Formada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), tem residência médica em dermatologia no Hospit...
iRedatora especialista em conteúdos sobre saúde, família e alimentação.
Formada em Medicina pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Patrícia Consorte fez especialização em Terapia Intens...
iO que é Dermatite de fralda?
A dermatite de fralda, também conhecida como assadura ou dermatite amoniacal, é uma inflamação da pele que ocorre devido ao contato com urina ou fezes. É muito comum em crianças, especialmente menores de dois anos de idade, grupo que mais usa fraldas. A dermatite de fralda provoca uma sensação de queimação na pele e vermelhidão nas áreas que entraram em contato com a fralda.
Saiba mais: Pele do bebê: quais problemas podem aparecer nos primeiros meses?
Causas
A dermatite das fraldas é causada especialmente por fatores que irritam a pele, como fezes e urina por um tempo prolongado. Quando o bebê evacua frequentemente, as chances dele desenvolver a dermatite de fralda é maior porque as fezes são mais irritantes do que a urina.
A mistura de fezes e urina faz com que o pH da região aumente e haja ativação de enzimas das fezes, chamadas lipases e proteases. Essas substâncias causam a irritação da pele e a deixam mais propensa a infecção pelo fungo Candida, que pode aparecer através das fezes — principalmente em crianças com diarreia. Esse fungo penetra na pele e provoca coceira, ulcerações na pele e ardor intenso.
Saiba mais: O uso de antibióticos pode causar a dermatite de fralda?
Pode haver também irritação por algum produto químico, como resíduos de sabonetes ou de lenços umedecidos, ou até mesmo pelos produtos de higiene da roupa, como amaciantes e sabões. Por outro lado, pode haver um agravamento de doenças já existentes pelas fraldas, como a dermatite seborreica, psoríase e eczemas.
Mudanças na alimentação do bebê, como a introdução de alimentos sólidos, podem levar a alterações na composição das fezes ou em sua frequência, podendo desencadear a dermatite das fraldas. Além disso, o atrito ou fricção da fralda ou da roupa com a pele, ou mesmo fraldas muito apertadas, podem deixar a pele mais sensível e mais propensa ao problema.
Por fim, doenças como a acrodermatite enteropática, que é causada por deficiência de zinco, pode ocorrer nesta área e pode ser diagnosticada por um dermatologista ou pediatra.
Sinais
A dermatite de fralda costuma apresentar bolinhas vermelhas na área mais abafada pela fralda. Na maioria das vezes, não costuma se estender até a dobra da perna e não provoca pus. Além disso, é possível observar mudanças na disposição do bebê. Ele fica mais desconfortável do que o habitual e chora quando a área de fralda é lavada.
"A vermelhidão não costuma ser tão intensa e não gera coceira, mas o bebê pode sentir dor, principalmente na hora da limpeza", explica Patrícia Consorte, pediatra e especialista em nutrição materno infantil, em entrevista prévia ao MinhaVida.
Diagnóstico
O diagnóstico da dermatite de fralda é clínico e feito com base nos sintomas cutâneos característicos na área do corpo coberta por fraldas. Não há necessidade de exame e o problema é confirmado por um médico dermatologista. A consulta é fundamental para que outras possíveis causas sejam excluídas.
Fatores de risco
A dermatite das fraldas tem incidência igual entre os sexos e tem seu pico entre 6-9 meses. Bebês em processo de amamentação correm menos risco de desenvolver o problema por causa da acidez reduzida em suas dietas. Todos os bebês que usar fraldas podem desenvolver o problema.
O risco de ter a dermatite de fralda é maior entre três meses e um ano. Com as fraldas mais modernas, descartáveis, com géis superabsorventes, a incidência de dermatite das fraldas diminui.
Na consulta médica
Especialistas que podem diagnosticar uma dermatite da fralda são:
- Clínico geral
- Pediatra
- Dermatologista.
Buscando ajuda médica
Caso o bebê apresente os sintomas de vermelhidão e irritação na região da fralda, entre em contato com um dermatologista. Com o diagnóstico, é possível iniciar o tratamento adequado para a dermatite de fralda.
Tratamento
Para a dermatite das fraldas causada pelo contato com as fezes e urina, o melhor a fazer é a troca frequente das fraldas. A limpeza da região das fraldas deve ser preferencialmente com água corrente e sabonete neutro, sem deixar nenhum resíduo deste no final. A pele deve ser mantida seca e, se possível, ter alguns períodos de ventilação, sem as fraldas.
Devem ser evitados tratamentos caseiros, e o médico deve orientar bem como deve ser a limpeza da região, além de poder prescrever:
- Cremes contendo calêndula, óxido de zinco e petrolato, para proteger a pele de agentes agressores;
- Creme antifúngico, caso a infecção seja causada por um fungo;
- Antibióticos tópicos ou orais, caso seu bebê tenha uma infecção bacteriana;
- Uso de cremes ou pomadas esteroides, em alguns casos, não fluorados, por poucos dias, para que não ocorram efeitos colaterais, como infecções e estrias.
Saiba mais: Pomada para assadura de bebês: como escolher a melhor?
Prevenção
Algumas estratégias simples ajudam a prevenir as assaduras. São elas:
- Trocar fraldas frequentemente;
- Lave o bumbum do bebê com água como parte do processo de troca de fraldas;
- Seque o bumbum do bebê com uma toalha, não esfregue;
- Não deixe as fraldas apertadas demais;
- Deixe seu bebê um tempo sem fraldas;
- Caso seu bebê use fraldas de pano, lave-as com cuidado. Pré-mergulhe fraldas de pano muito sujas e use água quente para lavá-los. Use um detergente suave e ignore amaciantes de roupas porque eles podem conter fragrâncias que podem irritar a pele do seu bebê;
- Considere usar pomadas contra assaduras regularmente se seu bebê sofre com dermatite de fralda com frequência. Contudo, consulte o pediatra de seu filho sobre isso;
- Lave bem as mãos após a troca de fraldas. Isto irá prevenir que alguma bactéria ou fungo passe para outras partes do corpo.
Saiba mais: 10 métodos para evitar assaduras em bebês
Convivendo (Prognóstico)
A maneira mais efetiva de tratar a dermatite de fralda é manter a pele do bebê o mais seca e limpa possível. E a melhor maneira de fazer isso é trocando as fraldas frequentemente. Algumas pomadas podem ser utilizadas após a orientação médica.
Saiba mais: Como trocar a fralda do bebê corretamente?
Também é interessante aumentar o fluxo de ar na região da fralda. Algumas atitudes que ajudam a fazer isto são:
- Deixar a criança sem fralda durante curtos períodos;
- Use fraldas de tamanho maior do que o habitual;
- Evite lenços umedecidos.
Referências
Clínica Mayo, organização sem fins lucrativos da área de serviços médicos e de pesquisas médico-hospitalares.
Revisado por: Natalia Cymrot, dermatologista da Sociedade Brasileira de dermatologia e especialista do Portal Minha Vida - CRM 84332/SP