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A depressão é uma condição psicológica capaz de influenciar negativamente os rumos da vida de quem sofre com a doença. É necessária a intervenção de um especialista para que a mente possa ser curada, além do suporte e companhia de amigos e familiares. E para uma maior compreensão acerca do universo de quem sofre com a depressão, listamos alguns filmes que retratam o assunto. Eles possibilitam que tenhamos empatia em relação a quem sofre com a doença, ou então, que nos identifiquemos com personagens que possam nos inspirar a buscar a melhoria de nossas vidas:
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1. The Babadook (2014)
O longa da diretora australiana Jennifer Kent traz reflexões acerca da depressão de maneira criativa e obscura. Através das óticas de um filme de terror, somos apresentados à história de Amelia, uma mãe que acaba de perder seu marido em um acidente de carro, e precisa lidar com seus traumas e frustrações, ao mesmo tempo em que precisa enfrentar os desafios da maternidade.
Com uma atmosfera sufocante que simula sentimentos depressivos, a obra traz metáforas acerca da doença, assimilando-a com uma entidade demoníaca que perturba e isola a personagem e seu filho do mundo exterior.
2. Melancolia (2011)
Do polêmico diretor dinamarquês Lars Von Trier, o longa é uma jornada imersiva dentro da mente de uma pessoa depressiva. A obra conta a história de duas irmãs que têm um relacionamento conflituoso. A dinâmica entre elas é colocada à prova, quando um novo planeta chamado "Melancolia" se aproxima da Terra, ameaçando a existência de todos os seus habitantes. Uma das irmãs aceita o fato e o encara de maneira serena, enquanto a outra se desespera frente à catástrofe iminente.
Com cenas em slow-motion, trilha sonora introspectiva e uma fotografia fantasiosa, o filme distorce a realidade da mesma forma em que a doença faz, e seu ritmo monótono simula a sensação que a depressão causa em suas vítimas.
3. As virgens suicidas (1999)
Dirigido pela ganhadora do Oscar Sofia Coppola, o filme conta a história de um grupo de amigos que se tornam obcecados por cinco meninas que vivem em sua vizinhança. Porém, essas garotas vivem com uma família extremamente controladora, com um viés comportamental conservador. O relacionamento com os pais é distante, elas vivem afastadas da convivência com o mundo externo e são impedidas de expressar seus sentimentos mais primários, como a tristeza. Isto desencadeia um processo depressivo nas personagens. A obra mostra, de forma sombria, como as relações familiares, quando não administradas corretamente, podem potencializar um quadro clínico grave.
4. As horas (2002)
A obra traz um poderoso elenco feminino, que conta com três vencedoras do Oscar: Meryl Streep, Nicole Kidman (que conquistou a estatueta por este filme) e Julianne Moore. A história gira em torno de personagens de diferentes gerações que são influenciadas pelo romance "Mrs Dalloway", de Virginia Woolf.
Todas elas têm relação com a depressão e o suicídio em suas vidas, e precisam superar estes obstáculos para alcançarem seus objetivos. Sem romantizar um contexto obscuro, a obra mostra como a depressão pode ser capaz de ceifar, pouco a pouco, as virtudes de quem sofre com a condição.
5. Garota, Interrompida (1999)
Dirigido por James Mangold, do recentemente aclamado "Logan" (2017), a obra se afasta da ficção científica. Ao contrário disto, a história retrata a dura realidade das mulheres no século 20, que não contavam com um suporte adequado para suas dificuldades psicológicas.
Ao invés disso, elas eram rotuladas como mentalmente instáveis, e muitas vezes, eram institucionalizadas em hospícios por aflições comuns a qualquer adolescente. O abandono, o preconceito e os estereótipos misóginos da época, desempenham papel importante no surgimento e agravamento da depressão nas personagens, que são marginalizadas pela sociedade.
6. As Faces de Helen (2009)
O filme conta a história de Helen Leonard, uma mulher que se vê cercada pelo sucesso em âmbito profissional e afetivo. Porém, a obra oferece um olhar diferenciado para a condição depressiva: Ela pode estar presente mesmo quando temos tudo o que desejamos. A vida da personagem assume um ritmo vagaroso, e ela já não encontra sentido para continuar vivendo. Através do suporte da família e amigos, Helen tem a possibilidade de reencontrar sua felicidade.
7. Ela (2013)
Vencedor do Oscar de Melhor Roteiro Original, o filme dirigido por Spike Jonze, responsável por aclamadas obras como "Quero ser John Malkovich", conta a história de Theodore, um escritor solitário que se apaixona por um sistema operacional, criado para atender e preencher todos os seus vazios. Durante o longa, aspectos narrativos e técnicos convergem de maneira bem-sucedida para construir uma atmosfera angustiante e cinzenta, que representa a maneira negativa em que o personagem se sente.
O filme apresenta uma visão distópica do futuro, em que seres humanos se relacionam com máquinas, ao mesmo tempo em que questiona e promove a reflexão acerca de temas como a depressão, e como adquirimos uma visão cínica em nossas relações interpessoais, impossibilitando que enxerguemos e possamos auxiliar quem sofre com a doença.
8. As vantagens de ser invisível (2012)
A adaptação cinematográfica da obra literária de 1999 escrita por Stephen Chbosky narra a história de Charlie, um adolescente introvertido que luta com sentimentos depressivos ao adentrar em um novo colégio, durante o ensino médio. Por mais que seu talento para a escrita seja reconhecido por sua professora de literatura, sua condição psicológica fragilizada não permite que ele reconheça o melhor de si. Até que ele conhece dois colegas que mudam sua perspectiva de mundo e reiteram a importância do acolhimento e do sentimento de pertencimento quando estamos enfrentando fases obscuras em nossas vidas.
9. A felicidade não se compra (1946)
O represente dos clássicos na lista foi dirigido por Frank Capra e é frequentemente apontado pelos críticos como um dos melhores filmes de todos os tempos. A obra nos apresenta a história de George Bailey, um empresário que, ao falir financeiramente, considera o suicídio como uma alternativa.
A partir deste momento, uma entidade surge, e o faz enxergar como seria a vida das pessoas a sua volta caso ele nunca houvesse nascido. O longa é inspirador, e traz a reflexão de que, por mais que percamos a consciência de nossa importância, não devemos esquecer que o simples fato de existirmos já causa um grande impacto positivo na existência de quem amamos.
10. Beleza Americana (1999)
Vencedor de cinco Oscars, o longa nos apresenta à Lester Burnham, um homem que, ao refletir acerca de sua existência, percebe que não está satisfeito com suas realizações. Ele não está contente com seu emprego, e não se sente motivado em seu casamento. Isto faz com que ele entre em um crise de meia-idade que acarreta em uma condição depressiva. Sem o suporte dos familiares, Lester precisa reencontrar o sentido de sua vida, e aliviar as dores de uma vida frustrante, ao mesmo tempo em que se apaixona pela melhor amiga de sua filha.
11. A liberdade é azul (1993)
O filme faz parte da famosa "Trilogia das Cores", do cineasta polonês Krzysztof Kieslowski. A cor azul representa a depressão, temática principal da obra. A narrativa gira em torno de Julie, uma mulher que perde o sentido de sua vida após a morte de seu marido e filha em um acidente. Ela desenvolve um quadro depressivo, e se isola do meio social, assumindo uma identidade distante do mundo. É neste momento em que a personagem precisa lutar para reatribuir significado a sua vida, antes que seja tarde demais.