim transplantado é inserido numa região do abdome chamada fossa ilíaca e as artérias e veias do órgão doado são conectadas em artérias e veias grandes da circulação do receptor, os vasos ilíacos. Também é feita uma conexão do ureter do rim transplantado com a bexiga, para entregar a urina produzida”.
O médico ressalta, ainda, que os rins que o receptor possuía desde o nascimento, geralmente, permanecem no lugar deles, sem nenhuma intervenção e que o procedimento também exige uma imunossupressão, que é o uso de remédios para diminuir a imunidade e evitar que haja uma rejeição do novo órgão.
Leia também: Doença cardíaca: tipos, causas e prevenção
Para um paciente já transplantado, os riscos de um novo transplante é maior?
Brunhara explica que transplantes de dois ou mais órgãos, normalmente, possuem riscos maiores do que transplantes de apenas um órgão. Ele afirma que possíveis pioras da função do coração transplantado podem afetar a função do rim transplantado e vice-versa.
“Também existe a questão da toxicidade renal que os imunossupressores trazem a longo prazo, além de se lidar com os riscos simultâneos de disfunção ou de rejeição de dois órgãos concomitantes. Portanto, transplantes de dois ou mais órgãos envolvem riscos maiores e requerem maiores cuidados”, finaliza o urologista.
Saiba mais: Insuficiência renal crônica: o que é, causas e como tratar