Jornalista com sete anos de experiência em redação na área de beleza, saúde e bem-estar. Expert em skincare e vivências da maternidade.
iLer é um hábito que devemos incentivar desde os primeiros meses de vida de uma criança. Isso acontece porque, desde o nascimento, o cérebro dos bebês está em constante evolução e a leitura pode auxiliar ainda mais o seu desenvolvimento.
A obra brasileira infantil “Dia de Lua”, de Renato Moriconi, é um exemplo que pode ajudar nesse processo. Ela recebeu o prêmio de melhor livro para bebês, na categoria “Toddler”, do BolognaRagazzi Awards neste ano, na Itália.
O MinhaVida revelou os motivos que levaram esse livro a conquistar esse título e ainda entrevistou a psicopedagoga e educadora parental Fabíola Souza, que indicou algumas formas de incentivar a leitura nos pequenos.
“Dia de Lua”: por que esse livro é o melhor do mundo para bebês?
Com uma combinação perfeita de encanto, aprendizado e diversão, esse livro tem conquistado o coração dos pequenos e seus cuidadores. A obra, que conversa com outro livro de Renato Moriconi - Dia de Sol -, esclarece ao leitor uma grande questão: o que a Lua faz durante o dia?
Com ilustrações que fogem da curva dos livros infantis tradicionais, o "Dia de Lua" cria um ambiente mágico e convida os bebês a explorarem cada página com suas pequenas mãozinhas curiosas, descobrindo as diferentes funções que a lua exerce enquanto o sol está iluminando o céu.
O autor trabalha bastante o lado lúdico, colocando o formato desse satélite em situações bem inusitadas. Na narrativa, Renato diz que a lua pode se transformar em uma rede para descansar, num guarda-chuva para se proteger ou até mesmo em um chifre de rinoceronte.
Mas afinal de contas, porque o livro ganhou o título de melhor livro para bebês? Na sua justificativa, o júri do prêmio enfatizou o cuidado dedicado a cada aspecto gráfico, desde a capa que não tem título até os cantos arredondados e a paleta de somente três cores (azul, branco e preto). Também destacaram a criatividade e a fusão de elementos como pontos positivos.
“A pureza do design gráfico do livro cativa os leitores nesta jornada diurna/lunar magistralmente executada”, conclui a justificativa oficial.
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Os benefícios de incluir o hábito da leitura na rotina dos bebês
Fabíola diz que a leitura vai muito além de apenas contar histórias. Esse hábito é um verdadeiro estímulo para o desenvolvimento cognitivo, emocional e social das crianças, mesmo quando ainda estão no berço. A psicopedagoga cita outros benefícios:
“A leitura dá suporte ao desenvolvimento da linguagem (oral e escrita), do raciocínio, ampliação de vocabulário, atenção, memória, criatividade, emoções, formação do senso crítico, construção de vínculos e memórias afetivas”, esclareceu a profissional. Esse hábito ainda ajuda na compreensão auditiva, ampliação de repertório cultural e estimula a empatia.
Quanto mais cedo a família apresentar e inserir a leitura na rotina, maiores são as chances de que as crianças gostem de ler e esse ato seja prazeroso a longo prazo.
Dicas de como transformar seu bebê em um pequeno leitor
Desde os primeiros meses de vida, os bebês são verdadeiras esponjas e absorvem tudo ao seu redor, o que acaba sendo o melhor momento para inserir a leitura na sua rotina. A psicopedagoga deu algumas dicas preciosas para você incluir esse hábito no dia a dia dos pequenos:
- Bebês bem novinhos necessitam de conexão e vínculo com seus cuidadores, então os livros infantis, no geral, são benéficos uma vez que o bebê estará se conectando com seus cuidadores enquanto ele ouve as histórias.
- O sensorial e a exploração por meio do tato são cruciais para o desenvolvimento do bebê. Por isso, é importante oferecer livros sensoriais, de pano, plástico ou cartonados, para que possam manipular livremente sem perigo.
- Aposte em livros com imagens grandes, ilustrações que chamem a atenção e textos mais curtos. Histórias com rimas ou poesias costumam ser interessantes devido ao ritmo e fluidez na leitura.
- Aos poucos podem ser apresentados livros com fantoches sonoros e sensoriais e textos mais amplos com mais contextualização.
“Além do tipo de livro, é muito importante ter uma atenção em como a leitura é feita, apostar na entonação, investir em onomatopeias, mudar a voz, além de usar instrumentos para reproduzir alguns sons, isso ajuda a manter o interesse e fazê-los ter a percepção que a leitura é algo prazeroso”, disse Fabíola.
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