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Poluição, cloro, exposição ao sol e muita química podem deixar até o cabelo oleoso bastante ressecado. De acordo com o hair stylist Jomas Lázaro, do salão Fino Capelli, no Rio de Janeiro, o ressecamento pode acontecer porque o pH do cabelo se alterou, as cutículas capilares estão dilatadas e desprotegidas ou porque o cabelo perdeu seu revestimento natural de gordura, ficando seco e sem brilho - inclusive, fios com comprimento superior a 10cm recebem menos nutrientes do couro cabeludo.
É importante ressaltar que cabelos ressecados são diferentes dos fios secos. "O cabelo seco diz respeito ao tipo de couro cabeludo, que tem pouca produção de oleosidade pelas glândulas sebáceas, resultando em fios com aspecto menos brilhante em relação aos cabelos normais e oleosos", afirma a dermatologista Tatiana Gabbi, da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Ao passo que qualquer tipo de cabelo - oleoso, misto ou seco - pode ficar ressecado, devido às alterações já citadas, mas esse é um quadro que pode ser revertido tomando alguns cuidados. Siga as dicas dos especialistas e reverta o problema dos cabelos ressecados:
SAIBA MAIS
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Use o shampoo adequado
O cabelo ressecado por conta de tratamentos químicos (tintura, luzes ou progressiva, por exemplo) tem o seu pH alterado, ficando mais alcalino que o normal. "Isso faz com que as escamas fiquem mais dilatadas e sofram com maior intensidade os efeitos do sol e da poluição, fatores que deixam o fio ainda mais ressecado", a dermatologista Tatiana Gabbi, da Sociedade Brasileira de Dermatologia. A maior parte dos shampoos tem o pH alcalino, o que piora este quadro. "O ideal para evitar esse tipo de dano é utilizar shampoos que tenham substâncias que equilibram o pH, tal como o ácido glicólico, que torna o shampoo mais ácido", declara. "No entanto, os shampoos de pH neutro (e não ácido) são os indicados para cabelos tratados com química, seja permanente, alisamento, tinturas ou clareamento."
Segundo os especialistas, esses produtos devem usados de forma preventiva, mas também ajudam a reverter o ressecamento. Dessa forma, fique atento aos rótulos dos shampoos e olhe com atenção para os seus fios, principalmente após fazer química.
Condicionador para o seu tipo de cabelo
O objetivo de condicionar os cabelos é simular o sebo normal produzido pelo couro cabeludo para tornar os cabelos mais fáceis de pentear, brilhantes e macios. Também são úteis no recondicionamento de cabelos danificados quimicamente por excesso de escova, uso de secadores, permanentes e clareamento. De acordo com a dermatologista Tatiana, o ideal é respeitar o tipo de cabelo e as condições dos fios. "Cabelos ressecados e com couro cabeludo seco precisam de mais condicionador que cabelos oleosos e sem danos, por exemplo", afirma.
A especialista lembra que a causa do ressecamento não interfere na escolha do condicionador, uma vez que o cabelo esteja ressecado, todos os condicionadores terão ações semelhantes, mas aqueles que contêm proteínas ou peptídeos vão auxiliar ainda mais na reconstrução momentânea do fio. "É importante lembrar que o cabelo é uma estrutura morta, portanto essa hidratação vai durar apenas até a próxima lavagem, devendo ser repetida sempre."
Cuidados na lavagem do cabelo
A indicação dos especialistas é que a temperatura da água seja de morna para fria no caso de cabelos ressecados. "Quando em contato com a água mais quente, a gordura que reveste o fio é removida, e ela é a responsável por deixar os cabelos sedosos", afirma a dermatologista Tatiana. Além disso, a água muito quente abre a cutícula do cabelo, deixando-o mais suscetível ao sol, à poluição e a todos os outros agentes que ressecam os fios. "Com a temperatura do chuveiro mais amena, o couro cabeludo não produz mais sebo que o necessário, evitando inclusive que a raiz fique oleosa", completa.
Não esqueça as hidratações no salão
Cabelos ressecados precisam fazer hidratação e cauterização a cada 15 ou 30 dias, dependendo do ressecamento. "Pessoas que aplicam química no cabelo precisam de hidratações mais frequentes, ao passo que alguém que apenas sofre as ações da poluição pode adotar uma frequência menor", afirma o cabeleireiro Thiago Mendes Soares, do Cat´s Cabelereiros, em São Paulo.
"A hidratação devolve a gordura aos cabelos, enquanto que a cauterização reconstrói as proteínas dos fios", diz. Lembre-se sempre de aplicar produtos adequados ao seu tipo de cabelo e ao tipo de ressecamento. "Sabemos que a hidratação feita no salão é mais intensa e tem melhores resultados", afirma a dermatologista Tatiana. Se optar apenas pela feita em casa, redobre os cuidados e faça o procedimento com mais frequência, até sentir que os fios estão recuperados.
Aplique um leave-in
Assim como a pele que precisa de protetor solar, o cabelo também sofre os efeitos da exposição aos raios ultravioletas. "Hoje existem cremes para pentear ou cremes sem enxágue que não deixam resíduos e selam as cutículas capilares, evitando que o cabelo fique mais ressecado", diz Jomas Lázaro. Ele explica que até mesmo uma pessoa que não tenha os cabelos ressecados deve investir no leave-in para prevenir o problema, mas para os fios que já estão sofrendo esses efeitos o leave-in é essencial. "Escolha um produto de acordo com a sua necessidade e seu tipo de cabelo, com agentes que protejam contra as ações do sol ou do cloro, por exemplo", diz o cabeleireiro Thiago.
Lance mão dos séruns
Produtos para cabelo à base de silicone, como reparadores de pontas, contêm substâncias responsáveis pelo selamento de cutículas, ajudando o cabelo a se recuperar. "Esses produtos têm a capacidade de formar um filme protetor ao redor dos fios, que gruda as escamas que se soltaram devido ao dano da cutícula", conta a dermatologista Tatiana. Isso leva a uma aparência brilhosa e maior maleabilidade, evitando a quebra, além de reduzir o frizz ou eletricidade estática.
De acordo com os especialistas, mais importante que ter o sérum é saber como usá-lo. "O correto é aplicar após o banho, como um finalizador do processo, e nunca confundi-lo com um protetor térmico", alerta o hair stylist Jomas. Segundo o especialista, aplicar o sérum antes de fazer uma escova ou passar chapinha é um dos piores erros que você pode cometer com o cabelo.
"Apesar do brilho que você nota após a prancha, a ação é a mesma que fritar os cabelos. Os fios vão começar a quebrar e perder totalmente o brilho", diz. O cabeleireiro Thiago explica que os séruns podem ser substituídos por óleos, como o óleo de argan e o de semente de linhaça, que vão oferecer os mesmos efeitos. Mas siga a ordem de aplicação: óleo e secador primeiro, até os fios ficarem completamente secos. Só depois, passe a chapinha.
Faça máscaras de hidratação em casa
Para os cabelos ressecados é recomendada a aplicação de máscaras de hidratação cerca de duas vezes por semana, no lugar no condicionador. "Após sair do banho, retire a umidade do cabelo e aplique a máscara", afirma o hairstylist Jomas, alertando que passar o creme nos cabelos muito molhados só faz a máscara escorrer pelo cabelo, em vez de penetrar nos fios. "Caso você aplique a máscara em casa, a hidratação no salão é recomendada só uma vez por mês", afirma o cabeleireiro Thiago. Segundo a dermatologista Tatiana, procure produtos que tenham proteína animal hidrolizada, dimeticona, simeticona, glicerina, propilenoglicol ou óleos essenciais.
Invista nas ampolas de hidratação
Rápidas e práticas, as ampolas de hidratação tem ação imediata, diferente das máscaras, que precisam agir no cabelo durante alguns minutos. "O fio de cabelo é composto por uma camada externa, chamada cutícula, uma porção intermediária chamada córtex e outra interna, a medula. As ampolas de tratamento penetram entre essas partes, regenerando a forma dos fios e melhorando a resistência deles", afirma o médico tricologista Luciano Giovanni Barsanti, presidente da Sociedade Brasileira de Tricologia.
Ampolas de tratamento e condicionadores têm uma função em comum: selar as cutículas do cabelo. "Se você usar o condicionador antes das ampolas de tratamento, ele selará as cutículas do cabelo, impedindo a ação delas", afirma Luciano. Quando usar ampolas, abra mão do condicionador, e vice-versa.
Além disso, as ampolas não devem ser misturadas a shampoos, condicionadores e cremes de hidratação. "Isso pode alterar a fórmula dos dois produtos, anulando os benefícios", afirma Luciano Barsanti. "Um shampoo em que for adicionado o conteúdo de uma ampola, por exemplo, pode perder o seu poder adstringente de limpeza."
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