Médico formado pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), com pós-graduação em Oftalmologia pela Universidade Estadual...
iÉ comum encontrarmos crianças no período escolar que começam a anotar incorretamente as informações da lousa e o rendimento na escola começa a cair. Muitos pais repreendem o filho, mas não se dão conta do problema. Um certo dia, a professora passa pela carteira do aluno e percebe anotações erradas no caderno e desconfia que ele tenha miopia. Em seguida, os pais são notificados e o diagnóstico é confirmado pelo oftalmologista.
A miopia se deve a um alongamento do globo ocular por seus pólos anterior e posterior. Ou seja, o olho míope é aquele que tem o diâmetro anteroposterior superior ao normal, assim o paciente tem a dificuldade em enxergar objetos que estão longe. A doença se origina também devido ao aumento da curvatura da córnea, ou também ao início da catarata, ou a espasmos da acomodação. Todas essas causas produzem um aumento da refração do cristalino.
Em situação normal, os raios de luz focam ou convergem em nível da retina, graças ao poder de acomodação do cristalino. Nos olhos míopes, há o diâmetro anteroposterior acima do normal, ou seja, são mais longos. Então os raios luminosos não focam na retina e sim antes desta. Com isso, faz com que não se veja bem um objeto à distância. Se este objeto estiver perto do olho, tem-se uma visão normal, mas se estiver distante, tem-se uma visão borrada.
Ela ocorre normalmente na fase de crescimento da criança e se estabiliza no fim da juventude ou início da fase adulta, por volta dos 18 anos de idade. Porém, existem casos raros de miopias progressivas que evoluem mesmo após 20 anos de idade. Nestes pacientes diagnosticados, a correção pode ser através de óculos, lentes de contato ou cirurgia refrativa, mas só se pode pensar em cirurgia quando a miopia estiver estabilizada há pelo menos um ano.
Há casos raros da miopia não estabilizar, são as chamadas malignas, que evoluem para altos graus da condição. Nestes pacientes, deve-se ter um acompanhamento rigoroso com seu oftalmologista, com avaliação de fundo de olho.
Para as crianças que não chegaram à idade adulta, é recomendada a utilização dos óculos ou de lentes de contato de pacientes, que necessitam de lentes corretivas com elevados graus, sendo adaptadas mesmo em crianças pequenas. Já a indicação estética ou para a prática de esportes ocorre quando o jovem manifesta desejo de usá-las e tem condições de cuidar delas.
A cirurgia corretiva é indicada após um ano de estabilização, e hoje é muito segura, sem riscos e com resultados excelentes, corrigindo até nove graus da doença. O laser altera o formato da córnea e melhora a forma pela qual a luz é focada ou refratada pelo olho. Também remodela o formato da córnea e, pelo ajuste do feixe de luz do laser, trata altos graus de miopia e o disco corneano é recolocado na sua posição original.
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O procedimento ambulatorial dispensa internação. Os pontos também são dispensáveis pelo alto poder de aderência natural da córnea. Muitos pacientes relatam melhoria da visão no dia seguinte à cirurgia e retornam à sua vida normal em um ou dois dias.