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Um novo estudo da Indiana University School of Public Health-Bloomington reforçou a ligação entre o consumo de carne vermelha e as doenças cardíacas por encontrar uma forte associação entre o ferro heme, encontrado somente na carne, e doença coronariana.
O estudo descobriu que o consumo excessivo de ferro heme aumenta o risco de doença cardíaca coronária em 57%, enquanto que não foi encontrada associação quando comparado com o ferro não heme, que está presentes nas fontes vegetais de ferro. Os resultados foram publicados em abril no Journal of Nutrition.
A equipe fez uma análise de 21 estudos previamente publicados e dados envolvendo 292.454 participantes que foram acompanhados durante uma média de 10,2 anos. Essa é a única pesquisa que olha para as associações de consumo total de ferro, bem como heme e ingestão de ferro não-heme, em comparação com o risco de doença cardíaca coronária. A única associação positiva envolveu a ingestão de ferro heme.
A associação positiva observada entre ferro heme e risco de doença arterial coronariana pode ser explicada pela alta biodisponibilidade do ferro heme e seu papel como a principal fonte de ferro nos participantes com maior risco de doença cardíaca. Segundo os autores, o ferro heme é absorvido a uma taxa muito maior em comparação com ferro não heme (37% versus 5%). Uma vez absorvido, ele pode contribuir como um catalisador na oxidação de LDL, causando inflamação e danificando o tecido das artérias - potenciais fatores de risco para a doença coronariana.
Entretanto, é impossível estabelecer uma relação de causa e efeito, sendo que mais estudo são necessários para entender essa associação. Outra possível explicação é que pessoas com uma dieta mais pobre em carne vermelha podem ter uma tendência maior a adotar outros hábitos saudáveis, como consumo de frutas e verduras e prática de exercícios.
Adote 12 medidas para proteger a saúde do coração
O Ministério da Saúde estima que 31,5% dos óbitos no Brasil são provocados por doenças cardiovasculares, tornando-se a primeira causa de morte entre a população brasileira. A doença mata por ano, 7.6 milhões de pessoas no mundo todo, devido às suas complicações como AVC, infarto, entre outras.A hipertensão arterial e obesidade são consideradas duas das maiores vilãs da saúde do coração. Segundo dados do Ministério, cerca de 30 milhões de brasileiros têm hipertensão e há outros 12 milhões de brasileiros que ainda não sabem que possuem a doença no Brasil. Quando não controlada, a pressão arterial causa lesões na artéria aorta e provoca a sobrecarga do coração, que fica com o músculo mais rígido, aumenta de tamanho e fica inchado. Já o excesso de peso, principal causador da hipertensão, exige um esforço maior não só do coração, mas também de todo o sistema circulatório, sendo a principal causa do aumento da pressão e podendo levar ao desenvolvimento de insuficiência cardíaca, ou seja, da diminuição da capacidade do coração de cumprir a sua função de bombear efetivamente o sangue, que corre por todo o corpo, alimentando órgãos e tecidos vitais. Por isso, manter hábitos saudáveis é fundamental para blindar o coração. A seguir, confira 12 maneiras de proteger esse órgão vital.
Dieta mediterrânea
A dieta típica da região banhada pelo Mar Mediterrâneo , ela é conhecida por seus benefícios ao coração. Os principais participantes dos pratos são as gorduras protetoras, que agem contra o desenvolvimento de doenças cardiovasculares , diz a nutricionista do Minha Vida, Roberta Stella. Ela aumenta o nível de colesterol bom (HDL) e diminuir as taxas do colesterol ruim (LDL) do sangue, além de evitar a obstrução das artérias. Dentre as principais características dessa dieta, estão o baixo consumo de carne vermelha, a ingestão de frutas, cereais e nozes, o alto consumo de peixes, o consumo moderado de vinho e o azeite de oliva como fonte de gordura saudável. Além disso, os peixes contêm ômega 3, reconhecido como um nutriente cardioprotetor, isto é, beneficia a saúde cardiovascular.