Atualmente é residente de tomografia cardíaca do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia. Fez residência em clínica méd...
iFormado pela Universidade Luterana do Brasil, no Rio Grande do Sul, é especializado em conteúdos de saúde
O que é Insuficiência cardíaca?
A insuficiência cardíaca, também conhecida como insuficiência cardíaca congestiva, é uma condição em que o coração não consegue bombear sangue de maneira adequada para suprir as necessidades do corpo. Essa condição resulta na diminuição do fluxo sanguíneo, o que leva a sintomas como falta de ar, tosse, inchaço abdominal e nos pés, entre outros.
Causas
A insuficiência cardíaca é uma doença crônica que pode se desenvolver rapidamente e afetar tanto o lado direito quanto o esquerdo do coração. Inicialmente, pode ser identificada como insuficiência cardíaca direita ou esquerda, mas ao longo do tempo, ambos os lados acabam sendo comprometidos.
No Brasil, a causa mais comum da insuficiência cardíaca é a doença arterial coronariana (DAC), na qual teremos um estreitamento dos vasos coronarianos por conta da presença de placas de gordura no organismo, aumentando o risco de isquemia e infarto.
Outros motivos para a insuficiência cardíaca são:
- Alterações em válvulas cardíacas;
- Pressão alta não controlada;
- Inflamação do músculo cardíaco;
- Doença de chagas e outras causas.
Insuficiência cardíaca congestiva
A insuficiência cardíaca congestiva acontece quando o sangue retorna a outras áreas do corpo, acumulando-se, por exemplo, nos pulmões, fígado, trato gastrointestinal, braços e pernas. Com isso, faltam oxigênio e nutrientes nos órgãos comprometidos pelo acúmulo de sangue, reduzindo a capacidade destes de trabalhar adequadamente.
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Tipos
A insuficiência cardíaca pode ser dividida principalmente em dois tipos:
- Insuficiência cardíaca sistólica: ocorre quando o músculo cardíaco não bombeia ou ejeta o sangue para fora do coração adequadamente;
- Insuficiência cardíaca diastólica: os músculos do coração ficam rígidos e não se enchem de sangue facilmente.
Sinais
Inicialmente, os sintomas da insuficiência cardíaca aparecem lentamente, porém, com o passar do tempo, os problemas respiratórios são percebidos constantemente, mesmo quando a pessoa está em repouso.
Os sinais mais comuns da insuficiência respiratória são:
- Falta de ar durante a atividade física ou logo após deitar-se;
- Tosse;
- Inchaço dos pés e tornozelos;
- Inchaço do abdômen;
- Ganho de peso;
- Pulso irregular ou rápido;
- Sensação de sentir o batimento cardíaco (palpitações);
- Dificuldade para dormir;
- Fadiga, fraqueza e desmaios;
- Perda de apetite e indigestão;
- Diminuição da atenção ou concentração;
- Redução do volume de urina;
- Náuseas e vômitos;
- Necessidade de urinar à noite;
- Suor durante a alimentação, principalmente em bebês.
Entretanto, algumas pessoas com insuficiência cardíaca não apresentam sintomas claros, mas apresentam os seguintes sinais:
- Ritmo cardíaco anormal (arritmias);
- Anemia;
- Hipertireoidismo;
- Infecções com febre alta;
- Doença renal.
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Diagnóstico
Geralmente, o diagnóstico é baseado na história clínica, nos sintomas e no exame físico. Os exames laboratoriais e de imagem serão complementares para ajudar no tratamento.
Fatores de risco
Um único fator de risco pode ser suficiente para o desenvolvimento da insuficiência cardíaca, mas a combinação de fatores pode aumentar ainda mais as chances, como a presença concomitante de:
- Pressão arterial elevada;
- Doença arterial coronariana;
- Ataque cardíaco;
- Diabetes e alguns medicamentos para tratar a doença;
- Apneia do sono;
- Cardiopatias congênitas;
- Infecção por vírus;
- Consumo de álcool;
- Batimentos cardíacos irregulares, a exemplo de arritmia.
Exames
Os principais exames para detectar a doença e suas particularidades são:
- Ecocardiograma de 12 derivações: possibilita a identificação de alterações de sobrecarga ou dilatação do músculo cardíaco e a presença de arritmias;
- Raio-X de tórax: avalia o tamanho do coração, presença de líquido nos pulmões e presença de infecções associadas;
- Ecocardiograma bidimensional: avalia o músculo cardíaco, a função do coração e as válvulas cardíacas;
- Angiotomografia coronariana: identifica a presença de placas de gordura e variações anatômicas
- Ressonância magnética cardíaca: calcula a função do coração, o tamanho das câmaras cardíacas, a presença de infartos e fibrose no músculo e ajuda no diagnóstico das causas da doença;
- Cineangiocoronariografia: identifica a presença de placas de gordura e possibilita o tratamento, seja de valvulopatias ou de obstruções coronarianas.
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Buscando ajuda médica
O cardiologista fará uma avaliação da história clínica do paciente e vai observar a presença de sintomas como falta de ar e cansaço, além de doenças prévias e histórico familiar. O profissional poderá fazer um exame físico detalhado para identificar possíveis sinais da doença e indicar o melhor tratamento.
Conforme a complexidade do distúrbio, um cardiologista especialista em insuficiência cardíaca deve ser procurado.
Tratamento
Em geral, o recomendado é diminuir o uso de sal, restringir o consumo de gorduras e frituras, além de ingerir líquidos e atingir um peso saudável.
O avanço do tratamento medicamentoso permitiu a diminuição dos sintomas e o aumento da sobrevida e qualidade de vida. Os medicamentos mais utilizados são:
- Antihipertensivos para controle da pressão arterial;
- Diuréticos para diminuir o inchaço das pernas e o líquido no pulmão;
- Medicações que reduzem a descarga de adrenalina (betabloqueadores);
- Remédios que melhoram a contratilidade do coração
- Vasodilatadores
Em certos casos, é necessário tratar a doença subjacente que causou a disfunção cardíaca, recorrendo a procedimentos como o implante de stents por via percutânea ou cirurgia.
Uma abordagem cirúrgica, por exemplo, é o implante de enxertos de veia safena ou artérias mamárias, nas situações em que o fluxo de sangue nos vasos coronarianos estão comprometidos. Nos estágios mais avançados da doença, o transplante cardíaco poderá ser uma terapia efetiva.
Medicamentos
Os medicamentos mais usados para o tratamento de insuficiência cardíaca são:
- Aldactone
- Aminofilina
- Ancoron
- Aradois
- Atenolol
- Amiodarona
- Apresolina
- Atorvastatina Cálcica
- Besilato de Anlodipino
- Captopril
- Carvedilol
- Clexane
- Concor
- Cardcor
- Clortalidona
- Coreg
- Cozaar
- Diamox
- Digoxina
- Diovan
- Diurix
- Dobutamina
- Enalapril
- Espironolactona
- Hidroclorotiazida
- Higroton
- Isordil
- Isossorbida
- Lipitor
- Lisinopril
- Losartana Potássica
- Monocordil
A nimesulida é o medicamento contraindicado para a insuficiência cardíaca. Somente um médico saberá prescrever o medicamento indicado para cada caso.
Prevenção
Na maioria dos casos, a insuficiência cardíaca é causada por doenças preveníveis. Deve-se procurar manter um estilo de vida saudável, com alimentação adequada, atividade física regular, não fumar e evitar o estresse.
Procurar um cardiologista com regularidade é fundamental para avaliar a pressão arterial e identificar a presença de condições que possam desenvolver a doença.
Complicações possíveis
O paciente poderá ter algumas complicações agudas que necessitem de tratamento de urgência. Além disso, a insuficiência cardíaca poderá evoluir para insuficiência renal - o que exige diálise, além da necessidade de uso de marcapassos e implante de dispositivos para tratar arritmias.