Mestre e doutora em Psicologia Clínica pela PUCSP, como membro do Depto. de Psicanálise da Criança no Instituto Sedes Sa...
iJornalista com sete anos de experiência em redação na área de beleza, saúde e bem-estar. Expert em skincare e vivências da maternidade.
iDescubra por que as crianças mordem, quando esse comportamento é normal e como ajudar seu filho a expressar emoções de forma saudável. Seu filho começou a morder e você não sabe como lidar com esse comportamento. Antes de se preocupar ou achar que é apenas birra, saiba que esse comportamento pode ter várias causas – e muitas delas fazem parte do desenvolvimento infantil.
Desde a descoberta do mundo até a dificuldade de expressar emoções, as mordidas podem ser uma forma de a criança lidar com o que sente. Para entender melhor os motivos por trás desse hábito e como agir da melhor maneira, conversamos com uma especialista, que explica por que isso acontece e como ajudar seu pequeno a superar essa fase.
Leia mais: Se você quer que seu filho te obedeça, precisa incluir essas 6 práticas na rotina da família
Os motivos mais comuns que levam uma criança a morder
Por mais que pareça falta de educação, morder faz parte do desenvolvimento infantil e, em muitos casos, é apenas uma fase passageira. Segundo Vera Resende, mestre e doutora em Psicologia Clínica, é fundamental analisar o contexto em que isso acontece. “Sempre que pretendemos compreender ou diagnosticar um comportamento infantil, temos que considerar, antes, a idade da criança, o ambiente em que o comportamento se manifestou e a frequência com que ele ocorre.”
Os motivos para esse comportamento variam. Crianças pequenas ainda estão aprendendo a se comunicar e podem morder como forma de expressar emoções que não conseguem verbalizar, como frustração, ansiedade ou até mesmo empolgação. “As crianças estão aprendendo a se socializar e a comunicar sentimentos que, muitas vezes, ainda nem conseguem identificar”, explica a especialista.
Além disso, fatores como curiosidade e experimentação também influenciam. Assim como bebês levam objetos à boca para conhecer novas texturas, algumas crianças usam a mordida para explorar sensações ou chamar a atenção.
Outra razão comum é a dificuldade em controlar impulsos. “O ambiente, por meio da família, transmite os códigos da inserção social ao longo de todo o desenvolvimento infantil. Além disso, o controle dos impulsos é fraco ou ausente nos estágios iniciais da vida”, aponta a psicóloga.
Como os pais devem lidar com o filho que morde?
Se seu filho está mordendo, a primeira coisa a fazer é manter a calma. Esse comportamento pode ser desconfortável para os pais, mas faz parte do desenvolvimento infantil e pode ser corrigido com a abordagem certa.
Segundo Vera, as mordidas começam cedo, ainda na fase de amamentação, e podem se tornar uma brincadeira quando a criança percebe que arrancam risadas dos adultos. “Ao provocar o riso das pessoas, ela não aprende que esse comportamento não deve ser repetido. O ideal seria, naturalmente, mostrar-lhe que ela pode demonstrar carinho com as mãos.”
Se seu filho já convive com outras crianças, como na pré-escola, as mordidas podem surgir em momentos de frustração, disputa por brinquedos ou dificuldade de adaptação às novas regras sociais.
“A pré-escola é a primeira experiência com regras coletivas para quem estava acostumado às regras do ambiente familiar. Não é uma transição simples”, explica a especialista. Nesse momento, os pais devem reforçar, de forma clara e coerente, que morder não é aceitável e oferecer alternativas para que a criança expresse seus sentimentos de maneira saudável.
A chave para lidar com essa fase é o exemplo. Crianças aprendem observando e repetindo o que veem em casa. “Se o aprendiz tiver modelos amorosos, respeitosos e carinhosos, ele os repetirá com maior frequência”, destaca a Dra. Vera. Isso significa que os adultos devem evitar reações agressivas – como gritar, punir de forma exagerada ou até retribuir a mordida para “ensinar uma lição” –, pois isso pode reforçar ainda mais o comportamento indesejado.
No dia a dia, mostrar à criança como demonstrar afeto com gestos gentis, ajudá-la a nomear emoções e ensiná-la a resolver conflitos sem agressividade são estratégias que fazem toda a diferença. Com paciência e bons exemplos, ela aprenderá formas mais saudáveis de interagir e conviver com os outros.
Leia também: Se o seu filho apresenta esses 7 sinais, tome cuidado! Significa que ele é viciado em telas