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Um parto prematuro envolve diferentes riscos para a saúde da criança. "A prematuridade é a principal causa de morbidade e mortalidade neonatal. Quanto menor a idade gestacional, maiores são essas cifras, assim como de sequelas no desenvolvimento físico e intelectual", explica a ginecologista e obstetra Silvia Herrera, coordenadora de medicina fetal do Salomão, Zoppi Diagnósticos.
Um nascimento é considerado prematuro quando ocorre antes da 37ª semana de gestação. Devido aos danos, se o trabalho de parto começa muito cedo, o médico tenta intervir. "Quando a gestante apresenta contrações uterinas exacerbadas podem ser utilizados medicamentos apropriados que diminuem essas contrações", conta Roberto Eduardo Bittar, professor associado do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da Faculdade de Medicina da USP.
Normalmente, se ganha um tempo de 48 horas com esses medicamentos, que permitem uma terapia com corticoides para evitar algumas complicações, como uma hemorragia cerebral do feto. Em geral, os partos prematuros estão relacionados a diversos fatores de risco, principalmente relacionados a hábitos de vida. Conheça os principais, para evitar que esse problema ocorra na sua gravidez.
Tabagismo
Este é um dos hábitos mais criticados em mulheres grávidas. "O fumo prejudica a circulação uteroplacentária que causa uma menor oxigenação fetal", relata Roberto Eduardo Bittar. A diminuição do oxigênio que chega ao bebê faz com seu crescimento se torne mais restrito, o que gera uma interrupção prematura da gestação, ou seja, a mulher entra em trabalho de parto antes da hora.
Além disso, o tabaco reduz a inativação de um fator que está envolvido no início e na manutenção do trabalho de parto, adiantando todo o processo. De acordo com a especialista em medicina fetal Silvia Herrera, o fumo é fator de risco para o parto prematuro quando continuado ao longo dos nove meses. "As mulheres que fumam e descobrem que estão grávidas, mas abandonam o vício imediatamente no início da gravidez, não correm os mesmos riscos", explica a médica.
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Desnutrição
Futuras mães que não se alimentam de forma adequada durante a gravidez também colocam seus bebês em risco. Principalmente se surgirem casos de anemia durante este período.
Ao consumir poucos dos nutrientes essenciais, não só a mulher se prejudica, como a criança: pode haver uma restrição do crescimento do feto também. "Isso aumenta o risco de sofrimento fetal e morte, o que leva à interrupção da gestação antes do tempo", ensina a especialista em medicina fetal Silvia Herrera. Os nutrientes como ácido fólico, vitamina C, cálcio, magnésio, potássio, ferro, entre outros são considerados essenciais para a saúde da gestante e do feto.
Obesidade
Por outro lado, mulheres obesas também trazem riscos à duração da gestação. No caso, o dano é maior quando elas já apresentam o índice de massa corporal (IMC) muito acima do aconselhado antes da gravidez. "Há maior risco de existirem quadros como diabetes e hipertensão arterial, que contribuem para a prematuridade", salienta o obstetra Roberto Eduardo Bittar. A alta da pressão arterial, por exemplo, causa um envelhecimento precoce da placenta, impedindo a chegada dos nutrientes para o bebê.
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Álcool
A bebida alcoólica também não tem uma boa relação com a gravidez. "O mecanismo específico de como o álcool causa trabalho de parto prematuro é desconhecido, mas além de aumentar risco de infecções, ele causa o descolamento prematuro de placenta", comenta a obstetra Silvia Herrera.
Como se isso não bastasse, esse macronutriente é passado diretamente para o feto na placenta, fazendo com que ele tenha todos os efeitos no sistema circulatório do bebê também. E muitas vezes o hábito de beber também está relacionado à má alimentação.
Estresse
Hábitos que cultivam o estresse só pioram o risco do trabalho de parto se iniciar antes da hora. E a culpa disso tudo é dos hormônios ativados por esse quadro emocional.
"A elevação da noradrenalina e do cortisol, que está presente nesses casos, desencadeia contrações uterinas", ressalta o obstetra Roberto Bittar. Isso porque essas substâncias estão ligadas ao processo hormonal do parto. Por isso mesmo, vale a pena combater esse mal encontrando pausas de descanso, praticando atividade física e cuidando de si.
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Desidratação
A redução de líquido amniótico também pode causar um parto prematuro, até porque é uma condição que prejudica questões do crescimento do feto, como o desenvolvimento de seus pulmões, por exemplo. Muitas vezes essa redução ocorre por algum problema na troca entre a mãe e o bebê, aí não há o que se possa fazer. Mas consumir pouca água também pode ajudar a deixar esse líquido menor. "A ingestão de 2 a 3 litros de água por dia poderia evitar essa redução", ensina a obstetra Silvia Herrera.
Abuso de açúcar
Durante a gestação, a placenta produz hormônios que bloqueiam em parte a ação da insulina no corpo, hormônio que atua na retirada da glicose do sangue. Isso pode gerar um quadro chamado de diabetes gestacional, e consumir grandes quantidades de açúcar, principalmente o de adição, não ajuda em nada na prevenção do problema, que está ligado também a partos prematuros.
"Acredita-se que esse excesso de glicose gera um aumento do feto e do líquido amniótico, causando uma extensão do útero. Quando esses músculos se expandem muito, o trabalho de parto pode se desencadear mais cedo, mas isso é apenas uma teoria", ressalta a obstetra Silvia Herrera.